Durante o velório, o cigano morto é o centro do ritual e, dependendo da posição que ele ocupava, a família se reestrutura: uma nova liderança será eleita. O corpo do falecido é untado com ervas aromáticas e vestido adequadamente. Esse momento de sofrimento e cumplicidade é importante para a identidade do grupo.
A duração do luto depende da proximidade com o falecido. O luto pelo marido ou pelo filho dura a vida inteira da viúva ou da mãe. Para o pai, os filhos respeitam o luto durante dois a três anos.
No entanto, os ingleses acreditavam que os ciganos vinham do Egi- to, tanto que os chamaram de gypsies. Porém, os ciganos chamam a si próprios Rom ou Roma, que significa “homem” no seu idioma. Os Roms são um povo nômade, alegre, sábio e muito místico.
Além da procissão, a cerimônia do Manrô, o pão cigano, típica nas comemorações envolvendo a padroeira, também foi compartilhada. Após ser abençoado, o pão redondo, que indica a vida em ciclos, recebe buracos feitos com as mãos e, em seguida, é embebido em vinho.
Ao contrário do que parece ser na família Kalderash, pelo menos no que tange ao casamento de uma cigana com um não cigano (que é permitido, mesmo que o homem não se converta) e no que tange ao número de esposas por homem cigano (se restringe a uma única).
Não há uma religião cigana. Ciganos são uma etnia e adotam as religiões dos países onde vivem. No Brasil, há ciganos católicos, espíritas, umbandistas e evangélicos.
Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor dos seus antepassados que partiram. Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda, para que ela possa pagar a travessia do grande rio que separa a vida da morte.
O romani (rromani ćhib) é o idioma dos Rom e dos Sintos, povos nômades geralmente conhecidos pela designação de ciganos. Pertence ao ramo indo-ariano proveniente do grupo linguístico indo-europeu. Não deve ser confundido com o romeno e o romanche, que são línguas latinas.
Apesar de serem diferentes grupos com diferentes línguas, atribui-se aos ciganos uma língua comum, o romani, que, durante 700 ou 800 anos, na Europa, fragmentou-se em cerca de 60 dialetos, que podem ser agrupados em dois: vlax e não-vlax, designação referente ao principado de Valáquia.
Durante o velório, o cigano morto é o centro do ritual e, dependendo da posição que ele ocupava, a família se reestrutura: uma nova liderança será eleita. O corpo do falecido é untado com ervas aromáticas e vestido adequadamente. Esse momento de sofrimento e cumplicidade é importante para a identidade do grupo.
As entidades ciganas gostam muito de festas. Eles têm sua força(axé) e sua vinculação vibratória relacionados com muitas cores e incenso. Pode-se ofertar para as entidades muitas frutas, mel, moedas, flores, vinho, incenso, velas coloridas, pães, entre outras ofertas.
Como não existe namoro na cultura cigana, quando as raparigas começam a se interessar pelos rapazes, já pulam direto para o casamento, ficando noivas. Enquanto não se casam, elas continuam morando com os pais e não podem ter nenhum tipo de contato íntimo com os noivos, como beijos ou, até mesmo, estar perto deles.
Depois de casadas, vestem a parte de cima do biquíni e calções. Em solteiras, por respeito aos pais, vestem também uma t-shirt e vão assim para a água. Em alturas de festas, casamentos, aniversários, entre outras, as mulheres ciganas são muito vaidosas e usam vestidos muito coloridos, com muitas pedras e brilhantes.
O casamento é feito por norma ao ar livre, para se ver o céu azul, as estrelas do céu e sentir-se o vento no rosto. Durante a festa é ainda comum a mulher cigana se apresentar com vários vestidos de gala onde predominam as cores e o requinte. Todos os convidados devem vestir roupas tradicionais e muitas jóias.
Optchá é uma das saudações ciganas mais populares, principalmente na Umbanda. Em Romani a palavra significa “salve!”. A expressão também é muito utilizada na dança cigana, como sinônimo de “Bravo” ou “Olé”.
O Projeto de Lei 1387/22, já aprovado pelo Senado, cria o Estatuto dos Povos Ciganos. A proposta agora em análise na Câmara dos Deputados contempla áreas como educação, saúde, esporte, cultura e lazer; prevê o acesso à terra, à moradia e ao trabalho; e determina ações afirmativas em favor dos povos ciganos.
A economia cigana inclui trabalho sazonal, artesanato, comércio itinerante e empreendedorismo. Os países com o maior número de ciganos são: Romênia, Turquia, Bulgária, Hungria e Eslováquia.
Como brasileiros nascem no Brasil e japoneses nascem no Japão. Como indígenas pareci, bororós, xavantes, que nascem nas aldeias, filhos de pais igualmente indígenas dessas etnias. Para ser um cigano ou cigana é necessário que ao menos um dos pais da criança seja de uma das etnias Rom, Calon ou Sinti.
A imagem da cigana que faz previsões ao observar as linhas que carregamos em nossas mãos faz parte do imaginário de muita gente e a prática divinatória existe há anos. O nome que se dá ao estudo das mãos, teoria que fundamenta a prática, é Quirologia.