A perspectiva para 2024 depende de muitos fatores, como o impacto do dólar sobre as exportações brasileiras, clima e safras no mundo. No Brasil, sabemos que os estoques estão baixos", afirma o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alberto Ajzental.
Em relatório, pesquisadores do Cepea reforçam a preocupação quanto à perda de grãos já colhidos. “Além disso, algumas estradas estão interditadas, o que também dificulta o carregamento do cereal. Esse cenário aumenta as incertezas quanto à produtividade da safra 2023/24”, aponta.
Para a safra de 2024/2025, a perspectiva de maior disponibilidade interna do grão, aliada à demanda aquecida do mercado internacional pelo arroz brasileiro, e a projeção de arrefecimento dos preços internos, abre espaço para um possível aumento das exportações do produto, que podem chegar a 2,0 milhões de toneladas.
“Ao longo dos últimos 12 meses, esses quase 25% de reajuste no preço do arroz é consequência da redução da área plantada no Brasil, principalmente no estado do Mato Grosso, onde ocorreu uma boa rentabilidade no plantio de soja e milho, principalmente em 2021/2022, e parte da área teve uma substituição reduzindo a área ...
A expectativa é chegar ao fim da temporada, em fevereiro de 2024, com 700 mil toneladas de arroz, o suficiente para menos de três meses de consumo. A escassez do produto, que pressiona o preço, é resultado dos efeitos do bom ritmo das exportações aliado a três temporadas de La Niña seguindo de El Niño.
Governo federal firmou um acordo com produtores e indústria do arroz para monitorar o abastecimento e os preços do grão no Brasil. Agricultores e indústria se comprometeram em manter uma oferta regular de arroz e preços justos ao longo da cadeia – até chegar ao consumidor.
Não é de hoje que os produtores de arroz enfrentam preços baixos e optam por outras culturas em detrimento do cereal. Na safra 2023/2024, porém, o movimento foi contrário. A área de plantio aumentou 7% no Brasil – especialmente no Rio Grande do Sul, onde 70% do arroz brasileiro é produzido.
Conab estima safra de arroz maior e contraria previsão do governo sobre falta do produto. O Brasil deve produzir 10,395 mil toneladas de arroz na safra 2024/2025, segundo o 9º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 13.
A medida do governo é para reduzir o preço do arroz, que aumentou depois da tragédia no Rio Grande do Sul, maior produtor do país. O edital do leilão foi divulgado, nesta quarta-feira (29), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O quilo do produto será vendido a R$ 4.
A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) afirma que não há risco de falta de arroz nos supermercados e pediu à população que não faça estoque do item para não haver um desequilíbrio entre oferta e demanda. Não há risco [de falta de alimento]. O que há é excesso de fake news.
Remédios devem ficar mais caros em 2024, por causa do reajuste do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) que será feito por alguns estados brasileiros.
Para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o preço da saca de 50 quilos será de R$ 63,64 na safra 2024/25 ante R$ 60,61 na temporada passada, alta de 5%. Para o arroz longo em casca (tipo 2), o preço mínimo da saca de 50 quilos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina sobe de R$ 20,55 para R$ 21,88.
Nesse contexto, o mercado estima que o preço do arroz deve se manter em patamares elevados em 2024. A recuperação da produção e a menor oferta de importantes países exportadores, indicam que a demanda pelo grão continue crescendo ao longo do ano. Isso deverá puxar os preços para cima.
O preço alto é uma resposta do que tem acontecido no mercado internacional. Em julho do ano passado, a Índia proibiu as importações de sua principal variedade de arroz, depois de o governo ver o abastecimento interno ameaçado pelas chuvas de monção fora de hora, que reduziram a oferta no segundo maior produtor mundial.
Segundo a portaria, caberá à Conab “estabelecer o limite máximo de venda por comprador e por consumidor”. O preço final do grão será tabelado. Os compradores deverão repassar o produto ao consumidor a R$ 4 por kg.
No entanto, o cenário de oferta restrita global e a desvalorização da moeda brasileira contribuíram para esse avanço nos preços internos, de acordo com informações do Cepea.
Mudanças climáticas podem aumentar preços de alimentos ainda em 2024. A resiliência dos produtores de alimentos vai ter um grande desafio, caso as variações súbitas de clima, com sequência de períodos de calor e frio intensos e o impacto da seca, que facilita disseminação de fogo, continuem a afetar o país.