Na visão de Sócrates, “o belo é o útil”, ou seja, a beleza não está associada à aparência de um objeto, mas em quão proveitoso ele for, teria então um caráter prático, como o resultado de um produto ou situação prática.
Para Sócrates o “ser” belo se impõe sobre a “aparência”. Para Hípias o belo nada mais é do que uma aparência que se impõe sobre todas as coisas. Mas Sócrates não está, de fato, procurando saber o que produz a aparência ou o ser (enquanto aparência) da beleza, mas sim o que é a própria beleza.
Podemos entender que para Aristóteles o belo não é ligado a conceitos de real. O artista teria a liberdade para criar realidades e dar sentido para um mundo que não tem sentido. A obra de arte teria também um papel histórico e didático na evolução humana.
Filósofos clássicos tratam do belo como algo sublime (Platão, 2000) e o constrói através de reflexões articuladas entre o nosso mundo e o mundo das ideias. Isso se justifica pelo fato de o indivíduo tentar conhecer o mundo e a si mesmo.
Para Platão (340 a.C.) o belo é o ideal da perfeição só podendo ser contemplado em sua essência por meio de um processo de evolução filosófica e cognitiva do indivíduo por meio da razão, que lhe proporcionaria conhecer a verdade harmônica do cosmo.
Na visão de Sócrates, “o belo é o útil”, ou seja, a beleza não está associada à aparência de um objeto, mas em quão proveitoso ele for, teria então um caráter prático, como o resultado de um produto ou situação prática.
Para ele, a Beleza existe em si mesma, no mundo das ideias, separada do mundo sensível (que é o mundo concreto, no qual vivemos). Assim, as coisas seriam mais ou menos belas a partir de sua participação nessa ideia suprema de Beleza, independentemente da interferência ou do julgamento humano.
Para Nietzsche o belo é “uma Page 4 Yvisson Gomes dos Santos 139 sensação de prazer que nos oculta em seu fenômeno as verdadeiras intenções da vontade (2007, p. 46).
Segundo Kant, o belo resulta da concordância harmoniosa entre uma forma sensível imaginada para exprimir uma ideia, e um ideia concebida para ser expressa por uma forma. O belo será o que satisfaz o voo livre da imaginação, sem estar em desacordo com as leis da Verstand.
Para filósofos como David Hume (1711-1776), por exemplo, a beleza não estaria nos objetos em si, mas estaria determinada ao gosto de cada um, sendo um juízo subjetivo. Seria da mesma forma com a arte, cuja noção a partir do século XVIII, se vincularia à noção de beleza (na Antiguidade grega eram esferas separadas).
Segundo Hegel, “o belo é a Idéia enquanto unidade imediata do conceito e de sua realidade”5 e, portanto, é verdadeiro. Tal afirmação só fará sentido se tivermos em mente de modo claro o significado de cada termo ali em jogo.
O substantivo grego clássico para "beleza" era κάλλος, kallos, e o adjetivo para "belo" era καλός, kalos. Em grego koiné, a palavra para bonito ou belo era ὡραῖος, hōraios, um adjetivo que vem da palavra ὥρα, hōra, que significa "hora". No grego koiné, a beleza, então, era associada a "estar em sua hora/seu momento".
belo, surge na filosofia grega. Os gregos entendiam que o equilíbrio das formas, pensado de uma maneira matemática, era sinônimo de perfeição e seria considerado algo esteticamente belo. harmonia e proporção entre as partes.
Hípias sugere então que o belo, sendo aquilo que “jamais aparecerá feio a ninguém de modo algum” (HM, 291b), deva ser “sendo rico, saudável, e honrado pelos Helenos tendo atingido a velhice e despachado belamente seus finados pais – ser enterrado de maneira bela e magnânima pelos próprios descendentes”.
Hípias: criador do método da Mnemotécnica, a arte de exercitar a memória, é descrito como o pensador sofista que mais enriqueceu com a transmissão de conhecimento.
O belo, que apreendemos no âmbito sens í- vel, trata-se de uma simples representação da beleza divina. Segundo Platão, a imagem da bel e- za desperta no homem o amor, e este é o que lhe permite apreender, ou pelo menos se aproximar da beleza divina, posto que o amor é o que leva a alma a refletir sobre as coisas belas.
O que é beleza? O dicionário Michaellis coloca o significado de beleza como “caráter do ser ou da coisa que desperta admiração ou sensações agradáveis. Ainda, define também como a “qualidade de um ser ou objeto que suscita sentimentos de elevação ou simpatia por seu valor moral ou intelectual”.
O belo, para Hegel, é uma idéia do espírito artístico, ou seja, uma unidade imediata do conceito e de sua efetividade tal como ela se apresenta em seu aparecer para as nossas sensações.
O que representa o conceito de beleza para Agostinho?
Santo Agostinho não faz distinção entre existência e beleza, pois, concebe a beleza na criação como ontológica, ou seja, uma criatura é bela só pelo fato de ser ou existir.
Para os gregos, um corpo bonito era uma prova de uma mente brilhante. Eles até tinham uma palavra para isso ─ kaloskagathos ─ o que significa ser bonito de se ver e, além disso, uma boa pessoa.
Quanto às ciências matemáticas, Aristóteles defende o seu teor estético em oposição àqueles que o negam. Diz, inclusive, que “o belo é o objeto principal do modo de raciocínio dessas ciências e das suas demonstrações” (Metafísica, 1078a).