O TDAH não é um transtorno que abala apenas a infância e algumas pessoas só descobrem o problema depois de adultos. Entenda! O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um transtorno comumente associado à infância, pois é nesta idade que ocorre a grande maioria dos diagnósticos.
RIO - O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) conhecido por ter início na infância pode ser desenvolvido durante a vida adulta, segundo dois estudos diferentes, do Brasil e do Reino Unido, publicados no periódico científico “JAMA Psychiatry” nesta quarta-feira.
Alguns pesquisadores e clínicos ainda defendem a idéia de que esse diagnóstico é extremamente raro entre adultos e sugerem que a remissão dos sintomas ocorre na maior parte dos casos.
O diagnóstico correto e preciso do TDAH só pode ser feito através de uma longa anamnese (entrevista) com um profissional médico especializado (psiquiatra, neurologista, neuropediatra). Muitos dos sintomas podem estar associados a outras comorbidades correlatas ao TDAH e outras condições clínicas e psicológicas.
As 6 características mais comuns do TDAH Adulto • Casule Saúde e Bem-estar
Qual exame detecta TDAH em adultos?
Unidades de saúde que realizam exames como o eletroencefalograma e a polissonografia podem se beneficiar da telemedicina neurológica. Essa especialidade conecta sua equipe a especialistas remotamente, incluindo eletroencefalografistas experientes.
O adulto com TDAH apresenta esquecimentos com frequência. O adulto com TDAH geralmente não consegue definir suas prioridades. O adulto com TDAH frequentemente vê-se sobrecarregado. A pessoa adulta com TDAH pode apresentar grande agitação, física e também mental.
A impulsividade passa a se manifestar como uma dificuldade em esperar ou como impaciência, uma tendência a interromper as pessoas ou responder de forma precipitada. Outros sintomas importantes no TDAH adulto são as dificuldades com funções executivas, como inibição e a memória de trabalho e a desregulação emocional.
Os sintomas do TDAH também podem interferir nas relações pessoais, afetando negativamente o convívio familiar, reduzindo as chances de sucesso pessoal e satisfação, e colocando em risco casamentos saudáveis.
É a última parte do cérebro a amadurecer, o que só ocorre por volta dos 20 anos de idade. Isso explica as decisões impulsivas dos adolescentes. Pessoas diagnosticadas com TDAH têm um atraso ainda maior na maturidade desta região, o que pode indicar o porquê desta impulsividade relacionada ao transtorno2.
Segundo estudos, a predisposição genética e a ocorrência de alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro são a principal causa do TDAH.
Com frequência não seguem instruções e não concluem tarefas. Têm com frequência dificuldades para organizar tarefas e atividades. Com frequência evitam, não gostam de ou relutam em se envolver em tarefas que exigem esforço mental prolongado. Perdem coisas com frequência.
3. O minimalista — quem tem TDAH sabe que tentar organizar as coisas é um pesadelo. Por isso, uma estratégia comum para lidar com o problema é simplificar a vida ao máximo. Pessoas desse perfil fazem de tudo para ter o mínimo possível de posses, para que não haja muito o que organizar.
Entretanto, o diagnóstico deve ser feito por profissionais de várias especialidades, levando em conta que não existe um exame específico para detectar o TDAH. Testes psicológicos, neurológicos ou físicos podem ser usados para descartar outras enfermidades.
A puberdade, por exemplo, agrava os sintomas, e a vontade de ser independente, típica da adolescência, funciona como um gatilho para a impulsividade. É mais comum que adolescentes com o transtorno se envolvam com álcool, drogas, sexo compulsivo e brigas. Esses pacientes também possuem um atraso na maturidade emocional.
Sintomas como dificuldade de concentração, distraibilidade, dificuldade em manter a organização, má gestão de tempo e até mesmo sensibilidade emocional se fazem presentes diariamente no dia-a-dia destes adultos, causando diversos prejuízos em suas atividades e até mesmo relações interpessoais.
O neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe, pontua que o tempo para diagnosticar pode variar, mas leva, em média, de seis meses a um ano. Afinal, envolve uma avaliação abrangente, com coleta de informações de várias fontes, como pais, professores e profissionais de saúde.
Aditivos artificiais. Algumas crianças com TDAH podem se beneficiar com a remoção de aditivos artificiais de suas dietas. Inclusive há recomendação científica que as crianças evitem esses aditivos, principalmente corantes alimentares, porque eles podem piorar os sintomas de TDAH.
O TDAH ainda não é considerado uma PCD, ou Pessoa com Deficiência. Mas existe um PL que ainda será analisado por outras três comissões da Câmara dos Deputados. O texto da lei prevê as diretrizes da nova política e os direitos das pessoas com TDAH.
Estudos apontam que apesar da expressiva prevalência em crianças (estima-se que atinge até 6% da população infantil), o TDAH pode persistir na vida adulta, afetando em média 2,5% de pessoas em todo o mundo.