Entre todos os estados, o Rio Grande do Sul foi o que registrou maior número absoluto de casos de racismo: 2.857, aumento de 13,2% em relação aos 2.523 casos de 2022. Além disso, o RS teve a pior taxa de casos por habitante: 26,3 a cada 100 mil habitantes; a média nacional foi de 5,7.
A população autodeclarada negra (pretos e pardos) do Rio Grande do Sul totaliza 1.725.166 pessoas, segundo o censo demográfico de 2010 realizado pelo IBGE, o que representa 16,13% dos habitantes do estado.
As informações sobre o número da população residente no Rio Grande do Sul por cor ou raça do censo do IBGE (Tabela 1), confirmam a existência de um contingente significativo de negros no Estado e, proporcionalmente, em maior número no município de Pelotas.
Segundo os participantes do estudo, o racismo surge, principalmente, por meio da violência verbal, como xingamentos e ofensas (66%). Outras manifestações são o tratamento desigual (42%) e a violência física, como agressões (39%).
Santa Catarina é recordista quando o tema é injúria racial. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021, o Estado teve o maior registro de casos no Brasil, com 2.865 violências - uma média de 7,8 registros diários.
Ainda foram citados como ambientes onde o racismo foi praticado: bancos (10%), na comunidade em que mora (8%), transporte público (7%), espaços religiosos (5%) e agências de recrutamento para o trabalho (3%).
Racismo Estrutural. Bases de cunho racistas criadas e enraizadas na sociedade, como o uso de termos como: “A coisa está preta”, “Criado mudo” e “Fazer nas coxas”. ...
De maneira geral o racismo está ligado à ideia absolutamente equivocada de que há diferenças externas e corporais entre os seres humanos, que manifestariam superioridade ou inferioridade de determinados grupos em relação a outros. Isso significa que o racismo estabelece uma visão de hierarquia entre raças.
De acordo com os dados, 56% das vítimas por injúria de preconceito são mulheres negras. O levantamento mostra ainda que, em 2021, 166 pessoas sofreram preconceito de raça, cor, religião, etnia, procedência nacional e LGBTIfobia (preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais).
Segundo o Censo do IBGE de 2022, o Rio Grande do Sul tem uma população de quase 710 mil pessoas autodeclaradas pretas e 1,6 milhão de pessoas autodeclaradas pardas. Isso significa que cerca de 20% da população do estado é negra.
“O ideal de Rio Grande do Sul se reporta ao século XIX, quando os primeiros memorialistas começam a narrar que lugar é esse, e aí vai se criar todo um mito de quem é o gaúcho, que aqui no Rio Grande do Sul não tem traços negros e indígenas, ele é um homem branco do campo.
Segundo dados de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente 16,2% da população gaúcha se autodeclara preta ou parda. Mas é por causa desse povo que ocorreram alguns fatos determinantes para a história da negritude do país.
A média brasileira é de 55,5% de pessoas negras e apenas estados do Centro-Sul, como Mato Grosso do Sul (53,4%), São Paulo (41%), Paraná (34,3%) e Santa Catarina (23,3%) têm percentual menor – junto com o Rio Grande do Sul, já citado. Citem o Guia Negro como fonte de onde pegaram esses dados.
Em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o percentual de habitantes autodeclarados pretos é de 14,86%, número que coloca a cidade no primeiro lugar da lista, no RS, com mais residentes pretos, conforme o Censo 2022.
Com 78,4% da população gaúcha se declarando como branca, o Rio Grande do Sul é o estado com maior percentual do Brasil. Ao todo, 8.534.229 pessoas se consideram brancas.
Racismo e injúria racial crescem no Brasil em 2022. Levantamento se baseia nas ocorrências registradas pelos estados. ES, RS e SP não informaram dados dos indicadores. Já as ocorrências de homofobia ou transfobia passaram de 316, em 2021, para 488, em 2022, o que representa aumento de 54% no período.
O racismo se manifesta de diversas formas. Ele se manifesta como preconceito, como discriminação racial, através das piadas. Só que, no Brasil, a gente tem um racismo que tem uma dimensão subjetiva, que está na relação interpessoal, e o racismo mais objetivo, que estrutura as relações de poder.
O racismo no Brasil não é praticado de forma velada, mas sim escancarada, especialmente considerando os aspectos estruturais e institucionais. As oportunidades no mercado de trabalho, a distribuição de renda, o percentual da população carcerária e as condições desiguais de moradia só ressaltam isso.
O racismo pode ocorrer de forma estrutural, institucional, e direta, a exemplo dos crimes de ódio. No Brasil, o racismo advém da escravidão, instituição finalizada em 1888. Apesar do fim do sistema escravagista, não houve políticas de inserção da população liberta na sociedade brasileira.
Para fins legais, o Estatuto da Igualdade Racial estabelece que são consideradas pessoas negras as que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pelo IBGE e que possuam traços físicos, também chamados de fenotípicos, que as caracterizem como de cor preta ou parda.
Isso viola princípios fundamentais de igualdade, dignidade e justiça. Os impactos do racismo na saúde mental podem ser profundos, gerando estresse, ansiedade, depressão, autoestima prejudicada e isolamento social. Mas continue conosco até o final, porque vamos explorar esses efeitos mais a fundo durante este texto.
Denuncie e intervenha em situações de preconceito: Se presenciar atos de preconceito racial, não fique em silêncio. Denuncie, intervenha e apoie a vítima. Seja um aliado e defensor da igualdade. Se necessário, busque orientação e suporte de profissionais especializados em combate ao preconceito e discriminação racial.