Tradicionalmente, o psicanalista pode usar o corte da sessão (ou terminação da sessão) como uma técnica para encerrar a interação em um ponto significativo, o que pode ser útil para promover a reflexão ou para manter a estrutura necessária do processo analítico.
(Lacan, 1961-62/2003, p. 348). Concluindo que o chamado corte é de fato um recorte, o que implica uma repetição, retorno ao mesmo, encontramos uma ferramenta topológica precisa para a demontração do Real como "o que retorna ao mesmo lugar" (Lacan, 1961-62/2003, p. 348).
O corte ocorre quando você foge, mente, sabota a si mesmo. A análise lacaniana é baseada na linguagem e no tempo do inconsciente, por isso os cortes. Os cortes lacanianos focam no desejo e no sofrimento do analisando.
Para Lacan, o inconsciente é atemporal. Por isso, as sessões lacanianas têm fama de serem mais curtas, justamente porque a atenção está na fala do paciente e não no tempo, sendo que o corte da sessão é uma forma de possibilitar o contato do paciente com o seu tempo inconsciente e não com o tempo cronológico.
A adesão de Lacan às suas inovações técnicas, a idiossincrasia de seu estilo e as conseqüências políticas de suas ideias, determinam que ele seja expulso da Associação Psicanalítica Internacional, em 1963.
Sua afirmação de que o inconsciente se estrutura como linguagem, somada às noções de simbólico, imaginário e real, são algumas das contribuições decisivas de seu trabalho. Seu nome completo era Jacques Marie Émile Lacan, nascido na cidade de Paris em 1901, em plena belle époque.
Sofrendo de um câncer no cólon que tardou à operar, já muito debilitado desde um acidente de carro em 1978, Lacan reduziu sem cessar as suas atividades a partir de fevereiro de 1980.
No Ato de Fundação (1971/2003), por ocasião da fundação da Escola Freudiana de Paris, Lacan apresenta o cartel como um pequeno grupo constituído por escolha mútua: "Cada um deles [...] se comporá de no mínimo três pessoas e no máximo cinco, sendo quatro a justa medida.
Qual a diferença da psicanálise lacaniana para a freudiana?
Para Freud é, grosseiramente, o lugar onde "estão" os representantes ideativos recalcados, um lugar psíquico. Para Lacan, é um lugar de uma linguagem, um lugar que advém da cadeia de significantes: o que ele chama de grande Outro.
¿Qué es lo real para Lacan? O autor aborda a noção de real em diferentes momentos do ensino de Jacques Lacan. Afirma que, durante todo esse período, é sempre do mesmo real que se trata. Partindo da questão da alucinação, discute a noção de pai em psicanálise, especialmente a de pai real.
Como regra geral, a psicanálise freudiana tende a se concentrar mais na resolução de conflitos internos e na compreensão das experiências passadas, já a junguiana busca promover a individuação e a integração dos aspectos pessoais e universais da psique.
Na psicanálise, o ato falho ou acto falhado ou ainda conhecido como lapso freudiano, deslize freudiano, parapráxis ou parapraxia — sendo também utilizado o termo latino lapsus linguae) —, é um erro na fala, na memória ou na ação física que ocorre devido à interferência de um desejo inconsciente subjugado ou de uma ...
Vamos nos aprofundar em alguns dos seus principais pilares. 1. Linguagem e Inconsciente: A revolucionária afirmação de Lacan de que "o inconsciente é estruturado como uma linguagem" rompeu com muitas convenções anteriores da psicanálise.
Lacan começa a trabalhar na psicanálise em um momento em que a teoria freudiana sofria uma apropriação pelos pós-freudianos, centrados na compreensão do eu e em um funcionamento clínico que buscava seu fortalecimento. Essa posição opõe-se ao descobrimento princeps de Freud, o inconsciente.
O grande Outro é o inconsciente. É uma Outra cena. Não que o inconsciente seja a condição da linguagem, mas que a linguagem seja a condição do inconsciente. Para escrever corretamente seu matema deveria escrever [S( )], o que se lê como: falta um significante no grande Outro.
Diz Lacan que o eixo é o desejo do analista; isto reproduz o elemento de alienação – há um ponto em que o desejo do sujeito jamais pode reconhecer-se, e como mostra a experiência analítica, "é de ver funcionar toda uma cadeia no nível do desejo do Outro que o desejo do sujeito se constitui".
O sujeito é barrado, como afirma Lacan e simboliza por S, para dizer desta divisão a partir de seu encontro com a linguagem, que o coloca na condição de efeito e de produção significante. É assim que se dá, portanto o sujeito da psicanálise, da enunciação ou do inconsciente.
Lacan, de origem católica, se dizia “filho de padre”, por ter sido educado pelos irmãos maristas. Os dois não se omitem de examinar o campo das “verdades” religiosas, separando o interesse investigativo da crença. Embora Freud e Lacan tenham o ateísmo como ponta de lança da psicanálise, há uma diferença entre os dois.
A teoria dos espelhos, de Jacques Lacan, médico, psiquiatra e psicanalista francês, acredita que só conseguimos enxergar características em outras pessoas que também existam, ou já existiram algum dia, dentro de nós. Ele acredita que nosso papel, como humanos, é aprender sobre nós mesmos, através das nossas relações.
Lacan estabeleceu, desse modo, uma estrutura própria para cada um dos quatro discursos: o discurso psicanalítico, o discurso do mestre, o discurso histérico e o discurso universitário.
Pode-se dizer que lacaniano, a esse respeito, era visar, no indivíduo que se apresenta como paciente, lidar, visar o sujeito nele, isto é, uma variável determinada pelo significante. Isso faz periclitar, exclui qualquer idéia de reforço.
Permitia-se encerrar uma sessão em três minutos, sob a justificativa de que é o tempo lógico para o inconsciente se pronunciar. Em 1964, Lacan fundou a Escola Freudiana de Paris, que seria dissolvida em 1980, um ano antes da sua morte, em 9 de setembro de 1981.