Nietzsche vai ao cerne do problema: Deus está morto como uma verdade eterna, como um ser que controla e conduz o mundo, como um pai bondoso que justifica os acontecimentos, como sentido último da existência, enfim, como uma ética, como um modo de vida, independente de sua existência ou não.
Nietzsche se referia na verdade ao que Deus representava para a cultura europeia, à crença cultural compartilhada em Deus que no passado havia sido a característica que unia e definia a Europa. Nietzsche estava falando da Europa sem Deus.
Deus tinha de morrer, porque o Deus anunciado pelo cristianismo oficial era o inimigo da vida. No seu O Anticristo, Nietzsche condena o cristianismo como "a única grande maldição, a única máxima corrupção interior, o único grande instinto de vingança, (...), a única imortal mancha desonrosa da humanidade...".
Nietzsche propunha que, recusando Deus, podemos também nos livrar de valores que nos são impostos. A maneira de fazer isso seria questionando a origem dessas ideias. Ele se definia como um “imoralista”, não porque pregasse o mal, mas por entender que o correto seria superar a moral nascida da religião.
Ele não está ligado a nenhum dogma insolente que se enfeitou com seu nome, não necessita da doutrina de um Deus pessoal, nem da culpa, nem da imortalidade, nem da redenção, nem da fé, ele simplesmente não tem necessidade de qualquer metafísica, menos ainda do ascetismo, menos ainda de uma 'ciência natural' cristã.
De acordo com ele, Deus nunca existiu, então falar sobre Sua “morte” tem mais a ver com humanidade do que com divindade. Nietzsche conjectura que nós, humanos, percebemos que a existência de Deus é indefensável e indesejável.
"Deus está morto e nós o matamos", disse Nietzsche em 1882.No #LinhasCruzadas d esta semana, Pondé e Thaís explicam essa frase do filósofo e debatem como o processo de secularização afastaou as pessoas da religião.
Nietzsche considera Jesus um decadente, porém, sua decadência é modelar para o cristianismo e para a civilização ocidental, à medida que Jesus não engendrou dispositivos de manutenção e disseminação da degeneração fisiológica que o acometia.
O que significa a morte de Deus segundo Nietzsche?
A sentença "Deus está morto" significa: o mundo supra-sensível está sem força de atuação. Ele não fomenta mais vida alguma. A metafísica, isso significa para Nietzsche a filosofia ocidental entendida como Platonismo, está no fim.
Ele critica uma sociedade edificada sob o ideário cristão que está amparado em uma moral que, por séculos, foi usada como mecanismo de domínio e manutenção de poder. Nietzsche entende o Cristianismo enquanto negação da vida e/ou Religião da decadência.
8- Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e Dionísio, respectivamente, como a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo segmento moral, no qual se inserem as paixões humanas.
Segundo Nietzsche, a religião não é uma prática libertadora, mas pelo contrário, oprime a alma humana transformando os instintos vitais em algo negativo. Dentre outras coisas, ele afirma que o cristianismo aprisiona o homem em propósitos e objetivos metafísicos, que para ele é algo ruim a ser superado.
Nietzsche defendia a inexistência em vários sentidos: de Deus, da alma e do sentido da vida. Para ele, o ser humano deveria abandonar as muletas metafísicas, a chamada morte dos ídolos. O filósofo se opunha aos dogmas da sociedade, principalmente ao defender que a verdade era uma ilusão.
O "deus dançarino" que Nietzsche poderia acreditar está em todas às parte da terra e da vida humana. Esse deus está sempre em movimento, mudando e evoluindo. Ele habita no mundo e no homem. Na visão nietzschiana à vida humana é sagrada, e é com essa vida sagrada que o religioso nietzschiano deve se religar.
Ele tinha convicção de que o comprometimento com o racionalismo e com o cristianismo levou à repressão dos instintos vitais do ser humano e ao niilismo. Vontade de poder, transvaloração dos valores e super-homem são três conceitos fundamentais para a filosofia nietzschiana.
A discussão filosófica no ocidente da existência de Deus começou com Platão e Aristóteles, que formularam argumentos que hoje podem ser classificados como cosmológicos. Mais tarde, Epicuro formulou o problema do mal: se Deus é onipotente, onisciente e benevolente, por que o mal existe?
Nietzsche vai ao cerne do problema: Deus está morto como uma verdade eterna, como um ser que controla e conduz o mundo, como um pai bondoso que justifica os acontecimentos, como sentido último da existência, enfim, como uma ética, como um modo de vida, independente de sua existência ou não.
Assim, para Nietzsche, a morte natural é na verdade uma morte não livre e não racional, ocorrendo então em um momento, portanto, impróprio e de não deliberada escolha do indivíduo, posto isso, o ser humano é caracterizado como um ser acorrentado pelo seu destino.
Nietzsche era contra a formação de um Estado-nação alemão, pois, para ele, somente a cultura garantiria o desenvolvimento humano, e não a força de um Estado e da guerra. Nietzsche mostra-se nesse momento como um antinacionalista.
Nietzsche, filósofo alemão do século XIX, ofereceu uma perspectiva interessante sobre o assunto. Ele via a fé como uma ilusão, uma fuga da realidade e um meio de reprimir a liberdade e individualidade.
Sócrates e Jesus, o Sábio e o Messias, a luz para um era o saber, o conhecimento, para o outro foi a fé e a salvação da alma. Um gerou academias e liceus, o outro mosteiros e seminários.
Em relação à tradição da filosofia moral, os alvos principais da crítica nietzschiana são a moral kantiana e a moral da compaixão, na formulação de Schopenhauer.
Para Nietzsche, o elemento religioso se mostra como resultado de um instinto criador. A vida enquanto vontade de poder inventa a religião, novos deuses, enfim, vários mecanismos capazes de fazer aumentar o seu poder. Assim, o instinto religioso continua a forjar novas espiritualidades, novos deuses para a vida.
Por que segundo Nietzsche é importante aceitar que Deus está morto?
Nietzsche acreditava que poderia haver novas possibilidades positivas para os humanos sem Deus. Abandonar a crença em Deus abre o caminho para que as habilidades criativas humanas se desenvolvam plenamente.
Entretanto, quem quiser saber como a alma de Nietzsche se elevou as mais altas especulações, não poderá esquecer que o jovem pensador, desde o começo, sofreu a influência do pensamento de Petőfi, antes de Schopenhauer, que é considerado como seu primeiro mestre.