Para diversas etnias da Bolívia, Peru, Colômbia e Equador, a coca significa tudo: o alimento, o remédio e o sagrado. Quando têm de tomar uma decisão importante, os índios consultam a folha de coca, por intermédio do xamã.
A coca é uma das quatro plantas cultivadas do gênero Erythroxylum, família Erythroxylaceae, nativa do oeste da América do Sul. A coca é conhecida mundialmente por seu alcaloide psicoativo, a cocaína, e pelas drogas feitas a partir das plantas: cloridrato de cocaína, pasta base e crack.
Brasília – A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o direitos dos bolivianos de mastigar a folha da coca, dentro das fronteiras do país, sob o argumento de que é uma prática cultural. A prática denominada "acullico" é usada para fins medicinais e rituais indígenas.
A coca é uma planta nativa da Bolívia e do Peru, é um vegetal arbustivo. O princípio ativo analgésico contido na coca foi descoberto pelos Incas, desde a época desse povo aos dias atuais a folha dessa planta é tradicionalmente mastigada nas áreas de relevo mais elevado, principalmente nas mediações dos Andes.
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Cerca de 1,5 mil pés de coca foram arrancados em três dias. Há três dias, a Polícia Civil de Mâncio Lima, interior do Acre, tem se dedicado a incinerar pés de coca encontrados em ao menos quatro áreas da cidade. A primeira plantação foi descoberta na segunda (10), quando policiais iniciaram a retirada das plantas.
A Bolívia é considerada pela ONU o terceiro maior produtor mundial de cocaína, após Colômbia e Peru. Neste país, o consumo da folha de coca, matéria-prima dessa droga, é legal, e o cultivo é autorizado até um máximo de 20.000 hectares. Em 2023, a área plantada atingiu cerca de 30.000 hectares.
28 da Lei de Drogas). Por quê? Porque a folha de coca não é, em si, considerada droga. Na verdade, ela é uma das plantas que podem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas.
A utilização da folha de coca segue o mesmo princípio, ou seja, usar a cocaína contida na folha (ainda que em quantidades mínimas) para ajudar a libertar o sujeito da dependência.
No livro que deve lançar em breve sobre os benefícios da folha de coca, Mamani lhe atribui as seguintes propriedades: afrodisíaca, emagrecedora, analgésica, anestésica, antiasmática, antibiótica, anticancerígena, antidiarréica, antidiabética, antigripal, antivômito, bactericida, cardiotônica, cicatrizante, depurativa, ...
Enquanto um acalma, tranquiliza, o chá de coca (ou "mate de coca", como eles dizem) tem efeito levemente estimulante, mas longe do "barato" que quem não conhece imagina provocar. Não é à toa que os nativos costumam mascar suas folhas para driblar o cansaço trazido pelo ar rarefeito nos altiplanos e nas montanhas.
A infusão conserva algumas das propriedades farmacológicas da folha de coca e a comercialização em carteiras filtrantes é legal em Peru e Bolívia, ao igual que a farinha de coca. O chá é de cor verde amarelado e tem um ligeiro sabor amargo, algo parecido ao do chá verde, mas com um sabor ligeiramente mais doce natural.
Mas a mastigação da folha de coca com fins medicinais é um hábito tão antigo quanto a própria civilização inca. Outros alcaloides da coca têm efeitos levemente estimulantes, ajudam a reduzir a fome e participam do processo digestivo, além de mitigar os efeitos da falta de oxigênio em regiões de altitudes excepcionais.
Em 1884, foi lançada a bebida alcoólica chamada "Pemberton's French Wine Coca", anunciada como uma bebida intelectual, vigorante do cérebro e tônica para os nervos, sendo, inicialmente uma mistura de folhas de coca, grãos de noz-de-cola e álcool.
Mastigar folha de coca é uma prática comum e legal em países como Peru e Bolívia - porém, pode causar dependência se usada com exagero. No entanto, o produto é considerado como droga pelos Estados Unidos e "viciante", pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A primeira droga utilizada pela humanidade remonta a tempos ancestrais e tem origem na cannabis. Cultivada há mais de 10 mil anos, a cannabis era muito apreciada pelas civilizações antigas por suas propriedades medicinais e psicoativas.
A razão desses números é a demanda para a fabricação de um dos mais conhecidos produtos norte-americanos, a Coca-Cola, vendida em mais de 200 países, que tem em sua fórmula um extrato "descocainizado" de folhas de coca. Ou seja, o refrigerante não tem cocaína, que é retirada por meio de processos químicos.
A conduta de transportar folhas de coca de origem boliviana em território nacional amolda-se melhor ao crime de tráfico internacional de entorpecentes do que ao uso de droga para consumo pessoal. Com isso, deve ser julgado pela Justiça Federal.
Cuba. A Coca-Cola está proibida no país desde 1959, quando a Revolução Cubana atingiu o poder. Antes disso, o produto não apenas era comercializado por lá, como também era fabricado. Apesar disso, nos últimos anos, alguns hotéis possuem o produto, mas apenas para turistas.
O abuso de cocaína tem suas raízes nas grandes civilizações pré-colombianas dos Andes que, há mais de 4500 anos, já conheciam e utilizavam a folha extraída da planta Erythroxylon coca ou coca boliviana, como testemunham as escavações arqueológicas do Peru e da Bolívia.
Posso levar folhas de Coca para o Brasil? Não, o Brasil não permite e classifica o ato como “tráfico internacional de drogas”, de acordo à lei 11.343/2006, pois considera a coca uma droga. A folha de coca não é droga, porém é uma das matérias primas utilizadas na fabricação da cocaína.
Porque o cultivo da coca é considerado legal na Bolívia?
Isso porque, ao contrário do que acontece na maior parte dos países, inclusive no Brasil, a folha de coca não é ilícita na Bolívia, por conta da tradição do seu uso pela população indígena, que ainda hoje é a maioria da população local.