Seu nome faz referência aos fotógrafos lambe-lambe que trabalhavam em praças e parques de várias cidades do Brasil no início do século XX. Originalmente, estes fotógrafos utilizavam máquinas, em forma de caixa, onde o processo de revelação consistia em lamber o negativo.
Uma de suas criadoras, Ismine Lima, define o Teatro Lambe-Lambe como “um espaço para o olhar”. A grande proximidade entre o rosto do manipulador e o rosto do espectador dentro da caixa promove uma relação de grande proximidade entre estes dois indivíduos, uma proximidade que nenhum outro tipo de espetáculo permite.
Existem diversas hipóteses quanto à origem do apelido “lambe-lambe”. Uma delas, de que teria surgido no período em que eram utilizadas placas de vidro para fazer os negativos e lambia-se a placa para determinar o lado da emulsão fotográfica.
O lambe-lambe surgiu no Brasil no final do século XIX como uma forma de publicidade. Na época, eram cartazes de papel colados nos muros das cidades para divulgar espetáculos, produtos e serviços. Com o passar dos anos, o lambe-lambe evoluiu e se transformou em uma expressão artística autônoma.
Pôster lambe-lambe, OU poster-bomber, é um pôster artístico de tamanho variado que é colado em espaços públicos. Podem ser pintados individualmente com tinta látex, spray ou guache. Quando feitos em série sua reprodução pode ser através de foto copiadoras ou silkscreen.
O Teatro Lambe-Lambe pode ser apreendido como uma linguagem de espetáculos em miniatura, como já mencionado. Isto implica em levar em consideração, de forma adaptada, todos os elementos que constituem os espetáculos de palco ou de rua ditos “convencionais”, como a iluminação, figurino e, claro, o elemento sonoro.
O lambe-lambe procede o cartaz, entretanto, diferente deste, ele está relacionado a um questionamento crítico. Ele propõe reflexões contra desigualdades ou situações de cunho social ou a exposição de artistas e grupos que espalham suas criações através deste espaço.
É um papel extremamente leve (em média 18g) e super fácil de colar. De tão fino muitas vezes adere tanto na parede que é impossível de tirar. Vira quase um carimbo. Comumente utilizado em escritórios e bureaus de impressão.
Diferentemente do cartaz, o lambe-lambe não possui um padrão de funções a ser seguido para que atinja seus públicos ou, até mesmo, como é o caso encontrado em nossa análise os lambe-lambes são utilizados apenas a divulgação de suas próprias ideias.
No Brasil, o lambe-lambe viveu seu auge nas décadas de 1960 e 1970, durante o regime militar, quando artistas e ativistas encontraram nesses cartazes uma maneira de expressar suas opiniões e resistir à censura.
Por que a profissão Lambe-lambe deixou de existir?
O lambe-lambe deixa de existir em função do surgimento de novas tecnologias, como as câmeras fotográficas digitais, que ganham força na década de 1990. É papel do historiador coletar e assegurar que não se percam experiências que possam proporcionar o enriquecimento cultural da sociedade.
Por que os fotógrafos de praça de antigamente se chamavam lambe-lambe? Eles lambiam as chapas de vidro que capturavam a imagem – depois ela era transferida para um papel. Apenas um lado da lâmina era revestido pela emulsão sensível à luz, e essa camada era invisível.
O lambe-lambe é um tipo de arte urbana que se dispõe tanto como um movimento de linha crítica propondo uma reflexão contrária à alguma atitude, desigualdade ou norma social ou simplesmente como forma de expressão do artista que o cria, usando do espaço crítico para expor suas obras.
O lambe-lambe atua na contramão do que é normativo dentro do meio artístico, já que está fora do circuito das grandes instituições e pretende apresentar intervenções artísticas que sejam provocativas e que se comuniquem com o público e com o espaço, extrapolando a “bolha” criação-artista.
No Brasil, os posters lambe-lambe foram introduzidos por imigrantes europeus, no final do século XIX. Logo se tornaram uma parte integrante da paisagem urbana, especialmente nas grandes cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo.
O teatro lambe-lambe aponta para uma opção artística que traz em si o traço da itinerância do teatro de rua e a ludicidade do teatro de formas animadas, atraindo praticantes e admiradores motivados pelo encantamento da poesia dos elementos miniaturizados.
O gênero foi criado em 1989 pelas bonequeiras nordestinas Denise de Santos e Ismine Lima, que encenaram o primeiro espetáculo "A dança do parto" dentro de uma antiga câmera de fotógrafo lambe-lambe e se apresentaram por diversos festivais.
O lambe- lambe é uma forma de intervenção artística urbana contemporânea feita através do papel e cola muito usada na cidade, onde um desenho é colado em postes, muros, portas e viadutos transmitindo geralmente uma mensagem e transformando o contexto urbano do local.
Os "Lambe-lambe" são fotógrafos ambulantes que exercem as suas atividades diante de espaços públicos, como por exemplo, jardins, praças, e até mesmo, em feiras.