Nas teorias psicogenéticas de Wallon (2007), Piaget (1978) e Vigotski (2007), o brincar assume lugar de destaque, estabelecendo uma estreita relação entre o desenvolvimento e a aprendizagem, e, consequentemente, com implicações no contexto educacional.
Paulo Freire (1921-1997) foi alfabetizado pelos pais em casa. Em uma relação de aprender a ler o mundo e as palavras ao mesmo tempo, o nome dos pássaros e das árvores do quintal ditavam o conteúdo das aulas.
Segundo Henry Wallon (2007), toda atividade da criança é lúdica, desde que não seja imposta. Para ele, é imprescindível que a criança tenha oportunidade de brincar, porque é através do corpo que ela estabelece a primeira comunicação com o meio.
O que os autores falam sobre o brincar na educação infantil?
Aprendizagem através do brincar/ jogar
São vários os autores que defendem que as crianças quando brincam, representam o mundo à sua volta, imitam situações do dia-a- dia, reinventam momentos que tenham vivenciado e ainda constroem situações através da sua imaginação.
Brincar de recriar o antes e o depois no cotidiano é a oportunidade para compreender o significado do tempo. O mundo social surge quando a criança interage com outras pessoas para aprender e expressar suas brincadeiras. Pular amarelinha, rodar um pião, jogar peteca: primeiro se aprende e depois se brinca.
Vygotsky fala que o maior autocontrole de que é capaz uma criança se produz no jogo, ao renunciar a uma atração imediata, por exem- plo: comer a um caramelo que as regras proí- bem, porque representa algo não comestível em determinado jogo. O autor associa esta renún- cia como forma de alcançar o máximo de pra- zer.
A proposta da BNCC da Educação Infantil trata o brincar como um dos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento que pautam os Campos de Experiências.
De acordo com Vygotsky (1998), um dos principais representantes dessa visão, o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e/ou adultos.
Porque o brincar é tão importante na educação infantil?
É através do brincar que a criança forma conceitos, seleciona ideias, percepções e se socializa cada vez mais. O brincar é uma atividade que auxilia na formação, socialização, desenvolvendo habilidades psicomotoras, sociais, físicas, afetivas, cognitivas e emocionais.
Qual o objetivo de brincar com ferramentas na educação infantil?
Eles aprendem que podem criar algo por conta própria, o que fortalece sua autoconfiança e senso de autonomia. Desenvolve a atenção e concentração: Brincar com a bancada de ferramentas requer foco e atenção às tarefas. Isso pode ajudar as crianças a desenvolver habilidades de concentração e atenção sustentada.
Brincar é o trabalho da criança. A frase é de Maria Montessori e continua tão verdadeira hoje quanto era quando ela escreveu. O objetivo da criança é a construção de si mesma. A brincadeira livre, em que as crianças escolhem o que fazer, quando fazer e onde, é um dos principais aspectos de suas vidas.
O que Paulo Freire fala sobre brincar na educação infantil?
A brincadeira não pode ser entendida como um espaço/tempo único, exclusivo, no conjunto das atividades da criança e sim, deve permear todos os momentos de aprendizagem.
Segundo Piaget (1978) as manifestações lúdicas estão relacionadas ao desenvolvimento da inteligência, ou seja, estão relacionados aos estágios do desenvolvimento cognitivo. Cada etapa do desenvolvimento está relacionada a um tipo de atividade lúdica que se sucede da mesma maneira para todos os indivíduos.
J Piaget propõe que os jogos - todos os jogos podem ser estruturados basicamente segundo três formas: exercício, símbolo ou regra. O que caracteriza essas formas e qual é a importância de cada uma delas para a construção do conhecimento na escola?
Vygostky (1979, p. 45) afirma que “a criança aprende muito ao brincar. O que aparentemente ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade uma importante ferramenta para o seu desenvolvimento cognitivo, emocional, social, psicológico”. Tal afirmativa é deveras veraz no âmbito da Educação Infantil.
Como Vygotsky entende o ato de brincar e o brinquedo?
Para Vygotsky (2007) o que torna a atividade de brinquedo um meio de suprir a necessidade da criança, é que dentro desta atividade a criança pode realizar desejos que não são realizáveis em seu mundo imediato. É uma das formas que a criança tem de se relacionar com os inúmeros fatores que lhe são novos e curiosos.
Wallon (2007) acrescenta que a ludicidade se torna um fenômeno importante para a criança porque inclui atividades que são realizadas com prazer e espontaneidade, fazem parte da essência do comportamento infantil.
Piaget (1971, p. 67) diz que "Quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois a sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui”.
Quais autores falam sobre a importância do brincar na educação infantil?
Desde então, filósofos, psicólogos e educadores como Santo Agostinho, Pestallozi, Froebel, Piaget e Vygotsky empreenderam esforços teóricos e práticos para valorizar o papel dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento humano, sobretudo na infância.
Para Froebel o brinquedo é um ato que faz parte da natureza infantil, sendo assim a atividade principal desta faixa etária a única forma que a criança tem de expressar seu mundo interior, de conhecer-se e de harmonizar-se com a tríade da Unidade Vital. A criança necessita simbolizar seu interior em objetos.
Piaget demonstrou que as atividades lúdicas conscientizam, sensibilizam e socializam, destacando a importância de aplicá-las nas diferentes fases da aprendizagem escolar. Na perspectiva Vygotsky, o brinquedo tem intrínseca relação com o desenvolvimento infantil, especialmente na idade pré-escolar.