Por que as empresas estão reduzindo o tamanho dos produtos?
Ou seja, a inflação descontrolada e o empobrecimento da sociedade, as grandes indústrias para não aumentar ainda mais os preços dos produtos ficando assim fora do quartil de preços, passam a diminuir o tamanho ou a quantidade (peso) para manter o mesmo valor.
A economia global sofre com o aumento dos custos das matérias-primas, os atrasos na cadeia de abastecimento e os salários mais elevados dos trabalhadores após a pandemia. E os consumidores estão pagando o preço do aumento dos custos de produção.
A definição do preço adequado de venda de um produto ou serviço junto ao mercado depende do equilíbrio entre o preço de mercado e o valor calculado, em função dos seus custos e despesas.
Análise CNN | Fernando Nakagawa fala sobre redução do tamanho dos produtos
Porque as empresas fazem a reduflação?
Empresas fazem isso porque funciona
As empresas optam por reduzir seus produtos em vez de cobrar mais por um motivo simples —os consumidores muitas vezes prestam mais atenção aos preços do que aos tamanhos.
"Tal redução se deu por motivos técnicos do produto, além da sua adequação aos padrões do mercado e visando o consumo sustentável de recursos naturais", disse, acrescentando que a respectiva adequação do preço foi repassada aos revendedores.
Uma das técnicas mais famosas no preço psicológico é a dos 0,99 centavos, utilizada a partir da percepção de que quando se reduz 0,1 centavo de um produto ele se torna mais atrativo ao cliente. Isso porque subconscientemente acreditamos que aquele valor insignificante torna o produto mais barato.
Reduflação é o processo mediante o qual os produtos diminuem de tamanho ou quantidade, enquanto o preço se mantém inalterado ou sofre um qualquer acréscimo.
Isso acontece por diferentes razões, como estoques cheios de safras anteriores, chocolates menores e novas receitas com produtos que dependem menos doo cacau. Para os especialistas, a melhora do setor pode levar até 10 anos, tempo em que um cacaueiro recém-plantado leva para atingir o pico de produção.
Com ou sem aviso, a reduflação é um golpe no bolso dos consumidores, especialmente porque o preço dos produtos geralmente não cai como a inflação. Os consumidores precisam continuar atentos aos preços para garantir que não caiam nessa armadilha.
Brasil tem deflação em agosto, com índice de -0,02% e tarifa de energia em queda. A inflação do país foi de -0,02% em agosto, queda de 0,40 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior (0,38%). Essa é a primeira taxa negativa desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%.
A redução do carrinho de compras é sintoma da inflação acumulada nos últimos anos. De julho de 1994, mês da criação do real, a maio de 2024, a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 708,01%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A reduflação é uma tática usada por fabricantes que reduz o conteúdo dos produtos enquanto mantém o preço estável, diminuindo o poder de compra dos consumidores em quase 4%, segundo um estudo inédito do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
Os resultados são consistentes com a ideia de viés para dígitos à esquerda de um número: consumidores prestariam mais atenção ao 19 e ao 20 do que aos demais dígitos. Por isso teriam a impressão de que carros parecidos seriam muito diferentes.
As pessoas já consideram preços terminados em 9 como um valor cheio. Por exemplo: um produto de R$99,00 já é considerado como um valor cheio (R$100,00). Foi a partir dessa analise que os marqueteiros começaram a utilizar os valores terminados em 7.
A 1A99 foi fundada em 1998 por dois amigos — João Barbosa e Eduardo Mazolini — que começaram com apenas uma loja na cidade de Socorro, no interior de São Paulo. No começo, eles vendiam apenas produtos que importavam do Paraguai no modelo tradicional das lojinhas de R$ 1,99.
Isso é uma resposta direta ao aumento dos custos de produção, como matérias-primas mais caras, atrasos na cadeia de abastecimento e salários mais altos após a pandemia. Em vez de aumentar os preços, o que seria mais perceptível e poderia afastar os clientes, as empresas preferem reduzir a quantidade do produto.
Além de utilizar um método de formação de preço matemático, a empresa deve considerar outros fatores na hora da definição, como por exemplo o poder de compra do consumidor, a inflação, situação econômica do país etc.
O termo refere-se a quando marcas diminuem o tamanho de seus produtos sem reduzir seus preços na mesma proporção. O poder de compra do brasileiro médio foi impactado negativamente em 3,78% por causa da reduflação em 2023.
Porque as empresas estão reduzindo o tamanho dos produtos?
Ou seja, a inflação descontrolada e o empobrecimento da sociedade, as grandes indústrias para não aumentar ainda mais os preços dos produtos ficando assim fora do quartil de preços, passam a diminuir o tamanho ou a quantidade (peso) para manter o mesmo valor.
A empresa justificou que a redução se deu por motivos técnicos do produto, adequação aos padrões do mercado e consumo sustentável de recursos naturais, salientando que a respectiva adequação do preço foi repassada aos revendedores e essa redução deveria chegar até o consumidor final.
A inflação gera incertezas importantes na economia, desestimulando o investimento e, assim, prejudicando o crescimento econômico. Os preços relativos ficam distorcidos, gerando várias ineficiências na economia.