Como a dengue pode afetar o cérebro? Segundo uma pesquisa publicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (FRJ), entre 1% e 5% das pessoas contaminadas podem desenvolver doenças neurológicas como encefalite, mielite, neuropatia, meningite e Guillain-Barré.
Em casos mais raros, a dengue (especialmente os sorotipos 2 e 3) pode provocar ainda a encefalopatia, condição que causa confusão, alterações mentais, convulsões ou até mesmo o coma.
dor de cabeça intensa: normalmente na região frontal (área da testa) da cabeça. dor muscular e nas articulações: dor extremamente forte e intensa. dor nos olhos: pacientes com dengue normalmente sentem dor atrás dos olhos. fadiga: sensação de cansaço extremo e fraqueza.
O que acontece quando a dengue ataca o sistema nervoso?
Risco neurológico
Chamada por especialistas e pesquisadores de dengue neurológica, essa forma da doença é considerada rara e acontece quando o vírus atinge o sistema nervoso, o cérebro ou a medula, podendo, muitas vezes, ser irreversível.
A intensidade é alta em quase todos os casos. Outras manifestações associadas, como náuseas, vômitos, fotofobia e fonofobia, ocorrem com frequência. A intensidade e as características da cefaleia não diferem entre Dengue Primária e Secundária, DF e DHF, ou entre pacientes com ou sem outros sintomas neurológicos.
Pode levar à paralisia e causar danos permanentes. Em sua forma grave, a dengue também pode provocar alterações sérias no coração, que se manifestam, por exemplo, com quadros de insuficiência cardíaca e miocardite - inflamação no músculo cardíaco.
Uma das complicações mais graves é a encefalite, uma inflamação severa no cérebro que pode ocorrer em decorrência de uma infecção por vírus, como é o caso da dengue. Se não tratada, pode resultar em sequelas motoras e da fala, além de paralisia. Em alguns casos, pode levar ao óbito.
Além disso, a profissional alerta sobre a diminuição das plaquetas, uma vez que o vírus atinge a medula óssea. São as quedas muito expressivas das plaquetas que ocasionam o sangramento, sinal de alarme que deve ser tratado com ajuda médica. “O vírus também pode provocar danos no fígado, baço e rins.
Problemas que podem ocorrer durante a fase crítica: choque por extravasamento de plasma; hemorragias graves, envolvimento grave de órgãos, ou seja, falência orgânica. Quando o paciente sobrevive à fase crítica (que não ultrapassa 48 a 72 horas), ele passa para a fase de recuperação.
Dor abdominal intensa e contínua, ou dor à palpação do abdome. Vômitos persistentes. Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico). Sangramento de mucosa ou outra hemorragia.
Até essa descoberta, os cientistas sabiam que o sistema imunológico conseguia se livrar do vírus, mas nunca tinham entendido o processo em detalhes. O que a MBL faz é identificar moléculas de açúcar presentes ao redor do vírus. Uma vez que o corpo estranho é detectado, os anticorpos reagem e matam os vírus.
Inicialmente, o quadro clínico é exatamente igual, não sendo possível distinguir quem evoluirá de forma favorável ou desfavorável. As complicações da dengue hemorrágica costumam surgir entre o 3º e 7º dia de doença, geralmente no mesmo momento que a febre costuma melhorar.
Na fase aguda, a dengue pode comprometer o sistema nervoso e levar o paciente a ficar com sonolência, confusão, com dor de cabeça intensa, muitas vezes, e até desenvolver quadros de meningite ou encefalite.
A dengue, quando não tratada corretamente, pode causar hepatite e/ou insuficiência hepática aguda, que são doenças que afetam o fígado, levando a alterações no funcionamento do órgão.
“Nos casos em que a dengue evolui para a forma hemorrágica, o número de plaquetas da gestante diminui, e os riscos de hemorragia aumentam. Esse quadro estimula deslocamentos placentários e hemorragias que, se não controlados, podem levar à interrupção da gravidez”, explica Anne Karollinne.
O infectologista Julival Ribeiro aponta que as pessoas diagnosticadas com dengue grave, chamada de dengue hemorrágica, podem continuar com sintomas e ter sequelas, como insuficiência cardíaca e miocardite – uma inflamação do tecido muscular do coração. Julival menciona, ainda, que podem haver sequelas cerebrais.
Na fase crítica da dengue (entre o terceiro e o sexto dia após o início dos sintomas), podem surgir manifestações clínicas (sinais de alarme) correspondentes a uma complicação da doença potencialmente letal chamada dengue grave (conhecida anteriormente como dengue hemorrágica).
Quanto tempo as plaquetas voltam ao normal depois da dengue?
No caso da coordenadora de projetos Beatriz Lavandoscki, as plaquetas chegaram a 115 mil durante o período em que esteve com a doença, mas os valores voltaram à normalidade após uma semana em tratamento.
Ainda não há uma explicação científica de por que isso acontece. As complicações neurológicas podem surgir em um quadro de dengue clássica ou hemorrágica, quando a infecção começa a destruir plaquetas responsáveis pela coagulação, e o paciente passa a ter sangramentos.
Quanto tempo demora para o corpo voltar ao normal depois da dengue?
O ciclo da dengue no corpo do paciente dura entre 5 e 14 dias. Passado esse período, nem sempre as coisas voltam ao normal. Algumas pessoas ficam mais cansadas, sem disposição e, até mesmo, tristes – esses sintomas são característicos de um quadro que pode ser chamado de pós-dengue.
Com a evolução da infecção para encefalite, os seguintes sintomas podem aparecer: confusão, agitação, desmaio, extrema sensibilidade à luz, rigidez do pescoço e costas, amnésia, dor de cabeça intensa, febre, mal estar, boca torta, dificuldade na fala, sonolência, vômitos, paralisia, fraqueza muscular e convulsões.
É possível confirmar se a dengue, zika ou chikungunya são os causadores de doenças neurológicas por meio da presença do RNA viral ou antígenos virais no soro e/ou líquido cefalorraquidiano (LCR), sendo a presença do material genético viral no LCR considerada a mais forte evidência de causalidade.