Ao longo da história do movimento psicanalítico, houve uma vulgarização ou uma divulgação do pensamento de Freud sobre a religião nos seguintes termos: “a religião é a neurose obsessiva da humanidade”, “a religião é uma ilusão”, ou ainda, “a religião é inimiga da ciência”.
Mesmo declaradamente ateu, Freud tinha interesse especial pela problemática religiosa - em pelo menos quatro momentos aborda diretamente o tema, a saber: em "Totem e tabu" (1913), "Futuro de uma ilusão" (1926), "O mal-estar na civilização" (1929), e, mais tarde, em "Moisés e o monoteísmo" (1938).
Assim, Deus nada mais é que o representante do pai que um dia amou e protegeu seu filho, enquanto o diabo é a figura paterna que a criança odiou por proibir que ficasse com seu objeto amado. De todas as formas, para Freud, "a religião se originou do desamparo da criança prolongado na idade adulta.
O conceito de espiritualidade no hodierno vem sendo amplamente discutido e compreendido de diferentes formas. De acordo com a psicóloga e pesquisadora Luciana Oliveira (2018), a espiritualidade é vista como uma dimensão humana que envolve a busca por um significado mais profundo da vida e pelo sentido da existência.
Freud acreditava que a religião era uma expressão de angústias e neuroses psicológicas subjacentes. Em alguns de seus escritos, ele sugeriu que a religião é uma tentativa de controlar o complexo edipiano, como ele passa a discutir em seu livro Totem e tabu. Em 1913, Freud publicou o livro Totem e Tabu.
Qual é a relação entre os ritos e a espiritualidade?
Assim, a vivência espiritual, através dos mitos e ritos, contribui efetivamente para a integração de grupo e étnica, proporciona mobilização e mudança no indivíduo como um todo desde a sua cognição, até seu comportamento social, pois o afeta integralmente e isso reflete no grupo onde o mesmo está inserido.
Espiritualidade pode ser entendida como o conjunto de crenças que traz vitalidade e significado aos eventos da vida. É a propensão humana para o interesse pelos outros e por si mesmo. Ela atende à necessidade de encontrar razão e preenchimento na vida, assim como a necessidade de esperança e vontade para viver.
A espiritualidade tem relação com valores e significados: “o espírito nos permite fazer a experiência da profundidade, da captação do simbólico, de mostrar que o que move a vida é um sentido, pois só o espírito é capaz de descobrir um sentido para a existência” (2005:138).
Freud faz pensar que o mito cristão do pecado original seja um crime de morte contra o Pai primevo. O sacrifício é, então, a interdição marcada pelo sim- bólico, que vem se apoiar na falta suscitada pelo pecado.
Albert Einstein afirmou “Eu acredito no Deus de Spinoza”. Ele não acreditava num Deus pessoal que se preocupasse com o destino e as ações dos seres humanos, uma visão que ele descreveu como ingênua. Ele ratificou, entretanto, que “não sou ateu”, preferindo chamar a si mesmo de agnóstico, ou de “descrente religioso”.
Para Freud, Deus é construído sobre a representação do pai. Ele dizia que Deus é “uma exaltação do pai”, “uma sublimação do pai”, “um substituto do pai”, “uma cópia do pai” e finalmente que “Deus é o pai”. Freud negligenciou examinar o significado da mãe na formação da representação de Deus.
Ele acreditava que boa parte daquilo que vivemos — emoções, impulsos e crenças — surge a partir de nosso inconsciente e não é visível pela mente consciente. Lembranças traumáticas, por exemplo, ficam “bloqueadas” na memória de um indivíduo, mas continuam ativas sem sabermos e podem reaparecer em certas circunstâncias.
Não existe oposição entre Psicologia e religiosidade, pelo contrário, a Psicologia é uma ciência que reconhece que a religiosidade e a fé estão presentes na cultura e participam na constituição da dimensão subjetiva de cada um de nós.
A espiritualidade/ religiosidade tanto pode expressar um processo maduro e bem integrado na busca de compreensão ou de significado para a vida, como também pode funcionar de maneira neurótica, defensiva ou adaptativa.
Vimos que são quatro os pilares que sustentarão essa preparação: o pilar mental, o emocional, o social, e para completar a série hoje falaremos do pilar espiritual.
A espiritualidade é universal, ocupa todo nosso ser, toda nossa essência. É uma presença íntima, constante; é parte da nossa vida. Alguns seres humanos são mais espirituais e outros, menos; mas, na verdade, somos todos espirituais e espiritualizados.
Espiritualidade produz e é ato público, é o jeito como expressamos na vida (palavras, pensamentos, atos e omissões) o chamado de Deus para a comunhão e para a missão: ser e fazer discípulas e discípulos. Fazer pessoas discípulas de Jesus é ajuda-las a configurar sua vida com a vida dele.
Qual é a diferença entre religiosidade e espiritualidade?
A religião é um conjunto específico de crenças e práticas organizadas, geralmente compartilhadas por uma comunidade ou grupo. Já a espiritualidade é mais uma prática individual e tem a ver com ter uma sensação de paz e propósito.
Qual a diferença entre o espiritismo e a espiritualidade?
O espiritismo, seja kardecista ou não, é um corpo doutrinário. O espiritualismo é uma filosofia que faz parte de qualquer escola ocultista ou religiosa que acredita na existência de espíritos. A espiritualidade é uma propensão humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível…
Segundo a sabedoria popular, Freud explica aquilo que, à primeira vista, parece polêmico, ou sem explicação, ou sem um entendimento direto. A Freud cabe dar sentido àquilo que a gente nem sabe o que é, mas sente quando acontece, e não tem ideia de como descrever e como agir perante esse tanto de não saberes.
O austríaco também era conhecido por ser um fumante compulsivo, chegando a consumir cerca de 20 charutos por dia. Por conta do tabagismo, fez mais de 30 cirurgias para retirar tumores da boca, mas acabou não resistindo a um câncer de laringe e morreu no dia 23 de setembro de 1939, aos 83 anos de idade.
264): “Amar é dar o que não se tem”. Para Freud, o amor não se constitui como uma pulsão componente da sexualidade, mas faz parte da organização sexual como um todo.