Na gíria do Sistema Penitenciário encontramos metáforas como areia (açúcar), botinha (cigarro com filtro), corneta (canudo para aspirar cocaína), giz (cigarro), dragão (isqueiro), falante (rádio), pavão (televisão), papagaio (rádio), pá (colher), agá (fingir algo), entre muitas outras.
Os presos em celas físicas são aqueles que, independentemente de saídas para trabalhar e estudar, dormem no estabelecimento prisional. Já os presos em prisão domiciliar são os que cumprem pena em casa e podem ou não usar equipamentos de monitoração eletrônica.
Dentro dessas unidades prisionais, certas celas (ou barracos, no linguajar dos presos) são conhecidas por abri- gar esses sujeitos: são os chamados barracos das monas.
Há cadeia que oferece colchão e lençol. Outras só cobertores, que os presos dobram e colocam sobre a estrutura para aliviar o contato com o concreto frio e áspero.
Os detidos, em sua grande maioria, não recebem roupas, cobertores e produtos essenciais na unidade prisional, por isso é de extrema importância o auxílio familiar – através do Jumbo – neste momento. O Jumbo pode ser levado pessoalmente na unidade prisional ou ser enviado através dos Correios.
Para se acostumar, outras definições: "sapo" é cadeado, "boi" é banheiro, enquanto "tatu" é o buraco feito, geralmente dentro do "boi", para fugir da cadeia.
Os shelters representam uma das apostas do governo para minimizar a superlotação das carceragens. Segundo a Sesp, estão sendo investidos R$ 8 milhões na aquisição de um total de 57 celas modulares, que representaram um aporte de 684 vagas.
Chamam de "praia" o chão de cimento; "quieto" é a cortina que improvisam para criar alguma privacidade nos cubículos superpovoados. "Tumba" é o espaço sob a cama, onde dormem alguns, quando as lajes de pedra já estão ocupadas.
As camas são de solteiro e de madeira, material que também é usado nos berços. Na confecção, são usados parafusos, pregos, lixadeiras, plainadeiras e outros equipamentos de marcenaria. Os detentos envolvidos no trabalho podem ter a pena que estão cumprindo reduzida, conforme prevê a legislação brasileira.
Em decisão proferida no REsp 1537530, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o Estado de São Paulo deve disponibilizar banhos aquecidos em todas as suas unidades prisionais.
Sendo assim, os únicos custodiados que usam uniformes são os classificados para o trabalho interno nas unidades prisionais. O objetivo é diferenciar os presos que trabalham dos demais. Os uniformes ficam sob a guarda do próprio preso classificado, responsável pela sua lavagem.
Os presos brasileiros são normalmente forçados a permanecer em terríveis condições de vida nos presídios, cadeias e delegacias do país. Devido à superlotação, muitos deles dormem no chão de suas celas, às vezes no banheiro, próximo ao buraco do esgoto.
Para quem não sabe, a principal distinção entre uma e outra unidade prisional está no tipo de apenado que recebem. Enquanto os presídios abrigam réus com processos sem transitado e julgado, isto é, o julgamento ainda não aconteceu, as penitenciárias abrigam presos já condenados pelo sistema judiciário.
Itens de higiene com entrada permitida (1 vez ao mês) em todas as unidades prisionais: 01 frasco de sabonete líquido incolor, com peso máximo de 500 ml. 01 pasta de dente líquida em embalagem transparente.
Ainda que a visita íntima possa contribuir para a reinserção social, isso não indica que ela precisará acontecer no ambiente do cárcere. Por isso, não são permitidas as visitas íntimas no interior dos estabelecimentos prisionais, ainda que os detentos de baixíssimo risco possam sair para ter essa relação íntima.
A tranca é um local onde os presos cumprem medida disciplinar ou administrativa separados dos demais detentos. No espaço eles ficam sem receber visitas e perdem o direito ao banho de sol.
Você já ouviu falar em 'teresa'? É uma escada improvisada com lençóis para fugir da cadeia. Uma técnica de 800 anos atrás, usada em 29/1/2023 por traficantes do Rio.