“Se faz festa sim, e depois se entra neste clima penitencial, de abstinência, de oração, mas também de caridade. Então a Igreja vê sim o carnaval como uma oportunidade de evangelização”, reiterou padre Márcio.
"No Brasil, o carnaval vai do início do ano até a Sexta-feira Santa. Sempre penso naquela música 'eles dizem que cachaça é água, eu acho que não', é isso que o brasileiro tem de riqueza", respondeu, errando a letra.
Para os católicos, essa é uma festa popular de 'costumes pagãos' e, como o Evangelho não é contra demonstrações de alegria, a Igreja Católica cristianizou essas celebrações. Além disso, no dia seguinte é a Quarta-feira de Cinzas, solenidade que marca o início do Tempo Litúrgico da Quaresma.
Qual o verdadeiro sentido do carnaval para a Igreja Católica?
A palavra Carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é “retirar a carne”. Esse sentido está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a Quaresma e também ao controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de controlar os desejos dos fiéis.
Basicamente o carnaval significa isso. Tendo lido o texto bíblico acima, de Romanos 8, entendemos que o cristão não deve participar do Carnaval, pois este tem valores contrários aos ensinamentos da Palavra de Deus. Carnaval é festa da carnalidade. A sensualidade é exaltada nas ruas e a imoralidade sexual é praticada.
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Algumas lideranças religiosas alertam seus fiéis para evitarem essas comemorações para não acabarem sendo tentados a usar o evento para se entregar ao excesso de bebidas e luxúria, o que por consequência acaba em pecado.
É daí surge a denominação Carnaval: palavra que se origina do latim Carnis levare, que significa 'afastar-se da carne'”, explica. “Portanto, o Carnaval seria os dias de exaltação da liberdade antes das restrições do período da Quaresma estipuladas pela religião.
Nos anos antes de Cristo, o carnaval era considerado um evento pagão. Com o advento do cristianismo, a festa passou a ser regida pelo calendário lunar. Até hoje o ano litúrgico, o mesmo utilizado pela Igreja católica, é que determina quando deve ser realizado o carnaval.
Apesar de ser uma festa bastante secularizada, o Carnaval, na forma como o conhecemos, surgiu como uma celebração cristã. Todas essas celebrações pagãs, com muitas festas, bebedeiras e outros tipos de prazeres, eram condenadas pela Igreja.
O carnis levale, conhecido também como carne vale, surgiu como um período para as pessoas extravasarem seus desejos antes de iniciarem a Quaresma. A expressão significa “retirar a carne” e representa o Carnaval exatamente como o momento de preparação para que os prazeres carnais fossem retirados.
A origem do carnaval remonta ao Antigo Egito, quando festejos pagãos “expulsavam” o inverno e celebravam o início da primavera, com homenagem às divindades na expectativa de boas colheitas. Quando Alexandre, o Grande, conquistou o Egito, os gregos também adotaram o festival.
De acordo com a enciclopédia, o carnaval vem das festividades finais realizadas pelos romanos católicos nos dias que antecediam a Quaresma, período que acontece antes da Páscoa cristã e em que os devotos se abstinham de comer carne, entre outras práticas religiosas.
Por outro lado, há evangélicos que veem o Carnaval como uma oportunidade de envolvimento evangelístico e testemunho. Em algumas comunidades evangélicas, tradicionalmente, igrejas organizam eventos alternativos durante o Carnaval.
Atualmente não existe qualquer restrição para que pessoas ligadas ao Cristianismo participem de eventos como Carnaval ou de outras festas. O padre Jorge, no entanto, orienta que cada fiel leve em consideração aquilo que acredita para que a Quaresma não perca o sentido.
Como dissemos anteriormente, estabeleceu-se há muitos séculos que essa festa antecede os sacrifícios exigidos pela Igreja durante a Quaresma, uma última oportunidade para extravasar. Sendo assim, o Carnaval começou a ser calculado levando a Páscoa em consideração, feriado que marca a ressurreição de Cristo.
Eles o trairão, já não às ocultas, senão nas praças e vias públicas, fazendo ostentação de sua traição! Eles os trairão, não por trinta dinheiros, mas por coisas mais vis ainda: pela satisfação de uma paixão, por um torpe prazer, por um divertimento momentâneo.
Hoje pagão, o festejo já foi considerado dia religioso pela Igreja Católica. O carnaval teria tido suas primeiras raízes na Antiguidade, entre o Egito e a Grécia, em uma comemoração popular que vibrava com a chegada da primavera.
O que acontece no mundo espiritual durante o carnaval?
Muitas religiões e estudiosos afirmam que nessa época do carnaval, abrem-se portais para que espíritos de todas as partes, principalmente os menos conscientes, virem para nossa realidade para se transformarem ou para “reviverem” as experiências terrenas.
Essa não é a diversão de Deus, esse não é o chamado à alegria do Senhor. Escolher esse tipo de diversão, mesmo que seja só por três dias, é sim pecado, porque essas escolhas nos afastam do coração de Deus e podem tirar a nossa salvação.
O carnaval no Brasil tem suas raízes históricas no período colonial, tornando-se uma lucrativa atividade comercial no século XX. O entrudo era praticada pelos escravos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Tais bolinhas nem sempre eram cheirosas.
A igreja se incomodava com tais celebrações depravadas. Por isso, resolveu ressignificar a festa, relacionando-a ao jejum que ocorre durante a Quaresma. Carnaval vem do latim carnis levale, que significa “retirar a carne”. Esse seria o último dia antes que os fiéis abdicassem de todos os prazeres até a Páscoa.
O Carnaval foi trazido ao Brasil pelos colonizadores portugueses entre os séculos XVI e XVII, manifestando-se inicialmente por meio do entrudo, uma brincadeira popular. Com o passar do tempo, o Carnaval foi adquirindo outras formas de se manifestar, como o baile de máscaras.