O Simbólico contempla a dimensão da nossa experiência que é condicionada pela linguagem. Diferente de outros animais, o homem não vive apenas no mundo físico, mas também no mundo cultural que, por sua vez, é constituído basicamente de palavras, ou seja, de elementos simbólicos.
O real, Lacan define como o impensável e o impossível de ser simbolizado. O imaginário, Lacan passa a definir como o que envolve o sentido e o simbólico, sendo representado pela linguagem caracterizando o duplo sentido.
O Simbólico é esta dimensão que nos marca, nos nomeia e nos reconhece na condição de sujeitos falantes e que assim sendo nos leva a verificar algo de larga envergadura clínica: antes de falarmos, de termos capacidade de manuseio da língua (e seus efeitos de sentido) somos falados.
Através de representações simbólicas, os registros estabelecem conexões entre diferentes domínios simbólicos, buscando traduzir a complexidade dos fenômenos e acontecimentos passados em formatos abstratos, permitindo-nos acessar e investigar aspectos da realidade.
(R) – Representações simbólicas são as formas de linguagem utilizadas para representar os invariantes e as situações, bem como os procedimentos para lidar com elas.
SIMBÓLICO, REAL E IMAGINÁRIO EM LACAN: EXPLICAÇÃO COM EXEMPLOS | Lucas Nápoli
O que é pensamento simbólico?
O pensamento simbólico é um processo de representação mental na qual o indivíduo analisa um determinado modelo concreto e a partir dele formula estratégias para a solução de um problema.
O que significa dizer que o ser humano é um ser simbólico?
O homem não é um animal puramente racional, mas simbólico. Todas as construções humanas concretizam um sentido de se criar condições de convivência social. Com efeito, a linguagem, o mito, a arte, a religião e a ciência denotam que o homem não vive apenas num mundo físico, mas cultural.
Expressões simbólicas oferecem uma maneira generalizada de representar dados em uma estrutura uniforme tipo árvore. Elas adicionam um alto nível de flexibilidade em programação, permitindo a manipulação de estrutura e conteúdo.
Jones define o simbolismo como um paralelo entre duas idéias, estabelecido inconscientemente, onde uma irá substituir e representar outra idéia primária e desconhecida da mente consciente. Segundo ele, todos os símbolos são criados pela mente infantil e primitiva que persiste por toda vida no inconsciente.
O significante é um termo técnico que Lacan usou para se referir ao som ou à imagem que representa um objeto ou conceito. Por exemplo, a palavra “mesa” é um significante que representa um objeto com uma superfície plana e pernas. O significado, por sua vez, é o conceito ou ideia que o significante representa.
Comportamento simbólico é “a capacidade de uma pessoa de responder ou usar um sistema de símbolos significativos”. A perspectiva do comportamento simbólico argumenta que a realidade de uma organização é construída socialmente através da comunicação.
Diz Lacan que o eixo é o desejo do analista; isto reproduz o elemento de alienação – há um ponto em que o desejo do sujeito jamais pode reconhecer-se, e como mostra a experiência analítica, "é de ver funcionar toda uma cadeia no nível do desejo do Outro que o desejo do sujeito se constitui".
A teoria dos espelhos, de Jacques Lacan, médico, psiquiatra e psicanalista francês, acredita que só conseguimos enxergar características em outras pessoas que também existam, ou já existiram algum dia, dentro de nós. Ele acredita que nosso papel, como humanos, é aprender sobre nós mesmos, através das nossas relações.
Na leitura que Lacan faz da teoria freudiana das três formas de identificação, ele conclui que há identificação porque não há identidade passível de ser sustentada enquanto una. A identidade é concebida, ao longo do ensino de Lacan, como um vazio, ou melhor, como ausência – ela é aquilo que não há.
A função simbólica consiste na capacidade que a criança adquire de diferenciar significantes e significados. Por meio de suas manifestações, a criança torna-se capaz de representar um significado (objeto, acontecimento) através de um significante diferenciado e apropriado para essa representação (Piaget, 1975).
Os objetos simbólicos são elementos que possuem um significado além de sua função prática ou física. Eles são utilizados em diversas áreas, como na arte, na religião, na linguagem e na cultura. Esses objetos são carregados de simbolismo e podem representar conceitos abstratos, ideias, emoções e valores.
O termo “simbólico” atua como um adjetivo qualificativo que serve para designar tudo que expressa um simbolismo, algo não concreto ou evidente. O simbólico é causado por causa da presença de símbolos.
Isto quer dizer que o homem usa símbolos para existir, mas que estes símbolos são criados, inventados, pelos próprios humanos, diferente do animal, que pode ser condicionado por símbolos, mas jamais poderá criá-los.
O símbolo se refere ao objeto denotado por associação de ideias produzidas por uma convenção. Os símbolos mais comuns que usamos são as palavras. O alfabeto é outro conjunto de símbolos concebidos para representar os sons da língua. Os signos visuais muitas vezes incorporam atributos de mais de uma categoria de signo.
O Simbólico (ou Ordem Simbólica do Nó Borromeu) é a ordem no inconsciente de onde se origina a subjetividade e faz a ponte da comunicação entre dois sujeitos; um exemplo é a ideia de desejo de Lacan como desejo do Outro, mantida pela subjetivação do Outro pelo Simbólico na fala.
Por que consideramos o ser humano um ser simbólico?
De certa forma os símbolos proporcionam melhor comunicação, significado, do que a própria língua falada por um povo. Uma das áreas em que os símbolos estão mais presentes na vida humana é o mundo religioso, através de imagens, palavras, atitudes, representações artísticas, faciais e vestuário.