Falar sozinho (solilóquio) é um comportamento que pode aumentar de frequência em algumas situações, como sob estresse ou ansiedade. No entanto não depende da existência de outros transtornos para que essa fala surja, como um comportamento impulsivo/difícil de controlar.
Falar consigo mesmo nos permite “focar o momento presente com as emoções presentes” para tomar consciência delas, compreendê-las e gerenciá-las. O diálogo interno também é uma poderosa fonte de motivação, a mais sincera, a mais confiável e a que nunca deve falhar.
Falar com nós mesmos tem várias finalidades, segundo Fernyhough. Pode acalmar a ansiedade e aumentar a motivação. Pode animar, ajudar no planejamento ou fazer com que uma sala vazia pareça mais amigável, acrescentou.
Na verdade, é uma prática que até pode ajudar e ser uma boa estratégia de saúde mental para o dia a dia. A 2º Ten (RM2-T) Karina Abrahim, psicóloga da Unidade Integrada de Saúde Mental (UISM), explica. “Falar sozinho é um hábito que praticamente todos têm e que pode fazer muito bem em diversas situações.
Aprenda a FALAR consigo MESMO | Manifeste o que Desejar
É normal falar sozinho em voz alta?
Não tem problema falar sozinho, mas é preciso prestar atenção quando esse hábito começa a causar problemas. Falar sozinho é um costume para muitas pessoas. Pode acontecer durante o banho, quando está sozinho(a) em casa ou até no caminho para o trabalho.
De forma simplificada, o ileísmo é a prática de falar sobre si mesmo na terceira pessoa, em vez da primeira. É um recurso retórico frequentemente usado por políticos para tentar dar às suas palavras um ar de objetividade.
A preocupação em ser grandioso, o exibicionismo, sentimento de indiferença em relação ao outro, a ausência de empatia e a incapacidade de se relacionar são aspectos que definem o narcisismo, segundo Anna Karynne Melo, psicóloga, psicoterapeuta e coordenadora do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza.
CONSIGO é um pronome reflexivo e devemos evitar usá-lo com o sentido de “com ele”, “com você” ou “contigo”. Isso significa que a expressão CONSIGO MESMO seria redundante. Não é necessário dizer: “Ele levou os dólares consigo mesmo.” Basta: “Ele levou os dólares consigo.”
“O modo que você fala com você mesmo, a auto-fala, ou conversa positiva, provou ser mais benéfica do que qualquer outra estratégia mental que existe quando você olha o assunto da psicologia esportiva como um todo.”
A maneira como você fala consigo mesmo pode ter um impacto importante em sua autoestima, aprendizado e autoconsciência. Tratar-se com gentileza, fazer perguntas a si mesmo e prestar atenção às suas palavras pode ajudá-lo a aproveitar ao máximo sua conversa interna.
O solilóquio trata-se de uma “conversa” subjetiva que permite aceder ao interior do sujeito em questão e pode cobrir um diálogo que a pessoa mantém consigo mesma ou com outros, com um objeto ou com um ser incapaz de falar, como uma planta ou um animal, por exemplo.
“Falar sobre nós é muito importante, pois é assim que vamos pensando sobre nós e nossa vida, e ressignificando aquilo que é necessário, aprendendo a nos ouvir e, com isso, entender como estamos pensando e elaborando as situações” explica a psicóloga Vanessa Torres.
Falar sozinho faz bem? Um estudo da Universidade de Michigan descobriu que a conversa interna em voz alta pode aumentar a autoestima, melhorar a confiança e nos ajudar a superar desafios.
O que uma pessoa fala de si mesma pode não revelar o que é?
Um novo estudo de universidades norte-americanas e suíças revela que quem fala muito de si próprio não é necessariamente chato e egoísta – pode estar a passar por um período de angústia emocional. E mais: essas pessoas podem ser mais suscetíveis que o normal a problemas psicológicos como a ansiedade ou a depressão.
A metalinguagem ocorre quando, no próprio discurso, faz-se referência à linguagem utilizada para transmitir uma ideia. Assim, o enunciado fala de si próprio, podendo apontar inclusive para suas próprias características.
O emprego de uma expressão de reforço como "mesmo" ou "próprio" depois do "si" que denota ação reflexiva não constitui redundância. Portanto, é perfeitamente lícito dizer “Ela feriu a si mesma”, “Eles enganaram a si próprios”, “Sempre exige muito de si próprio”.
Segundo a psicanalista Andréa Ladislau, não existe nada de errado nessa mania, viu? E nem mesmo representa algum transtorno. Pelo contrário, falar sozinho traz até benefícios, como a facilitação de processos comportamentais e psicológicos, e a potencialização da memória, foco, concentração e tomada de decisões.
Existem várias explicações para o hábito de falar demais: ansiedade, carência e questões de personalidade. Contudo, a compulsão por falar em excesso também pode ser um patologia, conhecida como verbomania.