A saúde era precária, mas as pessoas medievais não gostavam de sujeira. Ninguém precisa dizer que a higiene na Idade Média era abismal comparada com hoje. As ruas das cidades eram tomadas por lixo, esterco de cavalo, urina. Fezes humanas serviam de esterco, e esse esterco levava à reprodução de parasitas.
Devido à falta de banhos regulares, a nobreza e a alta classe social recorriam ao uso excessivo de perfumes e aromas fortes para mascarar os odores corporais. A higiene oral era praticamente inexistente. As pessoas limpavam os dentes com panos. O resultado eram problemas dentários graves e mau hálito generalizado.
Não por acaso, eles tomavam cerca de três banhos em um só dia. Para muitos especialistas, o ritual acabou afugentando essa civilização de várias epidemias e pragas comuns à Antiguidade.
O banho diário era raro: apenas índios e escravos tomavam banhos diários em rios. Europeus, principalmente em regiões mais urbanas raramente se banhavam de corpo inteiro. A limpeza era normalmente feita com toalhas e se ocupava apenas de algumas partes do corpo. Sabões eram produtos raros na colônia.
Geralmente, as pessoas se sentavam em uma cadeira enquanto despejavam pequenas porções de água nos lugares a serem higienizados. Mediante tantas dificuldades e a limitação de recursos, você já deve estar aliviado por ter o inestimável privilégio de fazer uso de uma cheirosa e suave barra de sabão.
Antes de sua invenção, que data do século XIX, as pessoas costumavam fazer a sua limpeza com folhas de hortelã, água e por vezes sabugos de milho. Diz-se que o papel higiênico foi inventado na China, em 875, mas a invenção também já foi atribuída a Joseph Gayetty, de Nova Iorque, EUA, que a teria concebido em 1857.
O homem já usou galhos, folha e até palitos de ouro para limpar os dentes. Por um longo período as escovas eram feitas com um osso como cabo e pelos de animais como cerdas. Uma escova mais parecida com a que usamos hoje, achada por paleontólogos na Europa, tem cerca de 300 anos.
Consta que nem mesmo Luís XIV tinha esse hábito. Os banhos dele limitavam-se aos recomendados pelo médico; em geral, a limpeza do rei era feita com pano com água, álcool ou saliva.
Como era feita a higiene pessoal na época de Jesus?
A imundície era generalizada, porque lixo e dejetos eram despejados na rua. Havia latrinas públicas em algumas cidades, mas elas eram evitadas pelas condições repulsivas. Os moradores tinham penicos _ que despejavam pela janela, não raro sobre a cabeça de alguém.
Também veio deles o costume de tomar banho diariamente, ato que os portugueses evitavam. “Nessa época, os europeus tomavam de um a dois banhos por ano, e apenas por recomendação médica”, conta Eduardo Bueno.
Os brasileiros são os campeões mundiais em frequência de banhos, de acordo com uma pesquisa recente da World Population Review – uma organização independente que fornece dados demográficos e populacionais globais atualizados.
A História mostra que o banho na Idade Média era praticamente nulo. Além da precariedade dos sistemas de higiene, o novo comportamento religioso apresentava a prática como um ato desonroso e impuro.
A limpeza era uma condição indispensável particularmente para os sacerdotes que atuavam nos âmbitos sagrados. Banhavam-se duas vezes ao dia e duas vezes à noite e a cada três dias depilavam o corpo inteiro.
Os romanos eram conhecidos na antiguidade por manter hábitos de limpeza como recolher as fezes das ruas, tomar água limpa, banhar-se regularmente e ter banheiros públicos. No entanto, segundo Piers Mitchell, autor do estudo, o esquema sanitário dos romanos parece não ter resultado em uma população mais saudável.
Os povos originários que habitavam as terras brasileiras antes da chegada dos portugueses ao país foram os grandes responsáveis pela propagação dos hábitos de higiene ainda presentes na nossa cultura. Eles tinham o costume de se depilar constantemente, cortar e lavar os cabelos.
Algo semelhante era feito no Egito, com pedaços de papiro. Muito tempo depois, na Idade Média, eram usadas toalhas higiênicas feitas de retalhos. Essa alternativa foi adaptada e evoluída pelas mulheres ao longo dos anos.
Normalmente, mantos de apenas um pedaço, no primeiro século na Judeia, eram roupas de baixo finas ou roupa infantil. Não devemos pensar nas roupas íntimas contemporâneas, mas usar um artigo de peça única, e só ele, provavelmente não era bem-visto. Era extremamente básico.
Na Idade Média, não existiam os dentifrícios, isto é, pastas de dentes, muito menos escovas de dentes ou perfumes, desodorantes muito menos e papel higiênico, nem pensar. As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio.
João foi injustiçado pela História. "O d. João era, sim, um príncipe muito medroso, indeciso, tinha crises de depressão, era fisicamente muito feio, não tomava banho.
Houve até leis que proibiam as pessoas a tomar mais de um banho por ano. No Brasil as coisas começaram a mudar em 1817. O rei Dom João VI, que era católico fervoroso, obviamente era contra os banhos.
Durante a estada no deserto, os israelitas se achavam quase continuamente ao ar livre, onde as impurezas teriam efeito menos nocivo do que nos que vivem em casas fechadas. Mas era requerido o mais estrito asseio, tanto dentro como fora de suas tendas. Nenhum lixo devia ficar dentro ou em volta do acampamento.
O Antigo Testamento contém ainda determinações para que os hebreus tomassem banho e lavassem as mãos e as roupas com relativa frequência. Hoje, isso pode parecer banal. Mas, nos tempos bíblicos, não havia o conhecimento da existência de microrganismos causadores de doenças e da importância do asseio.
Os egípcios, mais ou menos em 3 mil antes de Cristo, usavam uma pasta feita de flores, folhas de menta, pimenta e sal. Em Roma, no mesmo período, era comum usar um pó obtido das cinzas dos ossos de animais (e misturado com ervas e areia). Na Idade Média, o hábito era fazer um bochecho com urina.