A transferência na teoria psicanalítica é realizada quando você projeta sentimentos sobre outra pessoa para seu terapeuta. Um exemplo clássico de transferência é quando um cliente se apaixona por seu terapeuta. No entanto, pode-se também transferir sentimentos de raiva, desconfiança ou dependência.
A transferência é um tipo de deslocamento dos conteúdos do inconsciente para o pré-consciente. O processo transferencial transcorre como uma projeção atualizada que o analisando faz na figura do analista.
No que diz respeito à transferência erótica, Freud a define como uma "inclinação amorosa" que, diferentemente da transferência positiva, torna-se intensa, revelando sua origem localizada em uma necessidade sexual direta, que inevitavelmente produz uma oposição interna a si própria.
Na análise junguiana, a transferência é vista como um processo pelo qual os pacientes projetam seus próprios complexos, fantasias e conteúdos inconscientes nos analistas. Isso ocorre de maneira semelhante à transferência em outras formas de psicoterapia, como a psicanálise freudiana.
Lacan ressalta a transferência como um artifício engendrado por uma fala endereçada a alguém que escuta. São dois pontos importantes a destacar: não se trata de um diálogo, mas um que fala e outro que recebe a fala que passa a ser endereçada para este suposto saber sobre a sua verdade enquanto enigma inesgotável.
Freud considera o amor de transferência o inconsciente em ação. O recalque na sua infinita repetição pega o analista fixando-lhe um significante desconhecido do sujeito, fazendo desse analista um parceiro, um cúmplice, do seu inconsciente.
A transferência erotizada seria predominantemente baseada em uma modalidade psicótica. A fantasia subjacente responsável pela erotização, que teria uma função defensiva, seria a fantasia de separação e abandono, a qual seria uma tentativa de restauração de um estado de fusão narcísica com a mãe.
Transferência Negativa: aqui, o paciente desenvolve sentimentos negativos em relação ao terapeuta, como raiva, hostilidade ou desconfiança. Essa forma de transferência pode ser vista como uma manifestação de conflitos não resolvidos com figuras parentais ou autoridades.
A neurose de transferência é um fenômeno complexo e intrigante no campo da psicologia. Com base na teoria psicanalítica, essa condição ocorre quando um indivíduo transfere inconscientemente seus sentimentos, desejos e fantasias para outra pessoa, geralmente o terapeuta.
Como Anna Freud trabalhava a transferência na psicanálise com crianças?
Anna Freud em sua prática clinica com crianças se utiliza da interpretação de sonhos, sonhos diurnos e de desenhos fazendo restrições do uso 146 Page 8 de jogos e brincadeiras. Para ela os sonhos infantis são mais fáceis de analise em comparação com os sonhos dos adultos.
Qual é a importância da transferência no término da análise?
A transferência abre a possibilidade de o paciente representar para o analista a sua história, não apenas relatando o que viveu, mas revivendo novamente os afetos sentidos em fase anterior, como uma forma de atualizar os impulsos eróticos ocultos.
Deslocamento (em alemão: Verschiebung, "mudar, mover"), na Psicanálise, é um mecanismo de defesa inconsciente pelo qual a mente transfere (desloca) uma reação emocional a um objeto ou pessoa para outro objeto ou pessoa.
Em linhas gerais, a contratransferência, em oposição à transferência, trata dos afetos que o analista projeta no analisando. Por meio da contratransferência, é possível ter melhor conhecimento sobre os fenômenos conscientes e inconscientes que permeiam a transferência, muitas vezes sem serem notados.
Por que a transferência é importante para o psicanalista?
A transferência é o conceito que serve de contexto à psicanalise porque é a partir da transferência que pensamos a dinâmica da relação clínica entre os sujeitos que se comprometem no processo psicanalítico.
A transferência é tornada consciente para o paciente pelo analista, e é resolvida convencendo-o de que em sua atitude de transferência ele está reexperimentando relações emocionais que tiveram sua origem em suas primeiras ligações de objeto, durante o período reprimido de sua infância.
Entende-se por contratransferência as emoções que o terapeuta experimenta no decorrer de uma análise, em relação ao paciente, e que são relacionadas com circunstâncias sentidas na sua própria vida, que o afetaram consciente e inconscientemente.
Para Freud, quando a transferência é positiva, ela "passa a ser a verdadeira força motivadora da colaboração do paciente"; por outro lado, em certos momentos ou fases da análise "a transferência surge como a resistência mais poderosa ao tratamento" (1940[1938]/1980b, p. 202).
Sim, pode acontecer do psicólogo(a) se apaixonar pelo paciente e o o contrario também, pois os dois são humanos e possíveis de serem dominados pelas emoções. Porem o profissional deve estar de bem com a vida no relacionamento e ser firme no vinculo terapêutico para que não intoxique o processo terapêutico.
surgimento de conflitos inconscientes, motivado por aquilo que o paciente diz, faz ou representa para o analista.” (SCATAMBULO et al., 2008). Por meio desse fenômeno, o analista se encontra sujeito a várias manifestações que podem ser sentidas até mesmo fora da prática clínica.
O enamoramento é um modo de acesso privilegiado ao real do amor, que é também uma experiência comumente partilhada pelo maior número de pessoas. Freud insiste sobre o caráter passional (Liedenschaft) e a vertente anormal desse tipo de amor, que ele coloca mais do lado patológico do que do normal.
Portanto, segundo Lacan, “a única significação de contratransferência, à qual nenhum autor pode escapar, justamente na medida em que é isso o que lhe interessa, é: o desejo do analista”. Trata de entendermos que contratransferência é um efeito legítimo da transferência.
O que quer dizer: amar é reconhecer sua falta e doá-la ao outro, colocá-la no outro. Não é dar o que se possui, os bens, os presentes: é dar algo que não se possui, que vai além de si mesmo. Para isso, é preciso se assegurar de sua falta, de sua “castração”, como dizia Freud.