O trabalho deve crescer de intensidade quanto maior for a ameaça de morte e por todos os meios terá de se tornar mais rentável, quanto de menos acesso as subsistências existirem. É como uma atividade penosa a que o homem não pode fugir que a conceção de trabalho herdou das suas origens grega e judaico-cristã.
Dizia Aristóteles, sobre o trabalho: “Todos aqueles que nada tem de melhor para nos oferecer que o uso de seu corpo e dos seus membros são condenados pela natureza à escravidão. É melhor para eles servir que serem abandonados a si próprios.
O conceito de trabalho como uma atividade que altera o estado material das coisas exis- tentes e, que pela ação humana se transforma em objetos úteis, que passam a ter utilidade, pode ser considerado como resultante da intervenção do homem na natureza.
Para Platão (428 - 347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), o trabalho era aquilo que estava ligado à necessidade: de alimentar-se, de cobrir-se, entre outras.
Segundo essa noção alcunhada por Sócrates (469-399 a.C.), todo aquele que trabalha está submetido tanto à matéria como aos homens para quem trabalha. Nessa medida, sua vida carece de autonomia e, portanto, de valor moral.
Os gregos possuíam três concepções para a idéia de trabalho: labor, poiesis e praxis. Para labor entendia-se o esforço físico voltado para a sobrevivência do corpo, sendo, portanto, uma atividade passiva e submissa ao ritmo da natureza.
Para Marx, o trabalho é uma dimensão ineliminável da vida humana, isto é, uma dimensão ontológica fundamental, pois, por meio dele, o homem cria, livre e conscientemente, a realidade, bem como o permite dar um salto da mera existência orgânica à sociabilidade.
Para Hegel, o trabalho não é só satisfação das próprias necessidades individuais e imediatas, mas é a expressão de um valor maior: nele se forma a consciência pessoal e social, se manifesta o caráter público e universal do ser humano.
Nietzsche parte de uma constatação de ordem geral: na civilização, busca-se o trabalho pelo salário; neste caso, o trabalho deixa de ser um meio para se constituir em um fim em si mesmo. Ora, trabalhar apenas pelo salário exclui qualquer prazer (Lust).
Locke afirmou que na natureza, tudo seria de todos. O que faria algo ser possuído individualmente é o trabalho. É pelo trabalho que se possui algo e somente assim é que a propriedade privada seria justificada.
No pensamento grego, o trabalho é definido como imitação e complemento da natureza. Na época patrística e escolástica, atribui-se ao trabalho um valor soteriológico: ele é visto como instrumento de purifica- ção e de salvação; todavia continua-se a considerá-lo como uma atividade ignóbil, servil.
Para Kant, o homem é o único animal votado ao trabalho. É necessária muita preparação para conseguir desfrutar do que é necessário à sua conservação. Mesmo que todas as condições existissem para que não houvesse necessidade do homem trabalhar, este precisa de ocupações, ainda que lhe sejam penosas.
Ele defendia um conceito muito simples: trabalhe para viver, mas não viva para trabalhar. Você não somente será mais realizado na vida pessoal, como se tornará um profissional mais criativo. Montaigne também defendia este raciocínio.
5. Qual é a sua filosofia quanto ao trabalho? Não se alongue. Afirme que os trabalhos têm que ser feitos, especialmente os urgentes e essenciais, e está disposto a dar seu melhor, com todo o seu esforço, para cumpri-los.
Marx critica Hegel empregando em itálico a palavra finitude para caracterizar a especulação mística de que a sociedade civil e a família é produto da ideia real de Estado dando a este a mediação empírica que segundo Marx “não é racional devido a sua própria razão” (MARX, 2005, p.
Principal representante do idealismo alemão, Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasceu em 27 de agosto de 1770. Ele se empenhou em reconsiderar a relação do pensamento com o mundo externo, buscando uma forma de superar a dicotomia posta pela subjetividade moderna entre o sujeito e o objeto, entre o homem e o mundo.
No que se refere ao conceito de trabalho em Durkheim, pode-se dizer que está presente um caráter conservador e um elogio a divisão social do trabalho que reproduz as relações sociais capitalistas que são produtoras da desigualdade e da exploração da classe trabalhadora por parte da classe burguesa.
Dentro dos estudos sobre a ética protestante, Max Weber, considerado um dos fundadores da Sociologia, disse que “o trabalho dignifica o homem”. Weber destacou que o trabalho se encaixava como uma das ações sociais mais nobres e dignas presentes na sociedade.
A teoria weberiana considera as organizações como sistemas burocráticos, que constituem o ponto de partida para sociólogos e cientistas políticos no estudo das organizações. O trabalho aborda também a sociologia compreensiva da ação social e apresenta as características positivas e negativas da burocracia.
Os gregos, no período clássico, por exemplo, pensavam que só o ócio criativo era digno do homem livre e o trabalho manual era desprezado. O filósofo Aristóteles afirmava que ninguém poderia ser livre e ao mesmo tempo obrigado a ganhar o próprio pão.
De atividade necessária para a sobrevivência, passou a ser visto como tortura e sofrimento. Na Antiguidade, gregos e romanos concebiam o trabalho como algo vil e execrável e na Idade Média, trabalhar era um castigo, algo desprovido de prazer e valor.
A palavra trabalho deriva do latim tripalium ou tripalus, uma ferramenta de três pernas que imobilizava cavalos e bois para serem ferrados. Curiosamente era também o nome de um instrumento de tortura usado contra escravos e presos, que originou o verbo tripaliare cujo primeiro significado era “torturar”.