Sem tratamento, esquizofrenia piora a cada crise “É caracterizada, principalmente, pelo que chamamos de sintomas psicóticos, como alucinações visuais e auditivas, sensação de ser constantemente perseguido ou ameaçado por outras pessoas”, explica a profissional.
Os sintomas podem ser desencadeados ou agravados por eventos estressantes da vida, como perda de um emprego ou término de uma relação amorosa. O uso de drogas, incluindo o uso de maconha, também pode desencadear ou piorar os sintomas.
Alguns dos sintomas de esquizofrenia incluem alucinações, delírios e pensamentos desorganizados, além de alterações no comportamento, como a presença de agressividade, por exemplo. É mais comum de acontecer entre os jovens, raros são os casos que ocorrem na infância e velhice.
A pessoa com essa doença, quando está em crise, normalmente apresenta outros riscos (auto agressão, suicidio, incapacidade de cuidar-se), e quando torna-se violenta, mais frequentemente é contra si e contra objetos.
“Durante um surto psicótico o paciente pode apresentar alucinações, delírios, ansiedade, agressividade, pensamento ou comportamento desorganizado e, geralmente, a pessoa apresenta um discurso confuso, incoerente, narrando uma história que não existe, alterando pensamento e comportamento”, esclarece.
Acredita-se que esse distúrbio possa surgir como resultado da interação de fatores genéticos, cerebrais e ambientais. Algumas pessoas podem ter a tendência de desenvolvê-la com o passar dos anos, já outras, um evento estressante ou emocional pode desencadear um episódio psicótico.
O indivíduo não tem uma hora regular para adormecer e acordar; ou seja, não existe uma distinção clara em termos de ritmo sono-vigília, já que o sono é fragmentado por períodos irregulares, podendo haver períodos de vigília durante a noite e períodos de sono durante o dia51.
A esquizofrenia denominada hebefrênica é a mais grave de todas e acomete mais indivíduos jovens, entre 15 e 25 anos de idade. O transtorno é marcado por sintomas como perturbação dos afetos, comportamento irresponsável e imprevisível, pensamento desorganizado e discurso incoerente.
Qual a expectativa de vida para quem tem esquizofrenia?
Além dos sintomas que afetam o comportamento e a capacidade para o trabalho, a esquizofrenia também é caracterizada por achados compatíveis com um processo de envelhecimento acelerado. Estima-se que a expectativa de vida nesta população seja de cerca de 20 anos a menos que a da população em geral.
Sem tratamento, o surto pode durar semanas e até vários meses. Após saírem do surto, os pacientes podem apresentar sintomas residuais, que normalmente são os sintomas negativos: isolamento social, menor interação afetiva, retraimento e falta de vontade para atividades diversas.
O olhar “vazio” é comum nas pessoas esquizofrênicas, também conhecido como o olhar 'que vê, mas não enxerga'. O indivíduo encara diretamente a pessoa à sua frente, mas é como se olhasse através dela e ignorasse sua presença.
Os resultados mostraram diferenças na entonação de voz entre indivíduos com e sem esquizofrenia. Ana Cristina explica que as pessoas com esquizofrenia apresentaram pouca variação de simetria e dispersão na entonação da fala, ou seja, elas expressavam suas emoções pela voz de forma menos acentuada.
Como é a personalidade de uma pessoa com esquizofrenia?
“Quem tem esquizofrenia não apresenta personalidades múltiplas. O que pode acontecer é os pacientes terem um comportamento diferente nos períodos mais complicados, tendo em vista que a doença em questão é crônica, ou seja, cursa com períodos de estabilização e crises”, afirma o psiquiatra Alexandre Proença.
Até hoje, não foi descoberta a causa da esquizofrenia, mas a combinação de alguns fatores genéticos, cerebrais e do ambiente podem desencadear a doença. Fatores hereditários - parentes de primeiro grau de um esquizofrênico têm mais chances de desenvolver a doença do que as pessoas em geral.
É perigoso conviver com uma pessoa que tem esquizofrenia?
A maioria das pessoas com esquizofrenia não é mais perigosa ou violenta do que a população em geral. No entanto, todas as pessoas com suspeitas de alguma doença mental devem ser encaminhadas para um psiquiatra, de modo a efetuar um diagnóstico atempado.
Criticar, recriminar, repreender ou debochar do parente esquizofrênico pode desencadear um estado de estresse. Super proteger e tomar à frente de todas as atividades e tarefas podam a autonomia e capacidade do doente, que acaba desistindo de ter iniciativa.
O professor ressalta que “não existe tratamento para a esquizofrenia sem remédio”, mas também é possível fazer uso de outros métodos em conjunto com os medicamentos como terapia ocupacional, reabilitação e treinamentos cognitivos, que podem proporcionar melhoras significativas no quadro dos pacientes.
Como uma pessoa com esquizofrenia enxerga o mundo?
A esquizofrenia é uma doença mental, em que o sujeito pode confundir realidade com imaginário. Os olhos da mente de um esquizofrênico podem estar repletos de ilusões, pensamentos mágicos, superstições, mas também ansiedade, irritabilidade e um mal estar permanente, chamado disforia.
Estão se acumulando evidências de que na esquizofrenia não é só a transmissão de informação de uma célula a outra que está prejudicada. O funcionamento celular parece estar comprometido, segundo estudos de proteômica do biólogo Daniel Martins-de-Souza, atualmente no Instituto Max Planck de Psiquiatria, na Alemanha.
O diagnóstico é clínico, ou seja, é realizado por meio da histórica clínica do paciente e o exame do estado mental. O médico psiquiatra é o profissional capacitado para fazê-lo e esse utiliza-se de manuais e diretrizes diagnósticas para nortear o raciocínio clínico.
Esse transtorno é também uma doença crônica, pois acaba por afetar seriamente o cérebro por meio de diversas desestruturações psíquicas. Com isso, a pessoa passa a apresentar comportamentos, relacionados exclusivamente com suas emoções e sentimentos, que não condizem com a realidade.
A esquizofrenia está associada à disfunção social e profissional e por isso a possibilidade de um paciente viver sozinho, de forma independente, se torna remota.
Os sintomas incluem ouvir vozes, sentir que as pessoas estão contra você e ter falsas crenças que não estão baseadas na realidade. Estes sintomas podem tornar muito difícil viver e cuidar de si mesmo. O tratamento inclui medicamentos antipsicóticos, serviços de apoio e um estilo de vida saudável.
Fase de sintomas psicóticos: os sintomas são ativos e muitas vezes são piores. Fase crônica: os períodos sintomáticos podem ser episódicos (com exacerbações e remissões identificáveis) ou contínuos; os deficits funcionais tendem a piorar. Há variabilidade considerável; a incapacidade pode estabilizar ou mesmo diminuir.
Se os sintomas permanecerem, é indicado um remédio chamado clozapina. “Ela é uma substância que existe desde os anos 70 e tem uma eficácia muito grande. É aplicada ao que chamamos de padrão resistente de esquizofrenia.