Entre a lista de brincadeiras preferidas, estão pega-pega, pique esconde, banho no rio Fundo – o rio que passa pela comunidade – e tocar instrumentos como o tambor de couro, fabricado lá mesmo, de forma artesanal.
O povo do quilombo é um povo alegre, que gosta de música e de dança. O canto está sempre presente em seu cotidiano e nas festas. Entre os quilombolas há um grande número de cantores e compositores, que relatam em suas músicas a vida, a luta e a esperança de seu povo.
No quilombo, as crianças mantêm uma grande rede de relações, vivenciando aprendizagens e socializações em diferentes momentos e lugares, com adultos, adolescentes e, especialmente, com seus pares. Estão em diferentes espaços: na cachoeira, no riacho, no lago, no campo de futebol ou no parque.
Em geral, música, dança e festas de várias influências, inclusive negras, são realizadas entre esse povo. Uma das danças e músicas tradicionais é o lundu, chamado também de "lundum", que foi introduzido no Brasil por meio de africanos trazidos de Angola e do Congo.
O que caracterizava o quilombo, portanto, não era o isolamento e a fuga e sim a resistência e a autossuficiência. Os habitantes viviam da caça, pesca e coleta de frutas (manga, jaca, abacate e outras), bem como da agricultura (feijão, milho, mandioca, banana, laranja e cana-de-açúcar).
Extrativismo, artesanato, produção cultural, turismo de base comunitária e a venda de produtos feitos a partir de matérias primas produzidas pela comunidade também contribuem para complementar a renda.
A comunidade quilombola trata-se de um fértil território educativo, onde crianças recebem uma educação integral, brincando, experimentando, conversando e observando as demais crianças e adultos.
A educação quilombola acontece nas comunidades por meio do compartilhamento de conhecimentos e saberes entre todos. Já a educação escolar quilombola visa uma aproximação entre os saberes da comunidade e os curriculares.
Assim, as danças, fandango caiçara e samba de roda, foram determinantes na escolha dos quilombos. Outro critério utilizado é que as lideranças quilombolas, Angélica Maria Ferreira de Souza, em Buri, na Bahia, e Ilton Gonçalves da Silva, em Batuva, no Paraná, são professores/educadores.
O cultivo de mandioca, milho, feijão e arroz compõe a base alimentar dessas comunidades quilombolas desde o período colonial. A partir desta cultura alimentar, estruturaram-se modos de fazer o plantio, de colheita e de troca que se tornaram tradicionais dentro da comunidade.
Quilombolas usavam com frequência armas e armadilhas aprendidas com os indígenas para defender o quilombo da repressão praticada pelos colonos. O Brasil possui 5.972 localidades quilombolas divididas em 1.672 municípios brasileiros, segundo o IBGE.
Brincadeiras africanas, como terra-mar, garrafinha, labirinto, matacuzana, Da Ga, fogo na montanha, mancala e banyoka são tão variadas quanto os povos e paisagens do continente. A Lei 10.639/03, de 1996 tornou obrigatório o estudo de história e cultura afro-brasileira nas escolas.
Os campos de futebol, o igarapé, os salões de festas a pescaria e os “butecos” constituem as opções de lazer vivenciadas na comunidade. O futebol goza da preferência de homens e mulheres quilombolas, entretanto, aqui também são poucas as mulheres que jogam.
O jogo consiste no seguinte: todos os jogadores de cada equipe tem que mexer o corpo pra trás e pra frente, como se fossem uma cobra rastejando pelo chão.
As crianças quilombolas dão sentido ao que fazem em relação com os significados que produzem sobre o ambiente e isso implica diretamente na constituição de uma noção de pertencimento em relação ao território no qual vivem.
A escola nas comunidades quilombolas é uma garantia de educação para estudantes da educação básica que residem em comunidades quilombolas. Para isso, as escolas quilombolas devem ser garantidas pelo poder público e organizadas com as comunidades e movimentos sociais.
A falta de infraestrutura escolar, as dificuldades de transporte e o apagamento histórico dos quilombolas no conteúdo das disciplinas são alguns dos entraves. Em 2012, foram criadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.
Os quilombos eram comunidades formadas por africanos escravizados e seus descendentes. Essas comunidades eram formadas por escravos que fugiam da escravidão, sendo um local onde viviam em liberdade e resistiam à escravidão. Nos quilombos não viviam apenas africanos escravizados, mas também índios e brancos livres.
Nascido do trabalho dos negros que buscavam a liberdade fugindo das senzalas, o artesanato quilombola se destaca pelo uso de vários recursos naturais para a confecção de objetos e instrumentos de trabalho. Alguns desses materiais são a madeira, a taquara, a palha de milho, a fibra de bananeira, a canela e a piaçava.
Uma festa muito famosa nos quilombos é a festa de Santa Bárbara (4 de dezembro). Nessa festa eles fazem a ladainha em latim, reza de terços e rituais com tambores, tipicamente africanos, do candomblé. Algumas das danças tradicionais dos quilombolas são: lundum, valsa e marzuca. Outra tradição é a dança desfesteira.
Quando pensamos em quilombo no Brasil vem à nossa mente o famoso Quilombo dos Palmares, sediado no Nordeste e que contemplou uma rede de 12 quilombos, chegando a contar com mais de 20 mil pessoas.
adjectivo de dois géneros. 3. [Brasil] Que é relativo ou pertencente aos descendentes das comunidades formadas nos quilombos que, por meio da tradição oral e da memória colectiva , mantiveram vivo o património cultural de matriz africana (ex.: educação escolar quilombola; líder quilombola).