Heráclito recebeu o nome de filósofo do fogo porque defendia a ideia de que o agente transformador é o fogo. Ele purifica e faz parte do espírito dos homens. Esses conceitos inspiraram os primeiros cientistas que exploraram na prática a união do material e o imaterial por meio do fogo: os famosos alquimistas.
O fogo produz o fim das coisas, a inexistência. O fogo é usado por Heráclito como um elemento de metáfora da própria realidade, que é assim como o fogo. A realidade se apresenta num constante devir, uma mudança constante de inícios e fins.
Heráclito defende que não há unidade natural no mundo, mas duelos e dualidade constante. “O mundo é um eterno devir”, afirma o filósofo, querendo dizer que há uma constante mudança, imprevisível, que caracteriza a natureza.
É a forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outras energias, através de processo físico ou químico. O calor é a face do tetraedro do fogo que se caracteriza como a energia de ativação necessária para que ocorra o fogo. A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável.
O Fogo tem um grande significado espiritual em toda a história do desenvolvi- mento humano. Ele também é lembrado quan- do se compara o positivo e o negativo, o bem e o mal. Já em rituais de diversas crenças pelo mundo afora, ele simboliza a energia divina. Sua força expande.
Talvez o mito ocidental mais conhecido sobre o fogo seja o de Prometeu, que rouba o fogo para oferecer aos seres humanos, mas é castigado e acorrentado em uma rocha por toda a eternidade. O fogo de Prometeu deveria servir como agente modificador da dinâmica da humanidade naquele momento de sofrimento.
Heráclito foi um filósofo que instituiu a ideia de que as transformações ocorrem em virtude da ação e reação entre os materiais, tendo o fogo como agente transformador. Ouça o texto abaixo!
Segundo Heráclito, não existe unidade natural no mundo, mas sim uma dualidade constante. Ele não acreditava na noção de essência, defendendo que existia uma mutabilidade no mundo. É uma relação pautada pelo duelo dos contrários que leva a novas características. Por esse pensamento, é considerado o “pai” da dialética.
Os elementos que compõem o fogo são combustível, comburente e calor. Estes formam o Triângulo do Fogo. Quando ocorre a reação em cadeia desses três elementos, tem-se o quadrado do fogo, ou Tetraedro do Fogo, que substitui o Triângulo do Fogo.
Em cada momento histórico, os filósofos se dedicaram, portanto, a algum assunto. Tales de Mileto é considerado o primeiro filósofo, o pai da filosofia.
Fogo é um processo químico de transformação. Podemos também defini-lo co- mo o resultado de uma reação química que desprende luz e calor devido à combustão de materiais diversos.
O fogo nos ensina sobre a VIDA porque quando aceso, vivo, inevitavelmente transforma o ambiente a sua volta. O fogo destrói e transforma, metaboliza, dissolve, decompõe e renova. Transmuta. O fogo queima, mas antes disso, aquece e acolhe.
Por que Heráclito considerava o fogo como o elemento fundamental de todas as coisas?
Heráclito de Éfeso (v. c. 500 a.C.) foi um filósofo pré-socrático que, como os demais, procurou identificar a Primeira Causa da criação do mundo. Ele rejeitou teorias anteriores, tais como o ar e a água, e afirmou que o fogo era a Primeira Causa, pois criava e destruía.
O primeiro foca a identidade do mesmo, acusando a ilusão do movimento e do não ser. O segundo foca a transmutação do mesmo, acusando, por sua vez, a ilusão da particularidade e da fixidez. Ambos, porém, afirmam a unidade e mesmidade no e do princípio.
“Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. Assim, tudo é regido pela dialética, a tensão e o revezamento dos opostos. Portanto, o real é sempre fruto da mudança, ou seja, do combate entre os contrários”.
O arché é um termo fundamental na linguagem dos filósofos pré-socráticos, dado que é caracterizado pela procura da substância inicial de onde tudo deriva e é também a ideia mais antiga na filosofia, já que se tornou no ponto de passagem do pensamento mítico para o pensamento racional.
É curioso que, na Bíblia, a origem do fogo isoladamente não apareça: o desafio aos deuses, ou a Deus, se faz com outros núcleos, como a Torre de Babel, a arrogância mortal de alcançar os céus, ou a maçã de Eva, a queda do paraíso.
O fogo, ao surgir no mundo, dissipou as trevas e trouxe aos Homens a luz da civilização e da esperança. "Prometeu - diz Jaeger' - é o que o traz a luz à Humanidade sofredora. O fogo, essa força divina, torna-se o símbolo sensível da cultura."