O interesse particular do regime em manter os 40% da população brasileira analfabeta (segundo IBGE de 1960) era continuar excluindo essa parcela da sociedade do direito político ao voto. Por isso, Freire era acusado de criar um método de alfabetização subversivo.
O oprimido era toda a pessoa cuja liberdade estivesse sendo coagida por algum fator. A partir da heterogeneidade dos oprimidos, são diversas as formas de opressão.
O educador sofreu perseguição do regime militar (1964-1985), ficou preso por 70 dias e foi exilado por 16 anos, considerado traidor. Em 1967, durante o exílio, no Chile, escreveu o primeiro livro, Educação como Prática da Liberdade.
Durante e após a graduação, Freire foi professor de Língua Portuguesa no Oswaldo Cruz. Com o diploma em mãos, também passou a dar aulas de Filosofia na Escola de Belas Artes da UFPE. Em 1944, casou-se com a funcionária pública Elza Maia Costa de Oliveira, que também se formou em direito e dedicou a vida à pedagogia.
A crítica de Paulo Freire é contra qualquer religião (não só a Igreja Católica) que separa a transcendência da mundanidade, coloca Deus fora da realidade, condenando esta última a ser o resultado da vontade Dele e, por consequência, como essencialmente correta e contra a qual é pecado se insurgir (Freire, 2005, p. 55).
Freire acreditava que, por trabalhar com a alfabetização de adultos pobres, esses conceitos auxiliariam no objetivo de tornar a educação libertadora e que, dessa forma, despertaria a consciência dos alunos para as relações de opressão nos ambientes de trabalho e para as injustiças sociais existentes na sociedade.
Acusado de subversão e preso em 1964, durante 72 dias, partiu para o exílio no Chile, onde trabalhou por cinco anos no Instituto de Capacitação e Investigação em Reforma Agrária (Icira) e escreveu seu principal livro: “Pedagogia do oprimido” (1968). Freire ainda passou por Estados Unidos e Suíça.
O trabalho de Freire no Chile ocorreu em diálogo com uma crescente politização da classe trabalhadora, especialmente do campo. Em 1967, com a pressão dos trabalhadores rurais e apoio de uma ampla aliança reformista, o país aprovou as leis da reforma agrária e da sindicalização camponesa.
“Paulo Freire é atual porque sua teoria do conhecimento explicita as relações de poder presentes na educação, porque ainda persiste a desigualdade, a injustiça, a opressão.
O que aconteceu com Paulo Freire na ditadura militar?
A carreira de Freire no Brasil foi interrompida pelo golpe militar de 31 de março de 1964. Acusado de subversão, ele passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para o exílio. Ele foi preso e exilado por causa de seus métodos inovadores de educação, com foco na transformação social.
A estrutura de seu pensar se encontra condicionada pela contradição vivida na situação concreta, existencial, em que se “formam”. O seu ideal é, realmente, ser homens, mas, para eles, ser homens, na contradição em que sempre estiveram e cuja superação não lhes está, clara, é ser opressores.
A influência de Frantz Fanon no pensamento de Paulo Freire é bem conhecida, mas o patrono da educação brasileira também se inspirou muito em Amílcar Cabral, o intelectual revolucionário de Guiné-Bissau.
Se estivesse vivo, Paulo Freire faria103 anos. Educador genial, patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire é doutor honoris causa de meia centena de universidades do Brasil e do exterior. O clássico "Pedagogia do Oprimido" é terceira obra mais citada do mundo na área de humanas.
O filósofo grego Platão (427-347 a.C.) é considerado o primeiro pedagogo da Humanidade, por ter concebido um sistema educacional e ter fundado a primeira instituição de educação superior.
"Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor." "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda." "Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção."
Nesse sentido, além de um homem de fé, cristão praticante, Paulo pode ser entendido no grupo social de cristãos engajados na ação sócio-política a partir de alguns princípios.
1. Paulo Freire. Paulo Freire é considerado um dos maiores educadores que já existiram. Com seu método de alfabetização de adultos, acreditava que a função dos professores era conscientizar seus alunos acerca da sua própria condição de vida, para assim libertá-los da opressão.
Gosto de pensar na resposta do camponês quando disse, ser Deus o Pai de todos. Gosto, por que creio na verdade bíblica, inspirada pelo apóstolo Paulo: “[…] há um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Efésios 4:6). E de volta a Freire (1997 p.
Paulo Freire é o brasileiro mais homenageado no mundo. Ele tem 29 títulos de Doutor Honoris Causa dado por universidades da Europa e da América, além de vários outros prêmios, como o Educação pela Paz, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura (Unesco).
Paulo Freire defendia a tese de que a educação deve valorizar a cultura do aluno, reconhecendo que, estando alfabetizado ou não, o aluno leva à escola uma cultura própria, que não é pior nem melhor que a do professor e, portanto, há um aprendizado mútuo.