A edição 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024), divulgada nesta quarta-feira (24/7), no Rio de Janeiro, mostra que a insegurança alimentar severa caiu 85% no Brasil em 2023. Em números absolutos, 14,7 milhões deixaram de passar fome no país.
Para a pesquisa do FGV IBRE, são consideradas na linha de pobreza pessoas que possuem rendimento domiciliar per capita abaixo de R$667 mensais. Na extrema pobreza, aquelas que vivem com menos de R$209 mensais per capita.
REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. A edição de 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial revela queda de 85% na insegurança alimentar severa no Brasil.
Nove países do G20 fornecem dados sobre a proporção da população vivendo abaixo da linha de pobreza internacional – US$ 2,15 por dia (cerca de R$ 11). O Brasil é o segundo país com maior proporção, com 5,8% da população nesta situação. Perde apenas para a Índia, que tem 12,9% da população abaixo da linha de pobreza.
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Como está a desigualdade social no Brasil em 2024?
Estimativas mensais mostram que o rendimento habitual médio real em abril de 2024 (R$ 3.222,00) foi 3,1% maior que o observado no mês anterior (R$ 3.124,00) e 6,8% superior ao valor de abril do ano anterior, além de 2,6% maior que o valor registrado em dezembro de 2023 (R$ 3.141,00).
A pobreza tem aumentado e continua aumentando, por duas razões: o crescimento demográfico, que tem sido bem maior nas camadas mais pobres que nas camadas mais ricas, e a falta de capacidade de nos ajustarmos as mudanças tecnológicas.
O percentual de pessoas em extrema pobreza, ou seja, que viviam com menos de R$ 200,00 por mês, no Brasil, caiu para 5,9% em 2022, após alcançar 9,0% em 2021.
Para se ter uma ideia da diferença social captada pelo estudo, ao levar em conta as cidades com mais de 50 mil habitantes, o município de Rurópolis, no Pará, registra a menor renda média do país entre as pessoas que declaram imposto de renda no país: R$ 3.929.
O conceito de extrema pobreza na China são aqueles que sobrevivem com menos de 2,30 dólares por dia e não têm acesso à saúde e educação. A população chinesa em situação de extrema pobreza era de quase 90% em 1978. Essa porcentagem foi diminuindo para algo entre 1 e 2% em 2018, sendo zerada em 2020.
O percentual de lares sob algum grau de insegurança alimentar caiu para 27,6% em 2023 após alcançar 36,7%, maior patamar já registrado, em 2017 e 2018. Ainda assim, os números revelam que o país retrocedeu no horizonte de dez anos.
O Brasil deixou de fazer parte do Mapa da Fome em 2014, durante o mandato da ex-presidente petista Dilma Rousseff. No entanto, o país voltou para o rol a partir de 2019, devido à piora dos indicadores sociais e aos reflexos da pandemia da covid-19.
“Quando o Brasil entra novamente no Mapa da Fome é porque houve a retração de políticas públicas ou um governo que não deu a devida importância para a questão, mas claro que muitas vezes também temos o problema das crises econômicas, como a crise mundial em 2008”, afirma.
A renda média real domiciliar per capita da metade mais pobre da população brasileira é de R$ 537 mensais, constatou o IBGE em 2022. Ou seja, cerca de 107,077 milhões de brasileiros sobreviveram com apenas R$17,90 por dia.
A mediana da renda no país é de R$ 1.167 (dados de 2021, os mais recentes) – ou seja, 50% da população tem renda mensal menor que essa. Por essa divisão em frações, quem ganha R$ 4 mil por mês já pertence aos 10% mais ricos do Brasil – e quem recebe mais de R$ 7 mil se enquadra no grupo dos 5% mais endinheirados.
Assim, inicialmente, serão descritas as categorias nas quais se enquadram os conceitos de pobreza: pobreza como juízo de valor, pobreza relativa, pobreza absoluta e pobreza relativa/absoluta.
A Lista Forbes de Bilionários Brasileiros 2024 mostra que dois em cada cinco bilionários são paulistas. O Estado de São Paulo concentra 97 entre os 239 ultrarricos. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, com 36 participantes da lista.
O mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os três municípios brasileiros com os maiores ganhos de participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil foram Maricá (RJ), Saquarema (RJ) e Niterói (RJ), com saltos de 0,5; 0,3 e 0,2 ponto percentual, respectivamente.
O Maranhão é o estado com a maior proporção de pessoas em situação de extrema pobreza no Brasil. Dos 6,7 milhões de habitantes, 8,4% vivem com menos de R$ 200 por mês, segundo o Censo IBGE 2022. Outros 57,9% estão em situação de pobreza, com a renda de até R$ 637 por mês.
Atualmente, a linha de pobreza extrema está fixada na renda per capita mensal de até R$ 85, e a linha de pobreza, na renda per capita mensal entre R$ 85,01 e R$ 170.
Segundo essa definição, uma renda de R$ 5 mil mensais coloca o indivíduo ou família na Classe C1, parte da "classe média", que inclui grande parte da população brasileira. No entanto, a classificação varia conforme a região e o número de moradores.
O aumento da desigualdade de renda foi o principal fator do aumento da pobreza, anulando os ganhos que poderiam ter resultado do pequeno crescimento da renda média de 2016 a 2019. Dessa forma, entre 2012 e 2021 o Brasil tornou-se mais pobre e desigual.
Apesar da queda, o Maranhão seguiu com a maior taxa de pobreza do Brasil (51,6%), seguido pelo Acre (51,5%). Por outro lado, os menores percentuais de 2023 foram registrados em Santa Catarina (11,6%) e Rio Grande do Sul (14,4%). Em São Paulo, o estado mais populoso do país, o indicador foi de 16,5%.
O que o Brasil está fazendo para acabar com a pobreza?
Elevar a renda familiar per capita. Ampliar o acesso aos serviços públicos, às ações de cidadania e de bem estar social; Ampliar o acesso às oportunidades de ocupação e renda através de ações de inclusão produtiva nos meios urbano e rural.
Mary Myaluak Gai tinha 13 anos quando seu pai decidiu, sem sequer questioná-la minimamente, dá-la em casamento a um tio. A menina se recusou, mas a família a entregou assim mesmo ao homem, que, em primeiro lugar, decidiu estuprá-la. Mary vivia no Sudão do Sul e não tinha escolha senão fugir.