Após uma segunda intifada, muito mais violenta que a primeira, Israel retirou suas tropas e cerca de 7 mil colonos da Faixa de Gaza em 2005. Um ano depois, o Hamas venceu de forma clara as eleições palestinas.
Israel retirou suas forças terrestres do sul da Faixa de Gaza neste domingo, segundo a imprensa local, em uma desocupação parcial após seis meses da guerra devastadora desencadeada pelos ataques do grupo terrorista Hamas ao país em 7 de outubro.
O movimento para ocupar Gaza é motivado por um fervor nacionalista, zelo religioso e preocupações de segurança após os ataques de 7 de outubro, quando os combatentes do Hamas atacaram a fronteira israelense com Gaza, matando 1,2 mil pessoas e levando outras 240 como reféns, de acordo com o governo de Israel.
O governo israelense começou uma invasão terrestre da Faixa de Gaza em 3 de janeiro de 2009 e rejeitou muitos pedidos de cessar-fogo, até os dois lados declararem um cessar-fogo unilateral. Cerca de 1 100 e 1 400 palestinos e treze israelenses foram mortos durante os 22 dias de conflito.
Entre as vitórias, a Guerra dos Seis Dias (entre 5 e 10 de junho de 1967), quando Israel enfrentou e sufocou os vizinhos. Seis anos depois, em 1973, houve a Guerra do Yom Kippur, do Egito e Síria contra Israel. As conquistas territoriais de Israel em meio a guerras duplicaram o seu território. Mas deixou marcas.
Israel invadiu um bairro na Cidade de Gaza nesta quinta-feira (27), dizendo aos palestinos, conforme os tanques avançavam, que eles deveriam se deslocar para o sul.
Após uma segunda intifada, muito mais violenta que a primeira, Israel retirou suas tropas e cerca de 7 mil colonos da Faixa de Gaza em 2005. Um ano depois, o Hamas venceu de forma clara as eleições palestinas.
A Faixa de Gaza, densamente povoada, depende fortemente de Israel para obter água, eletricidade e alimentos, o que faz com que o bloqueio mais severo tenha um impacto de longo alcance.
A ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza aconteceu logo após a Autoridade Palestina (AP) e o Movimento de Resistência Islâmica Hamas constituírem um segundo governo palestino unitário, respectivamente na Cisjordânia e em Gaza.
A ascensão política do Hamas fez Israel impor um bloqueio econômico à Faixa de Gaza. Nesse bloqueio, Israel proibiu a entrada em Gaza de tudo que poderia ser utilizado na produção de armas, permitindo a entrada apenas de itens básicos.
Porque a Faixa de Gaza é tão importante para os palestinos?
A Faixa de Gaza é uma região que forma, com a Cisjordânia, a Palestina. O território da Palestina busca reconhecimento internacional como um Estado. O território gazeu serviu como abrigo para um grande número de refugiados que fugiram da Palestina após a fundação do Estado de Israel.
Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou um plano para dividir a Palestina em duas terras principais e um centro que teria um sistema de controle internacional: um estado judeu (Israel), um estado árabe (que na época incluía o que é agora Gaza, Cisjordânia e outros lugares) e Jerusalém no centro.
Em 1987, explodiu uma revolta popular contra os israelenses na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, inicialmente fora do controle da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e de seu principal líder, Yasser Arafat. A rebelião ficou conhecida como intifada, sobressalto, em árabe.
“A Palestina tem vivido, desde a criação de Israel (1948), uma situação de conflito endêmico. Uma guerra teve início no dia seguinte à criação do Estado. Mais duas ocorreram nas décadas seguintes (Guerra dos 7 dias e Guerra do Yom Kippur), todas vencidas por Israel”, frisa o professor Philippe.
A Palestina não é reconhecida como um país pelas Nações Unidas, mas como um "Estado observador não membro" desde o final de 2012. Isso se deve a uma série de fatores, entre os quais falta de apoio internacional, sobretudo de superpotências como os Estados Unidos.
Em 1947, por meio da Resolução 181, a ONU cria o Estado de Israel e o Estado da Palestina, dividindo as terras da região. A divisão foi feita desse modo: 55% para os judeus e 45% para os muçulmanos, cuja população era o triplo da de judeus. Além de ter um território maior, os judeus teriam as terras mais férteis.
Os palestinos consideram a criação de Israel como um evento traumático, pois muitos foram forçados a deixar para trás suas casas, propriedades e vidas estabelecidas há gerações. A expulsão foi realizada por tropas israelenses, que alegavam a necessidade de criar espaço para o novo estado judeu.
A cidade de Gaza ficará deserta, e Asquelom será abandonada. Os moradores de Asdode serão expulsos em menos de um dia, e os moradores de Ecrom serão levados embora como prisioneiros. Ai de vocês, filisteus, que moram no litoral do mar Mediterrâneo!
O Hamas, um grupo militante islâmico palestino com sede em Gaza, foi fundado em 1988 para lutar contra a ocupação israelense. O Hamas e outros grupos militantes lançaram repetidos ataques contra alvos israelenses em Gaza, levando à retirada unilateral de Israel de Gaza em 2005.
Em 1967, eclodiu a guerra entre Israel, Egito, Jordânia e Síria. Durante o conflito, que ficou conhecido como a Guerra dos Seis Dias, Israel tomou Gaza e manteve-a durante quase 40 anos, até 2005, quando retirou as suas tropas e colonos.
Israel capturou Gaza do Egito em uma guerra em 1967 e depois retirou-se em 2005. O território, onde vivem cerca de dois milhões de palestinos, caiu sob o controle do Hamas em 2007, após uma breve guerra civil com o Fatah, uma facção palestina rival que é a espinha dorsal da Autoridade Palestina.
Como um dos mais radicais grupos militantes palestinos que se recusa a aceitar a existência de um Estado judeu no Oriente Médio, o Hamas já vinha se opondo a aproximação saudita com Israel. Para muitos analistas, o ataque do último sábado pode ter sido uma tentativa de atrapalhar um possível acordo.
Gaza foi capturada por Israel na Guerra dos Seis Dias em 1967, mas em 1993, a cidade foi transferida para a recém-criada Autoridade Nacional Palestina.
Faixa de Gaza é um território palestino na fronteira com o Egito e Israel, com saída para o Mediterrâneo. Possui dois milhões de habitantes e é alvo de conflitos constantes.