A fé, por se tratar das coisas sobrenaturais e delas provir, é mais elevada que a razão, mas jamais pode haver contradição entre uma e outra, pois o mesmo “Deus que revela os mistérios e infunde a fé, dotou o espírito humano da luz da razão; e Deus não pode negar-se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer à ...
De um lado, a fé, um dispositivo que parecer ser inerente ao ser humano que, independentemente da cultura em que esteja inserido, a exercita. De outro lado, a razão, o pensamento crítico que o indivíduo desenvolve no intuito de desvendar a verdade na sua essência.
A Igreja nos ensina que, embora a fé supere a razão, “não poderá nunca existir contradição entre a fé e a ciência, porque ambas têm origem em Deus”. É o mesmo Deus que dá ao homem seja a luz da razão seja a luz da fé. “Crê para compreender; compreender para crer” (Santo Agostinho).
Qual é a hierarquia que se estabelece entre fé e razão?
Os filósofos cristãos dividiram-se em 3 grupos no que diz respeito à hierarquia entre fé e razão: Creio porque absurdo; Creio para compreender; Compreender para crer.
Parece, pois, que a luta entre razão e fé não é apenas localizada, mas contínua, já que sempre há esclarecidos, esclarecimentos e resistência a esses esclarecimentos. A razão se rebela com o estabelecido e quando se impõe, torna-se um dogma incutido nos homens de cada tempo.
Qual a posição dos filósofos cristãos sobre a relação entre fé e razão?
Vê-se assim que os filósofos cristãos se apoiam na fé para melhor compreenderem a realidade, enquanto esta mesma fé dita metas a serem alcançadas pela razão, evitando que erros ou desvios em suas inquirições aconteçam.
A separação que Galileu promove tem um caráter que podemos denominar de “teórico”: sua defesa da liberdade de pensamento tem como foco a liberdade de se fazer ciência sem a interferência de qualquer autoridade em um momento em que a ciência moderna buscava se consolidar.
O Apóstolo Paulo ensinou que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” ( Hebreus 11:1 ). Alma fez uma afirmação semelhante: “Se tendes fé, tendes esperança nas coisas que se não vêem e que são verdadeiras” ( Alma 32:21 ). A fé é um princípio de ação e poder.
Razão, no sentido geral, é a faculdade de conhecimento intelectual próprio do ser humano, é um entendimento, em oposição à emoção. É a capacidade do pensamento dedutivo, realizado por meio de argumentos e de abstrações. É a faculdade de raciocinar, de ascender às ideias.
Qual a importância da fé e da razão em nossas vidas?
A fé não só ilumina nossos passos, nossa razão, mas também abre nossos caminhos, nos impulsiona na abertura para o outro e para o Outro, nos faz sair de nós mesmos, do nosso mundo individual e solitário para um mundo comunitário e fraterno.
Qual o pensamento de Tomás de Aquino sobre fé e razão?
Razão e fé puderam ser, enfim, harmonizadas, apesar de serem distintas, mesmo no que diz respeito às verdades que podem alcançar, conforme afirma Tomás de Aquino em "Súmula contra os gentios": Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da razão humana.
A fé é um dom, que ajuda as pessoas a passarem pelos momentos difíceis e pelas circunstâncias penosas, que sempre ocorrem na vida, quando menos se espera. Para superar essas dificuldades, para ter algum alento ou esperança, é preciso ter fé. Quanto maior a perda, mais necessária é a fé.
No momento em que a Igreja proclama uma verdade de fé significa que ela se encontra na Sagrada Escritura ou na tradição da Igreja, ou seja, não é uma verdade inventada. Um dogma é uma verdade absoluta, inquestionável, definitiva e que não pode ser alterada nem mesmo por algum Concílio ou pelo Sumo Pontífice.
É possível provar racionalmente a existência de Deus?
Segundo Kant, há uma impossibilidade em provar racionalmente a existência de Deus, porque o conhecimento humano encontra-se limitado ao âmbito fenomênico (espaço-temporal).
Sem sombra de dúvida esse exemplo ilustra a segunda parte de Hebreus 11:1 “e a prova das coisas que se não veem”. Agora vamos considerar os três tipos de Fé que encontramos: a primeira é chamada de fé comum ou natural; a segunda de fé salvífica ou salvadora e a última de fé operante.
Então, aprendemos que, viver pela fé é andar na direção do Senhor, ouvindo a Sua voz, obedecendo a Sua vontade e crendo que Ele vai nos abençoar. A fé nos leva a ouvir a voz do Senhor, a Palavra de Deus e obedecê-la. Quando exercitamos (praticamos) a fé em nossas vidas, agradamos ao nosso Deus.
O objetivo da fé constitui realização mais profunda. É a “salvação” a que se reporta a Boa Nova, por excelência. E como Deus não nos criou para a perdição, salvar, segundo o Evangelho, significa elevar, purificar e sublimar, intensificando-se a iluminação do espírito para a Vida eterna.
A fé é compreendida como dimensão da subjetividade e, para Kierkegaard, a 'subjetividade é a verdade'. Verdade que é apropriada na interioridade e que precisa fazer sentido na vida do indivíduo.
A fé se manifesta de várias maneiras e pode estar vinculada a questões emocionais (tais como reconforto em momentos de aflição desprovidos de sinais de futura melhora, relacionando-se com esperança) e a motivos considerados moralmente nobres ou estritamente pessoais e egoístas.
Qual a posição de Santo Agostinho sobre a fé versus razão?
Para Agostinho, a fé tem precedência sobre a razão, ou seja, o argumento da autoridade vem antes de qualquer reflexão racional. Por essa razão, acreditar em Deus precede a evidência de sua existência (De moribus ecclesiae catholica, I, 2, 5), não para omiti-lo, mas pelo contrário, como a descobrimos.
Por que a diferença entre verdades de razão e verdades de fé?
Por mais que a razão se esforce para provar determinadas proposições, somente a fé é capaz de lhe conceder a aceitação de que não pode obter tudo o que quer. A verdade da razão orienta a ciência para a tentativa de descobertas de questões emergentes que se afloram ao longo do desenvolver da humanidade.
No século V antes de cristo surge o monoteísmo e a fé se volta para um único deus. É o início do judaísmo, do islamismo e do cristianismo. As religiões são diferentes, mas segundo o teólogo Deuber Calaça, elas têm a mesma raiz.