Para Freud (1931/1969), a mãe será definida como Outro onipotente ao qual a menina está inexoravelmente ligada em sua pré-história; para Lacan (1972-1973/1975), ela pode ser uma devastação para a filha. A mãe e seu amor (ou sua impossibilidade) são elementos essenciais para abordar o feminino.
Ser mãe é correlato da falta do objeto essencial para a mulher: o falo. Para a mãe, a criança, longe de ser apenas a criança, é também o falo. Ao tomar este valor de falo, ela se identifica com o significante do desejo materno.
Toda mãe é para a filha tanto um modelo, quanto uma rival. A filha identifica-se com o desejo da mãe no sentido de ser a mulher do homem amado e querer dar-lhe um filho. Freud fala sobre as importantes influências da fase pré-edípica na relação objetal futura.
Alguns psicólogos afirmam que a relação mãe-filha se trata de uma questão de ambivalência, em que sentimentos e afetos contraditórios caminham juntos o tempo todo. Por esse motivo, é preciso agir com sabedoria, principalmente diante da complexidade natural que a adolescência traz.
O relacionamento de mãe e filha parece não ser dos melhores. Para a psicologia, o relacionamento entre mãe e filha pode ter obstáculos como sentimentos nocivos, mesmo que inconscientemente, tais como o julgamento, a culpa, a competição, a negação, a inveja e a raiva.
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Como uma filha deve tratar sua mãe?
Uma mãe deve ser louvada e agraciada todos os dias. Não há nada mais recompensador para uma mãe, do que a felicidade de um filho e sua gratidão por tudo o que ela fez e fará sempre que for necessário. Em Êxodo diz: “Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá”.
9. Competem com os filhos. É comum a mãe com transtorno de personalidade narcisista travar uma competição com os filhos, sempre tentando provar que é melhor que eles ou que eles são inferiores a ela em diversos sentidos. Isso pode gerar uma rivalidade na relação.
“A criança pode realmente não gostar de um ou de ambos os pais, pois se sente abandonada, não amada. Normalmente, quando esse sentimento é real e não parte do desenvolvimento da sua personalidade, ele ocorre porque houve uma quebra no vínculo da criança com esses adultos”, explica Severine.
Para Winnicott (2000) a ausência materna e a falta de apego geram na criança uma necessidade da busca de um objeto transitório; essa criança pode apresentar comportamentos desajustados, como; roubo, insônia; apresentam comportamentos de regressão, tendência antissocial, carência e até uma propensão a delinquência.
Tudo isso é normal e faz parte de qualquer relação. Mas romper com as expectativas que as nossas mães depositam sobre nós pode ser um marco importante – e necessário – de amadurecimento dos filhos, mas também das mães.
A Síndrome de Electra ocorre quando a menina, entre 3 e 6 anos de idade, desenvolve um afeto excessivo pelo pai. Isso faz com que ela entre em competição com a mãe, considerando que precisa disputar atenção da figura masculina. Em alguns casos as meninas podem verbalizar o sonho de se casar com os pais.
“Essa preferência, obviamente, não tem conotação sexual”, diz a psicóloga. Trata-se apenas da necessidade de atenção da criança de todos que a cercam. Os pais devem intervir explicando à criança que o casal tem outro tipo de relacionamento – e isso não significa que ela seja menos amada.
Para Freud, os pais amam os filhos porque seus sistemas comportamentais primitivos são reativados. A mente dos pais retorna à própria infância, é como se eles, fazendo algo pelos filhos, estivessem fazendo por si mesmos.
“Não consigo pensar em nenhuma necessidade da infância tão intensa quanto a da proteção de um pai.” (Freud, em O MAL-ESTAR NAS CIVILIZAÇÕES, 1930). A importância paterna é indiscutível mesmo no senso comum se pensarmos que uma mãe precisa se sentir segura o suficiente para cuidar dos filhos de maneira bem sucedida.
A falta de afeto e de cuidados maternos tende a gerar intensos sentimentos de culpa, perda e desamparo que, quando não tolerados psiquicamente pela criança, serão atuados de modo maníaco mediante comportamentos como furtos, mentira sistemática, roubo, entre outros comportamentos desadaptativos.
De acordo com Winnicott, a mãe é responsável pela construção da saúde mental dos filhos. Nesse sentido, ela é a atenuadora dos processos que envolvem o desenvolvimento emocional e físico do bebê. Além disso, o cuidado da figura materna com a criança é fundamental na construção do sujeito dessa nova vida.
Muitas vezes, por carência, os pais querem que eles fiquem dóceis, obedientes, amáveis ... os filhos sentem esta carência como sufocante e não aceitam, brigam com os pais. Então, é muito bom você se dar conta o que isto provoca dentro de ti, qual a dor, sim colocaste rejeição, se sente rejeitada...
Quando a situação entre mãe e filha melhora? Comunicação é a chave para qualquer relacionamento e a empatia é essencial para a resolução de conflitos. Lidar com expectativas exige se colocar no lugar do outro e também refletir sobre o seu próprio papel criando essas idealizações.
Para identificar características tóxicas na relação mãe/filho, alguns sinais de atenção: Mães extremamente controladoras, que não permitem que os filhos façam algo por si próprios. Mães que humilham ou desabonam os filhos comparando-os com ela própria ou com outras pessoas. Mães que atacam a autoestima dos filhos.
“É normal não amar a própria mãe?”, você pergunta. A resposta, é claro, é um grande, rotundo “SIM!”. Se necessita de ajuda para registrar a perda da “mãe” no sentido afetivo da palavra, recomendo o meu curso online, “Como fazer o luto da mãe narcisista de forma orgânica”.
Não aceita ou tenta reprimir sentimentos antagônicos a todo custo. Coloca os interesses da mãe na frente dos seus. Coloca o bem-estar da mãe na frente do seu. Tem problemas de identidade: não sabe quem é ou tem receio de ser e agir de forma genuína e sem culpa.
3. Problemas de identidade. O ponto fraco do narcisista é a angústia e sentimento de vazio que carrega. Então, por não conseguir se amar, busca esse amor no outro.
"Uma mãe narcisista acha que as suas opiniões são sempre melhores que as dos filhos, que ela está sempre com a absoluta razão, sem sequer saber o que os filhos pensam. São características atípicas de uma mãe, já que o correto seria o diálogo", explica Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.