O matema lacaniano do fantasma ($ ◊ a) designa a articulação entre o sujeito barrado – efeito da inconsistência do Outro, onde um significante (S1) assume o valor de representante do sujeito para outro significante (S2) – e o objeto a, uma parte do corpo erógeno que suplementa imaginariamente a perda de gozo imposta ...
O fantasma, propriamente falando, constitui-se como uma defesa contra o real. Ele é uma espécie de tela que dissimula o encontro com o real e o torna suportável ao sujeito. Em outras palavras, há algo que vem do real que é intolerável ao sujeito, algo que ele deve mascarar, obturar.
Mais à frente, em sua obra, Lacan conceberá o Real como sendo da ordem do Impossível, o que escapa ao Simbólico. O Real será atrelado ao aforismo “não há relação sexual”. Ter-se-á o impossível da relação sexual, isto é, a impossibilidade de sua inscrição no Simbólico.
O termo inconsciente se referia a algo que estava fora da consciência e não a um sistema psíquico autônomo e com leis próprias, sendo empregado de forma puramente adjetiva para designar aquilo que não era consciente.
Embora Lacan também tenha formulado conceitos como Real, Simbólico e Imaginário, objeto a, gozo, entre outros, ele considera como os quatro conceitos fundamentais da teoria psicanalítica os já propostos e demarcados por Freud: Inconsciente, Repetição, Transferência e Pulsão.
Fantasma, fantema e fantasia na psicanálise | Christian Dunker | Falando nIsso 104
O quê Lacan defende?
Sua afirmação de que o inconsciente se estrutura como linguagem, somada às noções de simbólico, imaginário e real, são algumas das contribuições decisivas de seu trabalho. Seu nome completo era Jacques Marie Émile Lacan, nascido na cidade de Paris em 1901, em plena belle époque.
Vamos nos aprofundar em alguns dos seus principais pilares. 1. Linguagem e Inconsciente: A revolucionária afirmação de Lacan de que "o inconsciente é estruturado como uma linguagem" rompeu com muitas convenções anteriores da psicanálise.
O inconsciente, segundo a Teoria Psicanalítica da Personalidade, desenvolvida pelo médico e psiquiatra alemão Sigmund Freud no final do século 19, é um “reservatório” de sentimentos, pensamentos, impulsos e memórias que estão fora da percepção consciente.
Qual é a principal diferença entre a concepção de inconsciente de Lacan e Freud?
Em Freud o desejo, de algum modo, mobiliza o sujeito para um objeto, enquanto que em Lacan, o objeto acena para o sujeito como causa do desejo e este, enquanto sujeito de alguma falta, é impulsionado. Como já foi abordado em outros episódios, outra diferença entre Freud e Lacan é a questão da angústia.
O inconsciente pessoal, na psicologia analítica de Carl Jung, representa todo o material inconsciente que foi adquirido em algum momento da vida do indivíduo. Entre essas aquisições pessoais, incluem-se "o esquecido, o reprimido, o subliminalmente percebido, pensado e sentido", bem como os complexos.
O significante mestre (S1) é aqui aquele que representa o sujeito, frente ao saber no Outro, para outro significante. Por isso mesmo, o inconsciente pode ser lido, porque existem os termos - significantes mestres, que ordenam a sua lógica. Segundo Lacan (1969-1970/1992, p.
A teoria dos espelhos, de Jacques Lacan, médico, psiquiatra e psicanalista francês, acredita que só conseguimos enxergar características em outras pessoas que também existam, ou já existiram algum dia, dentro de nós. Ele acredita que nosso papel, como humanos, é aprender sobre nós mesmos, através das nossas relações.
A verdade, definida por ele como “não-toda” (Lacan, 1985), mantém um traço do real, o que determina que não pode ser toda dita, não pode ser toda transcrita para o campo do simbólico; sempre deixa um resto: o objeto pequeno a. A verdade delata uma impotência (Lacan, 1992, p. 49) própria do saber.
Fantasma, na crença popular, é a alma ou espírito de uma pessoa falecida que pode aparecer para os vivos de maneira visível ou através de outras formas de manifestação. Descrições de aparições de fantasmas variam no modo como estes se manifestam.
A religião não os chama de fantasmas. Essas aparições, segundo a crença, seriam espíritos de pessoas que já morreram no plano físico -- mas vivem no mundo espiritual. Os espíritos podem se mostrar em todos os lugares e a qualquer hora, segundo o espiritismo.
Lacan não apenas afirma que o inconsciente é como uma língua. Ele também propõe que, antes da língua, não existe o inconsciente para o indivíduo. É apenas quando a criança adquire uma língua é que ela se torna um sujeito humano, isto é, quando ela passa a fazer parte do mundo social.
Este é outro ponto de divergência entre os dois: Lacan era mais “ousado”, indo além do que uma ideia se propunha. De concreto, isso fica visível no alcance das ideias iniciais de Freud, bem como a sua reformulação. Contudo, não é um passe para que se afirme a relevância ou maioridade de um sobre outro.
Ser lacaniano significava levar em conta a descoberta do inconsciente e, portanto, soletrar os primeiros textos de Freud, considerados como ultrapassados pelo anafreudismo, A interpretação dos sonhos, Psicopatologia da vida cotidiana, O chiste e sua relação com o inconsciente, e era também reconsiderar os termos da ...
Ela se chama área fusiforme e é um pedaço fininho e comprido da parte de baixo do cérebro. Quando você vê uma pessoa pela primeira vez, sua área fusiforme analisa o rosto dela. O processo dura frações de segundo e é inconsciente, ou seja, você não percebe que está acontecendo.
Os psicólogos alemães do século XIX Gustav Fechner e Wilhelm Wundt começaram a usar o termo "inconsciente" em sua psicologia experimental, no contexto de múltiplos e confusos dados dos sentidos que a mente organiza num nível inconsciente antes de revelá-los num todo convincente na forma consciente.
O inconsciente é uma parte da mente que contém pensamentos, emoções e memórias que não estão disponíveis à consciência imediata. Sua função é proteger o indivíduo de informações que seriam dolorosas ou ameaçadoras, e também influenciar o comportamento e a percepção de forma sutil e muitas vezes não intencional.
Resumo: Lacan utilizou letras em lugar de palavras para falar dos quatro discursos. Estas letras têm um código a ser decifrado: S1= significante mestre; S2= o saber; $= sujeito barrado; a= pequeno a, o mais-de-gozar.
Alíngua demonstra o caráter de gozo inerente à linguagem. Alíngua contém aquilo que pode ser dito e o que não pode ser dito. É o não-todo da linguagem - se relacionando desta maneira com a poesia, que busca a cada medida dizer aquilo que não pode ser dito.
O esquema L foi introduzido no Seminário 2 e foi apresentado nos Escritos em “O Seminário sobre a carta roubada” como uma primeira forma de demons- tração da relação do sujeito com a ordem simbólica e com o imaginário. Lacan vai mostrar que falar é fazer falar o Outro como tesouro dos signifi- cantes.