Por que o futebol feminino é desvalorizado no Brasil?
Em terras tupiniquins, um dos motivos para essa desigualdade entre homens e mulheres no futebol, tem explicação na lei. Isso porque, na década de 40, o futebol feminino foi proibido no Brasil. Um decreto do governo Getúlio Vargas dizia que a prática não condizia com a “natureza” da mulheres!
De acordo com historiadores, a principal razão para a desigualdade é a profissionalização tardia da modalidade no Brasil, após quase quatro décadas de proibição entre 1941 e 1979.
Quais as principais causas da desvalorização do futebol feminino?
Nesse contexto, torna-se evidente que o futebol feminino está distante de alcançar um patamar ideal. Fatores preponderantes incluem a disparidade salarial, a insuficiência de investimentos, a falta de visibilidade e a persistência do machismo como elementos centrais nesse cenário desafiador.
Porque o futebol feminino sofre preconceito por parte da sociedade brasileira?
Desigualdade de investimento: o futebol feminino recebe menos investimento do que o masculino, isso pode causar a impressão de que é menor qualidade ou menos importante. Falta de visibilidade: recebe menos atenção da mídia.
Por que o futebol feminino foi proibido no Brasil?
Entre os argumentos aos quais as autoridades recorriam para proibir o futebol feminino, estava o de que a violência dentro dos gramados prejudicaria a maior missão delas na sociedade — ser mães.
O PRECONCEITO CONTRA O FUTEBOL FEMININO | JUCA EXPLICA
Quem foi o presidente que proibiu o futebol feminino no Brasil?
O veto começou em 1941, na ditadura do Estado Novo (1937-1945), quando o presidente Getúlio Vargas assinou um decreto-lei tirando das mulheres o direito de praticar esportes “incompatíveis com as condições de sua natureza”.
Qual é o reflexo na sociedade brasileira com o impedimento do futebol feminino por aqui?
Após quatro décadas, a regulamentação do futebol feminino veio em 1983 graças à luta de jogadoras e a relevância econômica internacional. A proibição, no entanto, tem reflexos negativos no esporte até hoje, como o pouco incentivo ao futebol feminino e a falta de patrocinadores.
De acordo com os dados, 42% da população acredita que as atletas de futebol feminino são excessivamente masculinizadas. Ou seja, na visão do público, as mulheres são vistas apenas nos extremos da hipersexualização ou masculinização dos corpos, o que impacta diretamente na autoimagem das praticantes.
Apesar do considerável crescimento e avanço, o futebol feminino no Brasil ainda enfrenta desafios como a falta de investimentos e patrocínios, a disparidade salarial em comparação com os jogadores do sexo masculino e a pouca visibilidade nos meios de comunicação.
O que fazer para combater o preconceito no futebol feminino?
O futebol feminino pode ser uma importante ferramenta para espalmar o preconceito e diminuir a desigualdade de gênero entre homens e mulheres. Mas para isso é preciso igualar as oportunidades, as condições de treinos, principalmente a valorização e visibilidade do esporte.
O que gerou um atraso no desenvolvimento do futebol feminino no Brasil?
O campeonato nacional de futebol foi interrompido diversas vezes - por falta de interesse e apoio por parte dos clubes e confederações - e é comum ouvir histórias de descaso e falta de profissionalismo com elas. O cenário atual já é bem melhor, mas ainda longe do ideal.
A desigualdade também se expressa pela falta de incentivo na conciliação do esporte com os estudos e pela insegurança financeira, que são alguns dos fatores que explicam o grande número de desistências das atletas femininas.
Por que afinal o futebol feminino ainda é tão renegado no Brasil?
"Porque se o futebol feminino ainda hoje existe no Brasil é pela resistência dessas mulheres, a despeito de toda invisibilidade, da falta de estrutura e de profissionalização. Elas continuam jogando e sempre estiveram jogando bola, mesmo quando foi proibido. Futebol para as mulheres nunca foi concessão.
Porque o futebol feminino não é tão popular como o masculino?
Há mais patrocinadores interessados no futebol masculino do que no feminino. Falta de visibilidade: ainda recebe muito menos atenção da mídia do que o futebol masculino. Isso inclui não apenas a transmissão de jogos, mas também a cobertura de notícias e histórias de jogadoras.
Uma forma de incentivar meninas a praticarem esportes é através da criação de programas esportivos focados nesse público. Nesse sentido, a ONU Mulheres em parceria com Comitê Olímpico Internacional, com a implementação da Empodera e da Women Win, lançaram o Guia Internacional para Elaboração de Programas Esportivos.
Quais os motivos do esporte feminino ser desvalorizado no Brasil?
Além da falta de investimentos em equipamentos, lugares para treinos e preparação física, uniformes, entre outros, o futebol feminino também é financeiramente afetado na questão da disparidade salarial.
Por que existe preconceito com o futebol feminino?
O preconceito contra elas, nesse esporte, é algo histórico. A modalidade feminina sempre sofreu com restrições, desigualdades e, inclusive, com comentários xenofóbicos sobre a aparência ou a cultura das jogadoras de outros países.
Como o futebol feminino é visto pela sociedade atual?
Somos conhecidos internacionalmente por abrigar os maiores talentos futebolísticos do mundo. Como foi citado anteriormente, o esporte é resistência e luta. Mas a luta, muitas vezes, não fica confinada apenas ao campo, ela está na sociedade como um todo.
A falta de segurança, o preconceito, a falta de incentivo nas escolas, todos esses são fatores que devem ser apontados quando se constata que o esporte no Brasil não tem o mesmo acesso por meninos e meninas.
O que dificulta o avanço do futebol feminino no Brasil?
Atualmente, no Brasil, apenas nove das 16 principais equipes femininas têm vínculos profissionais com as suas atletas. A falta dessa profissionalização gera contratos curtos e baixos salários, o que dificulta a garantia dos direitos trabalhistas das jogadoras e o avanço da modalidade no país.
Porque o futebol feminino não tem tanta visibilidade?
Da média de público a salários, investimentos e patrocínios, os valores que giram pelo cenário do futebol feminino são praticamente insignificantes, quando comparados aos números do futebol masculino. A própria CBF, historicamente, investe bem menos na modalidade feminina do esporte.
A representatividade feminina no mundo do esporte é um tema que perpassa décadas de luta por igualdade e reconhecimento. Ao longo dos anos, as mulheres têm enfrentado diversos obstáculos para conquistar seu espaço em um ambiente historicamente dominado por homens.
Qual foi o impacto dessa proibição para o futebol feminino?
Foi o início de uma nova jornada para a modalidade entre as mulheres. A partir daí, elas puderam competir, criar calendários, utilizar estádios e jogar nas escolas. No entanto, o fim da proibição não mudou o cenário milagrosamente. O futebol feminino permaneceu sem estímulo de clubes e federações e sem investimentos.
Ao incentivar e apoiar nossas atletas, contribuímos para a construção de uma geração de mulheres confiantes e determinadas a alcançar seus objetivos, tanto dentro quanto fora dos campos. Em suma, o futebol feminino e as iniciativas de promoção do esporte têm um impacto significativo na educação integral das meninas.