Segundo Nietzsche, a religião não é uma prática libertadora, mas pelo contrário, oprime a alma humana transformando os instintos vitais em algo negativo.
Nietzsche afirmava que o cristianismo, imperioso a partir da Idade Média, impôs uma inversão de valores morais que culminaria no enfraquecimento do ser humano por ser a negação dos impulsos morais que falam mais alto em qualquer animal.
Para Nietzsche, o elemento religioso se mostra como resultado de um instinto criador. A vida enquanto vontade de poder inventa a religião, novos deuses, enfim, vários mecanismos capazes de fazer aumentar o seu poder. Assim, o instinto religioso continua a forjar novas espiritualidades, novos deuses para a vida.
Qual a visão de Nietzsche sobre a religião cristã?
Nietzsche entende o Cristianismo enquanto negação da vida e/ou Religião da decadência. A crítica de Nietzsche ao Cristianismo tem como alvo o sujeito enquanto agente moral. Todavia, não é necessariamente uma crítica a Jesus, o Cristo, visto que, Nietzsche considerava Paulo o verdadeiro fundador do Cristianismo.
Nietzsche considera Jesus um decadente, porém, sua decadência é modelar para o cristianismo e para a civilização ocidental, à medida que Jesus não engendrou dispositivos de manutenção e disseminação da degeneração fisiológica que o acometia.
CLÓVIS DE BARROS fala sobre RELIGIÃO e NIETZSCHE | Os Sócios Podcast 122
O que Nietzsche falava de Deus?
Nietzsche se referia na verdade ao que Deus representava para a cultura europeia, à crença cultural compartilhada em Deus que no passado havia sido a característica que unia e definia a Europa. Nietzsche estava falando da Europa sem Deus.
Para Nietzsche, a religião não deve ser mais vista como parte constitutiva do existir humano; ela é como um abismo a ser ultrapassado para que o homem consiga viver a vida como de fato deve ser vivida.
Nietzsche propunha que, recusando Deus, podemos também nos livrar de valores que nos são impostos. A maneira de fazer isso seria questionando a origem dessas ideias. Ele se definia como um “imoralista”, não porque pregasse o mal, mas por entender que o correto seria superar a moral nascida da religião.
De acordo com ele, Deus nunca existiu, então falar sobre Sua “morte” tem mais a ver com humanidade do que com divindade. Nietzsche conjectura que nós, humanos, percebemos que a existência de Deus é indefensável e indesejável.
A sentença "Deus está morto" significa: o mundo supra-sensível está sem força de atuação. Ele não fomenta mais vida alguma. A metafísica, isso significa para Nietzsche a filosofia ocidental entendida como Platonismo, está no fim.
O "deus dançarino" de Nietzsche poderia ser um deus que se movimenta e que está na Terra, em muitas situações ele se fundiria com à própria terra. Se existisse uma "religião nietzschiana ela seria essencialmente imanente", isto é, procuraria religar o homem não com o céu, mas com à própria vida terrena.
Nietzsche defendia a inexistência em vários sentidos: de Deus, da alma e do sentido da vida. Para ele, o ser humano deveria abandonar as muletas metafísicas, a chamada morte dos ídolos. O filósofo se opunha aos dogmas da sociedade, principalmente ao defender que a verdade era uma ilusão.
Vontade de poder, transvaloração dos valores e super-homem são três conceitos fundamentais para a filosofia nietzschiana. Friedrich Nietzsche explorou o niilismo como um problema cultural e apresentou o niilismo ativo como uma alternativa para a questão.
Outros pensadores, porém, consideram a Religião como um fenómeno humano, que não é redutível a qualquer outro, mas goza de autonomia própria e é inerente ao facto de ser homem.
Ele dizia que não acreditava nas religiões, MAS não as refutavam. Ele que era critico do niilismo por dizer que não faz sentido dizer não a tudo. Por ele não acreditar nas religiões nem acusa-las de falsa, então, ele nem acreditava nem desacreditava.
Qual era a opinião de Nietzsche sobre Jesus Cristo?
Para Nietzsche, Jesus não era um revolucionário, e sim, 'com alguma tolerância na expressão', um espírito livre. Que essa tolerância não lhe deve ser imputada apenas a descrédito, pode-se depreendê-lo da psicologia do ressentimento.
Nietzsche acreditava que poderia haver novas possibilidades positivas para os humanos sem Deus. Abandonar a crença em Deus abre o caminho para que as habilidades criativas humanas se desenvolvam plenamente.
Ao afirmar que não acredita em um Deus que não dance, Nietzsche estava criticando a ideia de um Deus concebido como uma entidade distante e rígida, que impõe regras e restrições à vida humana. Ele buscava uma visão de divindade mais dinâmica, que estivesse em harmonia com a vitalidade e a energia da existência.
(Ufsj 2012) Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e Dionísio, respectivamente, como a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo segmento moral, no qual se inserem as paixões humanas.
Segundo ele Deus permanece apenas no plano lógico e, portanto, não pode acrescentar nada ao conhecimento e dele só se pode afirmar a possibilidade enquanto pode ser pensado apenas como uma ideia e não como um conceito do entendimento (I. KANT, CRP, A 592 B 620 – A 602 B 630).
Nietzsche parece pensar que a primeira resposta será confusão e pânico. Toda o aforismo do Homem Louco citado acima está repleto de perguntas temerosas. Uma descida ao caos é vista como uma possibilidade. Mas Nietzsche vê a morte de Deus como um grande perigo e uma grande oportunidade.
Nietzsche argumentou que haviam dois tipos fundamentais de moralidade: moral do senhor (moralidade mestre ou moral nobre) e moral de escravos (moral de rebanho). A moralidade do senhor valoriza o orgulho, força e nobreza, enquanto a moral dos escravos valoriza coisas como a bondade, humildade e simpatia.
Para Nietzsche, o Super-Homem não é uma evolução biológica futura da espécie humana, mas sim um ideal a ser alcançado pelos indivíduos mais criativos, corajosos e autênticos. Ele representa uma ruptura radical com os valores e crenças tradicionais, propondo uma nova forma de pensar e viver.