Se você acha que produzir um bom texto para o seu Blog é uma tarefa difícil, experimente fazer a gestão de um time de conteúdo.
Prazos, briefings, otimização para SEO e revisão dos conteúdos são apenas alguns pontos que podem (e provavelmente vão) gerar algum tipo de problema quando seu objetivo é produzir com recorrência, sem perder a qualidade.
Felizmente, eu tive o privilégio de lidar com todos esses problemas bem no início de minha carreira no Marketing Digital, quando comecei a produzir textos por R$ 7 na Workana, um dos maiores sites do mundo para contratação de freelancers.
No começo, foi difícil me adaptar à forma de escrever textos para a web mas, no ponto mais alto da minha passagem pela Workana, eu cheguei a produzir mais de 10 textos por dia para sites que falavam desde mecânica de aeronaves até dicas de beleza para pessoas de idade avançada.
Neste ritmo de produção insana de conteúdos, acabei tendo contato com alguns clientes que começavam a experimentar uma nova plataforma de gestão de conteúdo (CMS), cuja proposta era facilitar a otimizar o Marketing de Conteúdo nas empresas.
E foi assim que eu conheci a Contentools.
Tive a felicidade de trabalhar como redator na base de profissionais da Contentools por aproximadamente 6 meses.
Naquele estágio, eu já tinha começado a desenvolver uma admiração por eles, principalmente pelo seu toque humanizado no relacionamento com os profissionais e clientes, mas também pela tecnologia em si – como em todo SaaS, haviam problemas que precisavam ser resolvidos, mas eles nunca deixaram de entregar o core do negócio: oferecer uma plataforma para concentrar e otimizar a produção de conteúdos por um time de 2 ou 1000 pessoas.
Porém, foi só quando eu comecei a me envolver mais na gestão de conteúdos (a convite de alguns clientes) que eu percebi a real importância da missão da Contentools.
Como eu disse no início do texto, se você acha que escrever 10 textos por dia é difícil, experimente gerenciar o time que escreve (e revisa, edita, otimiza e publica) todos esses textos.
Por causa desse histórico com a Contentools, sempre quis contar com a participação de alguém da empresa no meu podcast. Há alguns meses, até convidei a Emília Chagas, CEO da empresa, que educadamente recusou meu convite porque estava super ocupada na organização de um evento nos Estados Unidos.
Mas como venho aprendendo à respeito das relações humanas, se você faz um trabalho sério e com propósito, as coisas acabam se alinhando. Na mesma semana que recebi o e-mail da Emília dizendo que não poderia participar, o Ricardo Françoso, Gerente de Vendas da Contentools no Brasil, fez um comentário em uma publicação no Linkedin.
Não demorou muito para alinharmos nossas agendas e, quando eu percebi, já estava de mochila em frente ao QG na Contentools, em Florianópolis.
O Ricardo me recebeu com muita atenção e, após me oferecer café (sempre importante) e apresentar os escritórios da empresa, começamos a gravar o podcast.
A conversa foi incrível e pôde agregar MUITO para qualquer pessoa que tem (ou pretende ter) uma estratégia de Marketing de Conteúdo. Conversamos sobre a importância de ainda se produzir conteúdos no formato de texto, como contratar um time perfeito e quais são os erros que 90% das empresas cometem nesta jornada.
Infelizmente, por falha de minha parte no processo de gravação, o áudio da conversa ficou com uma qualidade muito baixa, a ponto de alguns trechos ficarem incompreensíveis (desculpa, Ricardo!).
No entanto, o conteúdo é muito rico e seria um desperdício não aproveitar este conteúdo de alguma forma. Abaixo, disponibilizo a transcrição completa da conversa que tive com ele.
Caso você queira se aprofundar mais nesta área, recomendo muito que entre em contato com o Ricardo pelo Linkedin. O cara é muito receptivo e certamente vai saber te ajudar.
Nota: as falas e parágrafos em itálico se referem à Igor Scaldini. O conteúdo em negrito se refere ao convidado.
Oi, Ricardo, boa tarde. Obrigado por me receber na Contentools…
Imagina, é um prazer está recebendo você, Igor, aqui dentro da nossa casa, poder bater esse papo aí contigo.
Muito legal a nova sede da empresa. Quem estiver em Floripa eu recomendo visitar.
A porta está aberta, só combinar.
Importante combinar, não só chegar.
(risos)
Me conta um pouco sobre você e o que faz aqui na Contentools…
Beleza, eu estou na empresa faz quase cinco anos, né? Fui uma das primeiras pessoas a entrar, então eu acabei participando e vendo a evolução como modelo de negócios, com pessoas. Hoje eu estou à frente do time de vendas da Contentools. Sou responsável pela área de aquisição, eu gerencio um time que busca oferecer uma solução de gestão e produção de conteúdo para as empresas e para as agências digitais que buscam determinados resultados no digital.
E quando exatamente você entrou na Conteontools?
Olha, eu entrei por volta de abril de 2014, então a gente tá prestes a fazer o aniversário de cinco anos.
E desde que você entrou nesse ambiente de Marketing de Conteúdo, qual foi a principal diferença que notou trabalhando cinco anos diretamente com isso?
Eu sempre estive na área de vendas da Contentools, então pude evoluir e aprender muito aqui dentro com as pessoas com quem trabalhei, e eu acho que a principal evolução no Marketing de Conteúdo, e a maturidade do mercado crescendo, é que as empresas estão deixando de acreditar em pacote de conteúdo e estão realmente buscando conteúdo de qualidade, entendendo que o conteúdo precisa de envolvimento, precisa de participação interna.
Eu vejo que a principal mudança hoje é que a gente tá gerenciamento melhor a produção de conteúdo, por mais que seja terceirizado. Eu acho que a terceirização é um braço muito importante para quem tá começando, mas Marketing de Conteúdo é conhecimento que não é terceirizado, é compartilhado. Entendo que essa frase, essa mensagem, veio evoluindo ao longo desses anos em que estou dentro da Contentools. Eu percebo o mercado brasileiro indo para outra realidade de mercado.
Você citou um ponto que é muito importante que é a terceirização. Eu comecei escrevendo e um ponto muito comum, eu não acompanho tanto o mercado mais, mas um ponto muito comum eram os pacotes de conteúdo. Eu comecei trabalhando com a Workana e tinha projetos de 100 blog posts; e você entregava 100 blog posts e era esse o projeto e você nem sabia qual era a empresa às vezes.
Isso é legal você citar que tá mudando porque as vezes as pessoas confundem terceirização – na verdade, elas relacionam terceirização com uma coisa de baixa qualidade. Isso não quer dizer que precisa ser de baixa qualidade, você pode terceirizar a produção de conteúdo, mas fazer da forma certa.
O que eu bato muito na tecla da terceirização é que ela pode estar a atrelada a algo operacional. Por exemplo: eu, Ricardo, há cinco anos na Contentools, pude me aprofundar bastante no Marketing de Conteúdo, mas por algum motivo não consigo expressar isso com a técnica de escrita ou com o conhecimento sobre SEO, mas eu tenho um conhecimento muito grande.
Eu posso então buscar terceirização para compartilhar esse conteúdo que adquiri e a pessoa que vai terceirizar e produzir esse conteúdo está muito próxima a mim extraindo esse meu conhecimento, conseguindo transformar isso em um artigo rico que gere valor.
Afinal de contas, no meio de tanto conteúdo, e um pouco por conta de conteúdos empacotados, a gente hoje tem que filtrar o tanto de conteúdo que recebe para ver o que gera valor.
O conteúdo que vai gerar valor é conteúdo genuíno, que tá ali dentro, onde as pessoas que se envolvem compartilham conhecimento próprio, mas se eu não tiver a técnica de escrita é importante ter essa terceirização para que o redator consiga trazer a visão de uma dinâmica de conteúdo para impactar a minha persona, o meu leitor. Então, a terceirização é importante principalmente seu eu não tiver a competência ou braço para aquela ação específica, mas o conteúdo é importante ser compartilhado e não necessariamente terceirizado.
E a sua experiência na Contentools por todos esses anos, é mais comum as pessoas optarem pela terceirização ou pela produção interna?
Então, o perfil dos nossos clientes hoje já vem com essa maturidade da importância de se envolver no processo, claro até por um pouco do legado e da evolução do Marketing de Conteúdo no Brasil, mas ainda tem muita empresa que busca esse conteúdo empacotado ou que busca essa terceirização completa.
Hoje, o que a Contentools faz é que um braço, um segmento da empresa, em parceria com agências e consultores, faz a ponte – a indicação dessas agências para as empresas que hoje não conseguem se envolver, mas querem se posicionar hoje no digital.
E a maneira como a agência consegue lidar com esse tipo de empresa que busca a terceirização completa permite fazer essa ponte. Um cliente da Contentools tem uma visão muito mais clara do envolvimento no processo de gestão, mas ainda usa a terceirização, afinal de contas somos um software para a terceirização, uma base de profissionais. Você já participou um pouco e conhece parte dos procedimentos.
A gente tem uma preocupação muito grande sobre isso, mas quem usa a Contentools, quem é cliente, já tá com uma visão de envolvimento que é importante; é quem realmente leva o marketing de conteúdo a sério.
Sim, eu já trabalhei com vocês. Na verdade, comecei trabalhando com a Contentools e com a principal concorrente, e todos os clientes chegavam com essa visão até mim.
Geralmente eles chegavam até mim com experiências negativas falando que eles queriam começar de novo. Eles tentaram a terceirização da forma errada, né? Basicamente, mandar para o ar e esperar que alguém faça certo. Eles chegavam com a visão de que agora precisavam se envolver para fazer o conteúdo ficar bom. Por melhor que seja o profissional, dificilmente ele vai entender a sua empresa e ter suas experiências. Só para deixar quem não conhece a Contentools num contexto: o que é a Contentools?
A Contentools é uma solução software, então a gente tá dentro do modelo SAAS recorrente, onde esse software é voltado para equipes de marketing, como eu comentei, e agências digitais que buscam gerenciar e produzir conteúdo. É um ambiente onde você vai construir e acompanhar todo o workflow daquele material, além de ter acesso a profissionais e formar uma equipe específica sua de acordo com aquele profissional. A ideia disso tudo é que a gente possa gerar maior produtividade pros times de marketing e para as agências, é fazer com que eles foquem em estratégias. A operação pode ser ou automatizada através da nossa solução ou terceirizada através dessa base de profissionais que a Contentools prospecta. A empresa faz essa curadoria, ela traz qualidade para os profissionais.
Entendi, e trabalhando com o processo inteiro, desde a prospecção de profissionais até a entrega de conteúdo, quais são os erros mais comuns de uma empresa ao investir em marketing de conteúdo, que entendeu o conceito e resolveu investir um orçamento do marketing nisso? Quais são os erros que as empresas geralmente cometem no primeiro ano principalmente?
Eu vou tentar dividir isso até em alguns pilares pelo que a gente entende de Marketing de Conteúdo. Então, falando em alguns erros, eu gostaria de começar pela estratégia.
Poxa, primeiro é o cara querer produzir conteúdo sem ter definido uma persona.
Sem ter definido uma jornada de compra, sem ter definido uma palavra-chave, porque o conteúdo, independente se ele é um artigo, ebook ou podcast, ele é uma parte de comunicação e a comunicação só funciona se o emissor conseguir se fazer claro dentro da sua informação e o receptor conseguir entender isso tudo.
Então, para que minha informação e meu conteúdo sejam relevantes, eu preciso saber para quem estou trazendo esse conteúdo. Alguns erros são o cara falar “tá todo mundo fazendo conteúdo, eu preciso fazer também”, então ele não mapeia para quem precisa entregar o material, e uma das dificuldades que a gente vê hoje nessa parte de estratégia é “ah, então como eu vou construir minha persona?”.
A persona tem que ser, basicamente, um personagem semifictício, porque um dos erros – também é – ao criar a persona. Especialmente quando o dono da empresa ou o time comercial, enfim, quem for participar dessa construção, não pegar dados, não fazer entrevistas, e ir muito pelo idealismo. “Eu quero que minha persona seja deste tamanho, decisor é esse”, okay, mas essa persona existe? Você já conseguiu conversar com ela? Você tem ela no seu radar? Ou é algo que você deseja e o seu produto ou serviço não está maduro suficiente para chegar a essa persona ideal?
Então, qual a ideia? Vamos pegar sim esse perfil ideal, mas também vamos fazer uma entrevista com os top 5 clientes, top 10 clientes, vamos colocar algumas perguntas ali pra ver como eles podem convergir e, às vezes, dentro de 10 clientes, a gente consegue definir duas ou três personas. A partir disso, de um número pequeno de personas, eu construo minha estratégia.
Se eu usar muitas personas, vou diluir muito o impacto de conteúdo.
Eu consigo ter ali duas ou três personas funcionais; pensando na regra de Pareto, eu posso até ter 10 personas, mas qual me trará mais resultado para que o esforço valha mais a pena? No âmbito de estratégia, esse é um erro que acontece bastante, querer começar sem ter uma estratégia definida ou ter uma estratégia definida mas sem usar uma base de dados que você tem, com entrevistas, e ir muito pelo achismo.
Como que uma empresa que tem um perfil ideal de cliente, vamos inventar aqui uma situação, o cliente que entende o que a solução oferece, que paga em dia, o cliente perfeito planejado, mas a realidade dele é outra. Ou seja, ele planeja um tipo de cliente, mas em realidade ele tem outro tipo de público chegando. Então, ele chega numa definição de persona. Como ele faz essa escolha? Eu produzo conteúdo para meu cliente ideal que eu quero atrair ou para o cliente que eu tenho hoje? Ou há um meio termo? O que você considera nesse caso?
Meu aconselhamento é a gente chegar nesse meio termo, onde eu vou usar dados, sim, do ideal, mas lembra que a ideia é fazer uma entrevista com quem já é cliente?
Ao definir quem já é cliente, vamos buscar os melhores clientes onde, se fosse possível, nós iríamos cloná-los. Ou seja, a gente vai produzir conteúdo para quem a gente quer atrair, mas não só no imaginário, contando com o que o mercado já tem, para quem já conseguiu vender, ofertar alguma coisa.
Então, vamos olhar com cuidado para ver quem a gente vai selecionar dentro da nossa base e usar não só a definição desse cara, mas também que tipo de termo ele usa, que palavra-chave ele tá buscando. Porque não adianta só saber quem é meu público sem considerar como interagir com ele.
Se eu usar uma linguagem muito técnica quando ele é muito informal ou usar muita informalidade quando o produto é muito voltado a tecnologia, muito específico, acabo jogando a estratégia fora.
É necessário fazer o meio termo. O segundo ponto que eu colocaria depois de estratégia seria para a parte de produção de conteúdo de fato, e na parte de produção de conteúdo o que eu vejo hoje é a formação de times. Um dos erros que eu vejo acontecendo quase todo dia é justamente querer ter uma terceirização sem um envolvimento, ou querer baratear a produção de conteúdo, não usar a terceirização, mas não conseguir ter também uma equipe engajada; e uma equipe engajada pode acontecer por alguns fatores.
Bom, o time de vendas, o time de CS ou qualquer outra pessoa, tem outras atividades para fazer, não tem como a atribuição de um ter outro. Nisso, ele primeiro vai ter que reservar um espaço para produzir conteúdo, e quando ele faz isso, vejo empresas usando uma série de ferramentas onde descentralizam todo o processo para alguém que não está acostumado a produzir.
É muito comum o cara ter ali várias planilhas para acompanhar as pautas, um documento com a persona, caso ela já esteja definida, usar um Google Docs pra produzir, cobrar por e-mail, usar ferramentas como o Trello para gestão de projetos, acompanhando as etapas onde o conteúdo se encontra. Logo, um erro que vejo acontecendo bastante é a falta de centralização disso tudo. Você consegue sim fazer um projeto funcionar, ele ser eficaz, mas o que eu vejo é que as empresas não estão colocando na ponta do lápis o custo de não ser eficiente.
Ela consegue usar várias ferramentas, ela consegue economizar um monte, ou fez o que gente chama aqui de Frankstool: pegou uma série de ferramentas e construiu o processo, mas o quanto que custa esse desengajamento, essa perda de informação, essa não-centralização? É um custo que muitas vezes você não coloca na ponta do lápis, e perde uma constância, um prazo de publicação, não consegue manter um calendário editorial. O segundo erro que eu vejo com produção de conteúdo é a formação da equipe e como a gente vai acompanhar essa produção de conteúdo.
Eu diria até… você citou a pessoa que trabalha com vendas e vai começar a mexer com conteúdo, e até o redator mesmo, se colocar na ponta do lápis, não vale a pena. Ele salva num lugar, e às vezes vai o compartilhamento sem o acesso para editar.
Ele fica dependendo da aprovação de outra pessoa dando okay no conteúdo. Isso acontece bastante com agência. A gente vê várias agências reclamando de que o cliente não aprovou.
Mas é porque também pro cliente aprovar ele precisa receber um e-mail para clicar num link e ser direcionado para um Google Docs que não foi habilitado para ele entrar ali, e aí tem que voltar lá e ele já quer fazer outra coisa e está na sede de receber pronto e nisso ainda fala “foi por isso que te contratei”.
Quando vê, a gente já acaba não conseguindo cumprir prazos, e faz algo às pressas, com uma qualidade inferior. O processo em si e as pessoas que podem participar disso, eu vejo também que é um ponto importante de se analisar. É lógico que quando sua empresa está começando, você não vai ter um investimento para contratar ali o software adequado, você vai precisar se munir de ferramentas gratuitas menores, mas é sobre como a gente consegue criar um processo e minimizar isso tudo.
E para quem trabalha com gestão de projetos, o cenário que estourou é um inferno na terra, porque chegou no e-mail, a pessoa não aprovou, mas o gestor não vai ter acesso ao e-mail da pessoa pra saber se chegou. Então, para quem trabalha com gestão de projetos, eu não consigo imaginar a vida da pessoa sem uma ferramenta para centralizar, em que se tem acesso às etapas.
E até o que comentou é muito comum. As caixas de e-mail ficarem muito cheias porque é só e-mail de cobrança, de confirmação, e quando você vai ver “qual é o e-mail da última versão?”.
É algo que toma muito tempo, mas daí entra um outro assunto que seria um outro podcast, que é a produtividade do brasileiro. Porque a gente acaba não colocando isso, calculando isso: o custo da nossa produtividade. Eu prefiro usar ferramentas gratuitas do que fazer a conta de quanto eu perco de produtividade por não estar pagando alguma coisa.
Inclusive, eu estava conversando com o Rafael Rez, a gente estava falando sobre como o brasileiro vê tudo, não dá para generalizar, mas o brasileiro vê tudo como um custo, não existe investimento na cabeça dele. Tudo é um custo. Então, uma ferramenta é um custo, ele não vê como um investimento que vai gerar economia, produtividade e qualidade.
Às vezes, você não consegue nem mensurar na ponta do lápis, mas a qualidade, que é imensurável, vai pagar o investimento que você faz. É aquela história, é uma questão de educação do cliente, mas que bom que com a sua experiência você acha que tá melhorando…
Melhorando muito, a gente recebe muito feedback do mercado. Às vezes, aquele contato do passado voltou com uma maturidade bem mais interessante, entendendo o motivo ali de recuperar uma conversa com a gente; e também a participação de eventos, né?
A Contentools participou de todos os RD Summits que existiram e é bem legal. A gente sempre fazer uma reflexão aqui dentro e a gente percebe nitidamente o público mais maduro, buscando o investimento no Marketing de Conteúdo, já sabendo a diferença do Marketing de Conteúdo do Inbound Marketing.
O Rafael Rez fala bastante sobre isso também, das escolas de Boston e de Cleveland. Boston com a Hubspot, que trouxe o Inbound e Cleveland lá com o Sean. Então essa onda tá pegando aqui no Brasil, o pessoal já entende que se massificou a produção de conteúdo entendendo quais são as estratégias, agora a gente precisa se diferenciar e gerar valor e, para isso, o envolvimento interno é fundamental.
E esse movimento interno inclui freelancers, né? O movimento do time…
Eu vou dar aqui alguns exemplos, existem vários, mas uma opção é você internalizar. Só que para internalizar é preciso levar em consideração se eu tenho um braço para conseguir isso: quantas pessoas tem na minha empresa? “Sou eu e mais meu sócio”.
Beleza, você vai ter que vestir mais de um chapéu e vai precisar ter tempo e disciplina, porque Marketing de Conteúdo é uma estratégia que precisa de constância, frequência: você vai ter tempo de produzir o conteúdo semanal ou um conteúdo que seja rico ou não?
Se não, talvez seja melhor terceirizar. Agora, se eu vou internalizar, então quem são as pessoas, qual o tempo dedicado a isso? Ter um tempo é tão importante quanto o de assinar um contrato.
Sei que é difícil. Se eu tiver que visitar um cliente ou criar um conteúdo, provavelmente vou visitar um cliente, mas aqui é o Ricardo do time de vendas, só que a gente sabe que esse acaba até sendo um erro, de “eu vou internalizar mas eu não consigo ter meu tempo”, então eu não consigo ter uma estratégia eficiente, que gere resultado.
Eu posso até internalizar envolvendo a equipe interna e meus recursos, mas eu preciso ter essas responsabilidades, ter um ambiente propício a isso. Se meu time já é um pouquinho maior e eu quero focar no meu time de vendas porque eles recebem muito conhecimento, seria legal pegar o conhecimento desse cara e publicar no meu artigo, mas como eu posso oferecer uma estrutura para que ele tope escrever sem que saia da rotina dele. Então, internalizar é um modelo, e a terceirização é outro modelo que a gente ainda vê muito acontecer.
É um modelo que sim, funciona, mas como a gente conversou aqui no início, é a terceirização da parte mais operacional, ou até da troca de ideias sobre o digital, com relação ao conhecimento. Então, poxa, eu estou aqui com a minha equipe enxuta, e vou buscar um profissional. O que eu acho importante, Igor, e você atuando nisso pode até complementar o que digo, mas o que eu vejo como os principais cases aí da Contentools de terceirização é que ao formar uma equipe terceirizada, a gente buscou muito criar sinergia com esse profissional, fazê-lo conhecer o segmento do cliente, ter um pouco do DNA daquela área de atuação.
Por mais que ele não precise ser nenhum especialista, ele tem que ter um pouco de afinidade, uma formação profissional, um período de experiência já produzindo conteúdo para aquilo, ou gostar daquilo e procurar absorver informações por conta própria junto com o conhecimento em digital. Não adianta pegar o melhor jornalista para escrever um conteúdo no ambiente da web porque a gente sabe que um texto impresso tem configurações diferentes de um texto no digital.
Não é fácil unir essas duas expertises, o profissional que vou pegar é um cara que tem um pouco de experiência, ele conhece um pouco do mercado, ele vai saber onde procurar, ele vai saber como lidar com isso, eles conseguem entender minha estratégia de Inbound, ele leu a persona e pode pensar em como produzir e otimizar o conteúdo. São dois fatores muito importantes na terceirização.
Junto a isso a gente tem também alguns modelos como o Guest Post, então você poder ter convidados escrevendo no seu blog, até trocar tráfego, ou pegar pessoas relevantes que vão ter um alcance maior no seu blog.
É muito comum também algumas empresas absorverem o conteúdo gerado pelo usuário, terem plataformas onde o conteúdo foi naturalmente criado. Ele passa por um Content Manager, um cara que é um moderador, que pode aprovar o material. Os tipos de conteúdos são vários, todos eles são relevantes e importantes para entender realmente qual o seu modelo, qual sua necessidade e como criar um processo legal para isso.
E dentro desse cenário qual seria o time ideal? Vamos imaginar que uma empresa tem recursos infinitos e quer contratar o time perfeito para sua produção de conteúdo: envolve redator, editor… quais são as peças desse time?
Algumas peças que posso citar, e aí de novo vai de acordo com cada estratégia, mas tem uma figura muito valiosa aqui na nossa base, que inclusive foi sua função aqui na Contentools: o Content Manager, né?
Que é um cara que tem o poder de ser o braço direito da empresa contratante, ele pode pensar na parte estratégica, sugerir algumas temáticas. Ele tem um perfil até um pouco diferente do editor, porque o Content Manager é um pouco mais ativo quanto à estratégia, mas se eu já tenho uma pessoa de marketing que faça essa estratégia, talvez ele não precise de uma pessoa dessas, ele pode ter um editor que vai receber o material e vai fazer a edição, ver se respeitou as pautas e o briefing resenhado.
Tem a figura do redator, que é o cara que coloca a mão na massa para transformar aquela pauta, aquele briefing, em conteúdo relevante. Você pode pensar em um designer, figura bem importante, principalmente se você vai fazer outros tipos de materiais.
Poxa, eu vou fazer um e-book, além do trabalho escrito é necessário diagramação, ou trabalhar também materiais com infográfico. Às vezes, tem um cara que trabalha com expertise em videomaking também e poder editar vídeos, conseguir transformar aquele roteiro num material legal. Vai depender muito da estratégia.
A gente tem aí alguns perfis. O que eu vejo nas empresas gerando muito resultado é entrar para o modelo misto.
Pensando aí em um funil, que se fala tanto no marketing digital, o funil de conteúdo, a gente vai pegar o topo de funil que é um pouco mais fácil de terceirizar, porque você vai estar falando muito mais sobre o segmento, não tanto sobre o seu DNA de negócios, então consegue ter diretrizes com o profissional para que o material seja produzido, tem materiais ricos gerando valor, mas que falam mais do mercado, aquele momento de dor, de busca de oportunidade da sua persona.
Quando os conteúdos vão mais para o meio ou fundo, aí tem o envolvimento interno, e por que eu digo envolvimento interno e não produção interna?
Porque eu acredito também que a terceirização pode atuar tanto no meio quanto no fundo do funil, mas quanto mais no fundo do funil, mais é preciso compartilhar o conhecimento, mais é necessário trazer o DNA do nosso negócio.
Mais envolvimento ainda vai chegando, porque, assim, pra quem esteja ouvindo e não entende, mas topo de funil são conteúdos ricos que agreguem valor e que respondam uma pergunta, um questionamento do público, mas são conteúdos em que as informações estão aí, né? Às vezes elas precisam ser interpretadas, juntadas, mas elas estão aí. Agora, um conteúdo mais fundo de funil talvez simplesmente não exista assim.
Nossa conversa continuou por mais alguns minutos mas, por falha no gravador, ela não foi registrada. De qualquer forma agradeço muito o Ricardo pela disponibilidade e espero que vocês possam tirar o tanto de proveito quanto eu tirei desta conversa!