Pesquisadores da Universidade de Cambridge registraram cerca de 676 mil mortes por ano por inatividade, contra 337 mil por conta de excesso de peso. Eles concluíram que pelo menos 20 minutos diários de caminhada rápida poderiam gerar benefícios substanciais.
Dessa forma, quando o indivíduo é ativo, as funções vitais acontecem de forma regular e com menor desgaste. Em contrapartida, o indivíduo sedentário sobrecarrega o organismo, prejudicando o seu funcionamento. Como consequência, ocorre o sobrepeso, a obesidade, além de doenças como diabetes e hipertensão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças relacionadas ao sedentarismo matam 300 mil pessoas por ano no Brasil. Esse número tende a continuar crescendo à medida em que as pessoas dizem “não ter tempo” para praticar atividades físicas.
O estudo apontou que o sedentarismo foi responsável por uma em cada 10 mortes provocadas pelas doenças citadas. Entre os 57 milhões de óbitos registrados em 2008, cerca de 5,3 milhões foram consequência da falta de atividade física. O tabagismo foi relacionado a 5 milhões de mortes no mundo.
O QUE MATA MAIS: SEDENTARISMO, OBESIDADE OU CARBOIDRATO?
Porque o sedentarismo é tão perigoso?
Aumento na incidência de doenças e risco de morte
O sedentarismo causa o aumento nos casos de câncer, doenças cardiovasculares, dores de cabeça frequentes e diabetes, entre outras patologias. Por isso, o risco de morte cresce assustadoramente entre pessoas fisicamente inativas.
Se a tendência continuar, os níveis de inatividade física deverão aumentar ainda mais, chegando a 35% até 2030. A OMS recomenda que os adultos dediquem 150 minutos por semana a atividades físicas de intensidade moderada ou 75 minutos se for de alta intensidade.
Pessoas que ganham muito peso ou que lutam para ficar magras sentem mais fome do que as pessoas naturalmente magras. O estudo da mutação que diminui o apetite foi conduzido por Sadaf Farooqi, professora de metabolismo e de medicina na Universidade de Cambridge, e Nick Wareham, epidemiologista da mesma instituição.
A redução da ingestão calórica e a perda de gordura provocam redução dos níveis de leptina. Com a redução das concentrações de leptina, os níveis de saciedade diminuem. Para piorar a situação, ocorre aumento dos níveis de grelina, hormônio secretado principalmente no estômago e responsável pelo aumento da fome.
Uma pesquisa com 29 países realizada pela Ipsos mostra que o Brasil tem a adesão mais baixa à prática de atividades físicas, três horas por semana, em média, metade da média global que é de seis horas por semana.
Quanto tempo leva para sair do sedentarismo? Não há um tempo exato como resposta a esse questionamento em razão da pessoalidade de cada caso. No entanto, adotando-se as recomendações da OMS, em cerca de 3 meses, ou menos, a condição já não será mais a que caracterizava o sedentarismo.
O que acontece com o corpo ao sair do sedentarismo?
Então, a partir de 6 meses de inatividade física já ocorre grande perda das adaptações fisiológicas promovidas pelo treinamento. Aumento dos níveis de colesterol e glicose: o sedentarismo aliado a uma má alimentação forma uma combinação certeira para o aumento dos níveis de colesterol e de glicose no sangue.
É considerada sedentária a pessoa que se mantém muito tempo inativa, sem praticar exercícios físicos, e ainda aquelas que, apesar de realizarem algumas atividades durante o dia, como se locomover e trabalhar, não dediquem um período à prática de alguma modalidade esportiva ou treino em geral.
Basta dividir 150 minutos por semana de atividade física aeróbica moderada, que pode ser caminhada, corrida, natação, vôlei, basquete, andar de bike, ou começar a se exercitar em uma academia, conciliando exercícios aeróbicos com musculação, por exemplo.
Assim como já está bem consolidada a relação de tabagismo e determinados tipos de câncer, a obesidade ocupa o 2º lugar como fator de risco mais incidente para cerca de 17 tipos da doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Os resultados mostraram que os magros e sedentários tinham 30% menos risco de morrer de doenças como câncer e problemas cardíacos do que os que estavam acima do peso, mas realizavam atividades físicas. Entre os obesos, não se observou nenhum benefício dos exercícios.
Alguns estudos têm mostrado precisamente que indivíduos obesos têm maior força muscular periférica do que os indivíduos magros, e ela é provavelmente associada a uma maior massa livre de gordura39,40.
“O abdômen é a parte do corpo com maior quantidade de células gordurosas (adipócitos), por isso tem tendência a crescer mais”, explica a nutricionista Daniella Chein.
Pouca participação de atividades físicas. Muito tempo assistindo TV, jogando videogame ou no computador e pouca atividade. Dirigir ou usar muito o transporte público e raramente caminhar ou andar de bicicleta.
De acordo com o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, o comportamento sedentário envolve atividades realizadas quando se está acordado sentado, reclinado ou deitado e gastando pouca energia.