Considerada o pulmão do mundo, a floresta tropical amazônica perdeu, desde 1970, uma área florestal maior que o tamanho da França, de acordo com o Greenpeace. Por trás deste desaparecimento maciço da floresta tropical está o desmatamento, em grande parte causado pela mão do homem.
Destruição. Cheiros inebriantes de flores, folhas, cascas de árvores, chuva e o mais puro oxigênio há muito tempo não são os únicos a permear o bioma amazônico, que há décadas enfrenta queimadas recorrentes, em boa parte provenientes de técnicas utilizadas para o desmatamento.
Já em 2024, no mesmo período, foram 503,5 km², redução de quase 60 km². É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa. A queda é bem maior quando comparada a 2022, quando foram registrados alertas de desmatamento em 1.661,02 km² na região.
O desmatamento na Amazônia é um problema ambiental que ameaça a biodiversidade desse bioma desde a década de 1970. Várias causas estão por trás dessa prática, como a construção de grandes obras de infraestrutura na região Norte do Brasil e o avanço da fronteira agrícola para áreas recobertas pela floresta.
A agricultura e a pecuária, grandes obras de infraestrutura, a exploração madeireira, a grilagem de terras, o garimpo e a expansão dos assentamentos humanos são atividades com grandes impactos sobre a floresta, especialmente quando são feitas de forma ilegal ou sem obedecer a um zoneamento ecológico-econômico.
Entenda o Desmatamento na AMAZÔNIA de um jeito SIMPLES
Porque a Amazônia está secando?
Fatores como aquecimento do oceano e expansão do desmatamento também contribuíram para estiagem dura e prolongada. Pesquisadores alertam para risco de substituição da floresta tropical por vegetação de tipo de savana caso tendência de aquecimento e estiagem se mantenha nas próximas décadas.
São vários os motivos que levam à acelerada degradação na Amazônia. A exploração desordenada de seus recursos, principalmente de madeira, a expansão da agropecuária e o garimpo vêm aumentando as áreas desmatadas. O processo de desmatamento acarreta consequências negativas, como a diminuição da biodiversidade.
Após anos de crescimento nos índices de desmatamento, degradação e queimadas na Amazônia, os cientistas alertam que o bioma pode ser estar perto de um ponto de não retorno. Um estudo escrito por uma coalisão de cientistas e líderes indígenas apontam para o colapso já em 2029.
A pesquisa aponta que a perda de florestas em grandes regiões da Amazônia acaba por reduzir a circulação da umidade atmosférica. As consequências do impacto no regime de chuvas atingem desde as regiões próximas no continente até outras partes do mundo, como a Ásia e a Antártida.
Artigo científico liderado por pesquisadores brasileiros aponta que se não forem tomadas medidas urgentes, o ano de 2050 pode marcar o início de uma redução substancial na cobertura de floresta na região amazônica. “A gente encontra aí mais ou menos 50% de possibilidades.
O que está causando as queimadas no Brasil em 2024?
Os incêndios que estamos acompanhando em 2024 são, em parte, devidos a eventos naturais e, em parte, por ação dos seres humanos. A questão se as mudanças climáticas têm a ver com o que está acontecendo não é uma pergunta com resposta simples.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Ministério do Meio Ambiente são as instituições responsáveis pelo monitoramento e controle de queimadas no país.
A região amazônica registrou redução florestal absoluta de 3,6 mil km² no intervalo anual. Especificamente no mês de julho de 2024, houve um crescimento de 33% nos alertas de desmatamento em relação a 2023.
A desflorestação, a exploração mineral ilegal, os desmatamentos e os incêndios já atingiram o nível máximo dos últimos 11 anos e os cientistas dizem que estamos nos aproximando de um ponto sem volta- Depois disso a Amazônia não funcionará mais como ela deveria.
Qual o motivo da destruição da floresta amazônica?
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 80 % da perda de florestas no Brasil está relacionada direta ou indiretamente com a pecuária.
A destruição invisível: 38% do que resta da Amazônia já sofre com a degradação. Segundo estudo inédito assinado por 35 cientistas do mundo todo, mais de 2,5 milhões de km2 do que resta da Floresta Amazônica sofrem com a degradação; isso equivale a mais de 10 vezes o tamanho do Reino Unido.
Uma pesquisa divulgada pela revista Nature aponta que 47% da Amazônia pode deixar de ser floresta até 2050 em virtude do aquecimento global e do desmatamento.
Quase metade da floresta amazônica pode estar exposta a fatores de degradação que levariam a Amazônia a um ponto de não retorno até 2050. A conclusão é de um estudo liderado por pesquisadores brasileiros publicado na revista científica "Nature" nesta quarta-feira (14).
A fiscalização é feita de forma presencial pelo Ibama, que precisa chegar ao local por terra ou pelo ar. Com a dificuldade de acesso, a falta de investimento e as equipes reduzidas, nem sempre os agentes chegam a tempo de identificar os responsáveis pelo desmatamento.
A biodiversidade da Amazônia também é fundamental para os sistemas globais, pois influencia o ciclo global do carbono (e, portanto, a mudança climática) e os sistemas hidrológicos hemisféricos, servindo como uma importante âncora para o clima e para as chuvas na América do Sul.
O Amazonas enfrenta uma crise ambiental sem precedentes em 2024, com uma seca que chegou antecipada e já impacta mais de 330 mil pessoas no estado, segundo a Defesa Civil. A escassez de água está isolando cidades e comunidades e prejudicando a economia local.
O que aconteceria se a Amazônia deixasse de existir?
“A perda da floresta amazônica implicaria no desaparecimento dos enormes rios e biodiversidade da região, além de acabar com a regulação climática exercida pela floresta.
A floresta garante as chuvas para boa parte da América do Sul e tem papel central no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas. Abriga imensa biodiversidade, com milhares de espécies de plantas e animais, algumas ainda desconhecidas ou pouco estudadas.