A ansiedade social em níveis extremos, por sua vez, pode impactar negativamente a vida de um indivíduo, incapacitando-o de se relacionar, trabalhar ou estudar. É comum que aqueles com o transtorno tenham medo de praticamente todas as situações em sua vida que envolvem outras pessoas, o que leva ao isolamento.
A pessoa com transtorno de ansiedade social se preocupa com o fato de que seu desempenho ou ações sejam considerados inadequados. Em geral, ela teme que sua ansiedade se torne óbvia, pois acredita que irá transpirar em excesso, apresentar rubor facial, vomitar, tremer ou gaguejar.
Popularmente conhecido como fobia social, o transtorno de ansiedade social (TAS) é quando o indivíduo evita situações de convívio social pelo receio de ser constantemente avaliado negativamente, vive com medo de ser julgado por todos a sua volta, mesmo em relação aos pequenos acontecimentos do dia.
“Alguns casos não tratados de ansiedade podem até evoluir para uso de substâncias e até para um transtorno depressivo. O tratamento e seu seguimento são muito importantes”, conclui a profissional.
O que pode acontecer se a ansiedade não for tratada?
Cerca de 9,3% dos brasileiros sofrem do transtorno de ansiedade patológica que, quando não tratado, pode desencadear outros transtornos mentais, como a depressão, que atinge 300 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Transtorno de Ansiedade Social: como tratar e lidar | Psicóloga Cristiane Garcia
É possível viver sem ansiedade?
De acordo com a psiquiatra Dra. Érika Mendonça de Morais, o transtorno de ansiedade ainda não pode ser curado, mas o tratamento pode eliminar os sintomas e deixar o paciente em remissão.
Contudo, quando a ansiedade prejudica a qualidade de vida e desencadeia sintomas intensos e frequentes, pode indicar que um transtorno está em desenvolvimento, como no caso do transtorno de ansiedade generalizada (TAG).
Ao passar à condição de patologia, a ansiedade prejudica o controle emocional e pode acarretar prejuízos psíquicos e físicos. Vejamos, a seguir, o que causa o transtorno de ansiedade, como identificar sintomas, diagnóstico e formas de tratamento.
A ansiedade passa a ser patológica quando começa a prejudicar o dia a dia, causando transtornos físicos e emocionais e interferindo na qualidade de vida do indivíduo, que não consegue controlá-la.
O tratamento da ansiedade social é feito, principalmente, com psicoterapia. Em casos mais severos, um psiquiatra pode indicar medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos para diminuir os sintomas ansiosos.
Critérios para o diagnóstico de Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social segundo a CID-1010(D). Medo de escrutínio pelas outras pessoas que leva à evitação de situação sociais.
Um terço (31,6%) da população mais jovem, de 18 a 24 anos, é ansiosa — os maiores índices de ansiedade, líder dentre todas as faixas etárias no Brasil. As prevalências são maiores no Centro-Oeste (32,2%) e entre as mulheres (34,2%). Além disso, 12,7% relatam já terem recebido diagnóstico médico para depressão.
O tratamento da fobia social é feito por um psiquiatra ou por um psicólogo. Existem casos em que a fobia social tem cura se o tratamento for feito regularmente e de forma adequada. Em algumas situações, o psiquiatra pode prescrever o uso de medicamentos.
A Fobia Social desenvolve-se com base nas experiências e aprendizagens do passado, principalmente na infância e adolescência. Os acontecimentos negativos e/ou traumáticos na vida de uma criança, como conflitos familiares, experiências de humilhação ou bullying podem estar na origem deste transtorno.
A ansiedade social pode se manifestar por meio de diversos tipos de sintomas: físicos, emocionais e comportamentais. Quando são muito intensos, podem prejudicar a vida pessoal e profissional do indivíduo.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é um tipo de ansiedade intensa, excessiva e persistente. Na TAG, a condição da ansiedade é permanente, interferindo na qualidade de vida do portador de forma significativa.
Pessoas diagnosticadas como ansiosas tem menos propensão em distinguir estímulos seguros, neutros e ameaçadores. Além disso, o cérebro de quem sofre com ansiedade não consegue diferenciar situações novas e irrelevantes de algo familiar, resultando em medo, insegurança e outros sintomas da ansiedade.
Quem sofre com esse transtorno tende a apresentar uma mente mais acelerada, com excesso de preocupações e pensamentos. Por isso, a inquietação é um sintoma comum. O indivíduo pode ter dificuldade em ficar parado, focar em uma tarefa ou relaxar. Além disso, a pessoa pode buscar múltiplos afazeres ao longo do dia.
Pessoas ansiosas avaliam o que dizem e o que fazem repetidamente. Fazem isso tanto em relação ao futuro quanto ao passado. Por exemplo, quando precisam falar com alguém sobre um assunto difícil, ensaiam a conversa na cabeça e, normalmente, tem uma visão pessimista do que pode acontecer.
É uma reação extremamente forte que, na maioria das vezes, se caracteriza por uma sensação inexplicada de medo, respiração irregular, taquicardia e tremores no corpo.
Cansaço, sensação de esgotamento e dores no peito são sintomas muito comumente associados à ansiedade. E não é para menos: de acordo com dados levantados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil é o país mais ansioso do mundo.
Saiba como evitar. O aumento de doenças cardiovasculares em pessoas mais jovens não é mais uma novidade para a ciência e especialistas explicam: o estresse contribui para problemas como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Portanto, a ansiedade passa a ser reconhecida como patológica quando é exagerada, desproporcional em relação ao estímulo, desencadeando sofrimento emocional e comprometendo negativamente a qualidade de vida e o desempenho diário da pessoa.
Crises de ansiedade podem fazer parte de um quadro psiquiátrico que precisa ser tratado. Assim, quando esse tipo de problema se torna frequente e afeta atividades que antes não eram um problema, é indicado procurar ajuda profissional.