Privatizações trazem perdas de 86% nos repasses do Bilhete Único para o Metrô e a CPTM. São Paulo – A privatização de linhas trouxe perdas de 85,6% nos repasses do Bilhete Único à Companhia do Metropolitano (Metrô) e à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
O efeito imediato dessa privatização é a enorme queda na qualidade do atendimento à população. Já ocorreram várias falhas, acidentes e a morte de um trabalhador que fazia a manutenção na Linha 9-Esmeralda.
Em 2022, as linhas 8 - Diamante - e 9 - Esmeralda - da CPTM passaram a ser operadas pela Viamobilidade, consórcio formado pela CCR e pelo Grupo Ruas. Primeiras linhas do sistema de trens metropolitanos de São Paulo a serem privatizadas, ambas apresentaram falhas sucessivas no início da concessão.
A privatização significa que um serviço público ou uma empresa pública não está mais sob o controle de empresas privadas. Aquela propriedade não é mais administrada pelo estado; em vez disso, fica totalmente sob a responsabilidade do proprietário privado.
Essa concessão do controle de serviços públicos a empresas privadas pode, por um lado, garantir ganhos de eficiência; flexibilidade na gestão — que se torna menos burocrática do que é em uma estatal — e mais investimentos, segundo aponta Sérgio Lazzarini, professor do Insper e da Ivey Business School, no Canadá, e ...
O que a população pensa sobre privatizações em São Paulo?
É vantagem privatizar?
Privatizar uma empresa pode gerar receita para o governo, melhorar a gestão da empresa, reduzir a interferência do Estado na economia e estimular a concorrência. No entanto, também pode resultar na perda de controle do Estado em setores estratégicos e riscos de demissões.
A passagem de um bem público a uma empresa privada pode significar perda de um patrimônio à população e representar apenas lucro para a empresa. Há maior geração de riquezas mesmo que a empresa seja parte de grupos investidores.
A principal razão que leva o governo Tarcísio a querer privatizar todas as linhas do Metrô e da CPTM é a saúde financeira das empresas públicas, que vem piorando nos últimos anos.
São Paulo: Linhas privatizadas transportam menos, mas ganham 4 vezes mais que Metrô e CPTM. O governo de São Paulo priorizou o repasse de verba pública para empresas privadas responsáveis por linhas de trem e metrô na capital.
Cidades onde a iniciativa privada cuida da maior parte do sistema são raras. Dois exemplos são o metrô de Buenos Aires, na Argentina, e o do Rio de Janeiro.
Um consórcio formado pelo grupo Comporte e pela estatal chinesa CRRC foi o único a apresentar proposta e venceu o leilão realizado nesta quinta-feira (29) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
O Metrô de São Paulo reportou, no período, prejuízo de R$ 1,167 bilhão, ante R$ 759 milhões em 2021, aumento de 53,8% em relação ao período comparativo. A receita operacional líquida foi de R$ 2,164 bilhões no acumulado de 2022, aumento de 40,1%, comparado a 2021 que alcançou R$ 1,545 bilhão.
Só a linha 9 registrou 12 falhas nos três primeiros meses do ano. O número é o maior entre todos os ramais de trem da região metropolitana de São Paulo. Problemas de sinalização, na rede aérea e no sistema de alimentação elétrica foram algumas das ocorrências registradas.
Em 2022, no governo João Doria (PSDB), a empresa assumiu as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda. O atual governador já sinalizou que pretende conceder à iniciativa privada todas as linhas do Metrô e as linhas 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM. As linhas 7-Rubi, 14-Ônix e 17-Ouro também estão na mira.
Numa tacada só, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), privatizou a construção do Trem Intercidades Eixo Norte (TIC), ligando São Paulo a Campinas, e a Linha 7-Rubi da CPTM.
Desde 2021, a Linha 7, que vai até a Luz, é atendida pela CPTM em conjunto com a Linha 10-Turquesa, que parte da Luz, depois para o Brás e depois segue para a região do ABC Paulista.
As linhas privatizadas recebem mais dinheiro público que os metrôs e o trens estatais. A tarifa pública é R$ 4,40, porém, a Via Quatro recebe R$ 6,32 por passageiro transportado. Esse dinheiro vem das tarifas que entram nas empresas públicas (Metrô e CPTM).
A principal motivação por trás da intenção do governo Tarcísio de privatizar todas as linhas do Metrô e da CPTM é a situação financeira precária das empresas estatais, que tem se deteriorado nos últimos anos. O governo entende que as empresas não têm capacidade para tocar as obras e projetos de novas linhas e estações.
O governo do Estado está privatizando as linhas em blocos. Em 2021, as linhas 8-diamante e 9-esmeralda foram assumidas pela ViaMobilidade. A linha 7-rubi é a que está com o processo mais adiantado.
A privatização refere-se ao processo oriundo das políticas de governos atreladas às empresas privadas e agentes do mercado em que empresas públicas e estatais são vendidas e/ou concedidas para os capitais privados, seja na forma de concessão pública ou mesmo de parcerias público-privadas e venda definitiva.
O que acontece com os funcionários na privatização?
Mesmo com a privatização, os funcionários continuam com os mesmos direitos que estão garantidos na CLT e outros que já estavam pré-estabelecidos durante o tempo em que o governo era o proprietário.
Qual foi o presidente que mais privatizou no Brasil?
O governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) executou as maiores privatizações da história do Brasil. Durante este período, cerca de 78,6 bilhões de reais foram aos cofres públicos provenientes de privatizações. A venda de empresas estatais foi uma resposta do governo para impedir o agravamento da dívida pública.
Para que serve a privatização? Como vimos, privatizar uma empresa significa passar para a iniciativa privada o seu controle acionário e operacional. Assim sendo, é uma medida adotada quando o governo precisa levantar recursos, por meio da venda de ações, ou quando a companhia está passando por dificuldades.