Kant pensava que a moralidade deriva a sua autoridade apenas da razão. Só a razão determina se uma acção é boa ou má, independentemente dos desejos que as pessoas possam ter. Segundo Kant, quando agimos moralmente as nossas acções são guiadas pela razão de uma maneira que a teoria de Hume exclui.
Segundo o filósofo, todo homem julga moralmente, e o objeto deste julgamento é a boa vontade, cuja ideia estaria presente no julgamento comum dos homens. Deste modo Kant funda o conceito de boa vontade, como o princípio fundante da moralidade, partindo de uma análise do conhecimento moral comum.
Trata-se de apresentar a Moral como uma exigência da faculdade prática da razão e como fazendo parte da natureza humana. Neste sentido, como se verá, agir moralmente é agir de acordo com nossa natureza racional.
O critério da moralidade para Kant será sempre sobre qual fonte de determinação sensível ou racional a liberdade de vontade resolve acatar. E por isso a possibilidade de agir em conformidade por inclinação imediata ao que a lei moral prescreve não é agir moralmente.
Qual era a ideia de princípio moral para Immanuel Kant?
Segundo o autor, se existe um princípio moral, ele deve ser válido universal e obrigatoriamente. Nesse sentido, a existência de leis morais pode ser concebida pelo ser racional a partir da avaliação de suas máximas, tendo sua superioridade reconhecida por estar livre de interesses, desejos e inclinações pessoais.
Para Kant, existe um dever universal baseado em leis morais e esse dever está submetido ao estrito cumprimento das leis morais em qualquer situação racional. O ser humano ou qualquer outro ser racional deve cumprir aquilo que é estabelecido pela lei moral.
Qual o ensinamento que a teoria da ética e moral de Kant ensina?
A ética em Kant consiste em fundamentar a prática moral, não se preocupando com um fim utilitário, mas usando a racionalidade universal humana para determinar a ação moral. O homem tem uma racionalidade, uma ordem que é válida como lei para todos que não deriva da experiência, mas sim, da própria razão.
Segundo Kant, a liberdade é a condição da lei moral e na sociedade o direito é tão ético quanto a moral, já que a moral garante a autonomia da razão. É a liberdade que ao realizar-se na moralidade e na legalidade é o alicerce do conceito de direito kantiano.
O imperativo categórico em Kant é uma forma a priori, pura, independente do útil ou prejudicial. É uma escolha voluntária racional, por finalidade e não causalidade. Superam-se os interesses e impõe-se o ser moral, o dever. O dever é o princípio supremo de toda a moralidade (moral deontológica).
Nas palavras do filósofo (KANT, 2000, p. 89): “A legislação que erige uma ação como dever, e o dever ao mesmo tempo como impulso é moral. Aquela, pelo contrário, que não compreende esta última condição na lei, e que, consequentemente, admite também um impulso diferente da ideia do próprio dever, é jurídica […].
Quais são os principais conceitos da filosofia moral de Kant?
Devemos encarar a razão como um fim, em-si, e dos que dela participam, também como um fim. O homem, vendo a si próprio como fim, como também a todos os outros homens, e não mais os objetos que nos atraem, torna o seu agir certo, bom, moral.
A definição de moral pode ser feita de uma forma simples: conjunto de valores e regras que definem o que é certo ou errado, permitido ou proibido em uma sociedade. Dito isso, é importante lembrar que esses conceitos podem variar de acordo com a cultura de determinado grupo.
A moral é um conjunto de convenções sociais estabelecidas com o objetivo de alcançar a boa convivência social. A origem da moral está na tentativa de orientar os comportamentos para uma boa convivência social devido à interdependência humana.
Mas, Kant esclarece que o valor da ação por dever não reside no propósito da ação, mas em sua máxima. Assim sendo, propósitos e máximas ambos determinam o querer fazer, mas não são equivalentes e o valor moral de uma ação reside em sua máxima, não em seu propósito.
Na concepção de Kant, o Direito baseia-se em dois princípios, que podemos tomar, para usar uma terminologia introduzida em outro lugar, como o princípio de avaliação (principium diiudicationis) e o princípio de execução (principium executionis) das ações conformes ao direito (recht).
A Lei Moral, segundo Immanuel Kant, é uma lei que manda agir de acordo com o que a vontade quer que se torne uma lei válida para todos. Em outras palavras, Kant diz que cada indivíduo, portador de uma boa vontade, saberia escolher, dentre suas regras particulares, aquela que pudesse valer para todos os demais.
No campo da filosofia política Kant apresenta a ideia de Paz Perpétua, como sendo o resultado da história e garantida através da cooperação internacional. Kant defende a existência de Estados organizados pela lei e com a existência de governos republicanos.
Kant estabelece que o conhecimento se dá a partir de unidade sintética entre a Sensibilidade e o Entendimento, tendo como primazia, o sujeito (o qual Kant denominava de Sujeito Transcendental) aquele que é capaz de conhecer, sujeito este que tem possibilidade de emitir juízos.
A Teoria do Conhecimento de Kant ou Idealismo Transcendental tem como objeto justificar a possibilidade do conhecimento, partindo da hipótese que nem somente o Empirismo, nem somente o Racionalismo explicam a ciência.
A filosofia teórica de Kant conclui pela impossibilidade de o intelecto produzir conhecimento por si mesmo. A experiência é a origem do conhecimento e o entendimento possui o papel de organizador das informações da sensibilidade.
Conforme a proposta kantiana, o gênero humano deve tirar pouco a pouco de si mesmo, por seu próprio esforço, todas as disposições naturais da humanidade. O homem precisa retirar de si mesmo a sua condição de ser natural e se tornar livre pela sua própria vontade.