Em estudo publicado na revista científica NeuroImage, os pesquisadores perceberam que áreas do cérebro ligadas ao sistema de recompensa são ativadas pelos vídeos da rede, produzindo de forma rápida uma sensação de prazer e satisfação no organismo.
O jornal The Wall Street Journal cunhou o termo "cérebro de TikTok" para descrever o "fenômeno". A gratificação instantânea libera dopamina, neurotransmissor ligado às sensações de prazer e de reforço - o mesmo químico liberado com o uso de drogas. É um mecanismo que realmente vicia.
Por que o TikTok vicia tanto? Como a produção de conteúdos do TikTok geralmente se baseia em tendências e na reprodução de efeitos, sons, filtros e reações, cria-se um loop onde os vídeos mais viciantes são os mais exibidos e consequentemente mais replicados por outros internautas.
Por que vídeos curtos viciam? O formato de vídeo oferecido por Reels, TikTok e YouTube Shorts libera mais dopamina — neurotransmissor responsável por levar informações do cérebro para as várias partes do corpo e que causa uma sensação de prazer e satisfação.
NEUROCIENTISTA SOBRE O TIKTOK (ESLEN DELANOGARE) | Cortes Podcast
O que o TikTok faz no cérebro?
A rede social pode gerar um vício de recompensas no cérebro, causando desequilíbrios hormonais que reduzem a capacidade de concentração e resultam em ansiedade. Tendência mundial, o TikTok tem conquistado cada vez mais adeptos.
Por que o TikTok é a rede social mais viciante de todos os tempos? Um internauta ou integrante da geração Z, certamente, saberão algo sobre a rede social mais aclamada dos últimos tempos: TikTok.
Essa perda de tempo pode afetar nossa produtividade em atividades importantes, como trabalho, estudos, compromissos pessoais e relacionamentos. Além disso, o uso constante dos shorts de vídeo pode levar à procrastinação e falta de foco, prejudicando nossa capacidade de concentração em tarefas que exigem atenção plena.
Existem diversos motivos para as pessoas estarem “viciadas” nos stories do Instagram. “Envolve tanto questões biológicas, psíquicas quanto sociais. Está relacionado a um mecanismo de fuga emocional através da busca de prazer e fuga de alguma dor” diz Katherine M. De Paula Machado, psicóloga da Clínica Maia.
Em experimento, o site americano Hootsuite concluiu que postar Reels com frequência e repostar o conteúdo nos Stories pode aumentar a taxa de visualização dos vídeos, levando também a um aumento no número de curtidas e comentários da publicação.
As drogas ativam, no cérebro, o circuito de recompensa, o que gera a sensação de prazer. Parte desse circuito é o sistema mesocorticolímbico, que tem como neurotransmissor principal a molécula de dopamina.
Esta prática tem muitos impactos negativos na saúde mental da vítima, entre eles temos a fobia social, redução de autoestima, prejuízo aos relacionamentos interpessoais e à alimentação, ansiedade e depressão, transtorno de pânico e nos casos mais graves — suicídio.
A ascensão meteórica do TikTok trouxe mudanças significativas na maneira como a juventude consome e produz conteúdo nas redes sociais. Para a geração mais jovem, essa plataforma não é apenas um aplicativo; é um palco de autoexpressão, onde risos, danças e momentos se desdobram em vídeos curtos.
O que é o algoritmo da dopamina? O algoritmo da FYP é um dos maiores segredos tecnológicos da atualidade e, segundo uma publicação oficial de 2020 do blog da empresa, leva em conta fatores como "interações do usuário", "informações do vídeo" e "configurações de dispositivo e conta".
CONTEXTO. O YouTube lançou os Shorts em 2021 em resposta ao sucesso avassalador do TikTok. O formato é muito parecido com o do aplicativo chinês: vídeos verticais, curtos (até 60 segundos no YouTube) e mais despojados e, portanto, mais fáceis de produzir. Dois bilhões de usuários do YouTube consomem Shorts todo mês.
“As redes sociais podem se tornar um ambiente completamente tóxico”, conclui. Paula Ganzella, psicóloga comportamental infantil, afirma que as redes sociais têm um impacto muito grande nas atitudes dos jovens brasileiros, tornando-os mais insatisfeitos e ansiosos.
É verdade que usar rede social pode se tornar viciante?
Psicólogos, psiquiatras e especialistas do Vale do Silício alertam que o uso das redes sociais pode ser viciante e suas consequências, as mesmas de qualquer outra dependência: ansiedade, dependência, irritabilidade, falta de autocontrole...
Por que as plataformas digitais são tão viciantes?
A dependência digital começa quando se usa a internet como uma válvula escape da realidade. A pessoa começa a ter uma preocupação excessiva em ficar conectado, e em seu cérebro, a sensação de prazer que a liberação de dopamina promove a cada novo like nas redes sociais vai transformando o hábito em vício.
Como o TikTok causa ansiedade? Por meio das entrevistas, as pesquisadoras notaram que quem cria conteúdo na plataforma tende a ter um senso de autodescoberta e de comunidade que não foi visto em usuários de outras redes.
A plataforma, por ser dinâmica e acessível, permitiu que muitas pessoas criassem e compartilhassem vídeos curtos que rapidamente se tornaram virais. Seu algoritmo, diferente do Instagram, facilitou esse processo. É pensando nisso que o Opinion Box, mais uma vez, pesquisou os hábitos dos usuários de TikTok no Brasil.
Uma das características mais fortes do TikTok é o alto engajamento dos seus usuários, muito graças ao formato do feed do aplicativo. Na prática, isso significa que viralizar por lá é mais fácil que em qualquer outra rede. A própria WEBi é um ótimo case que mostra o poder de viralização do conteúdo para o TikTok.
O quê vídeos curtos e viciantes fazem no cérebro do seu filho?
Pesquisas recentes mostram que esse banho de dopamina afeta o funcionamento do cérebro, sendo especialmente prejudicial para crianças e adolescentes. Viciados no prazer instantâneo dos vídeos curtos, eles não conseguem manter o foco e se aborrecem com rapidez.
Desative as contas do Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat e quaisquer outros sites; é uma boa maneira de distanciar-se do vício sem precisar, necessariamente, excluir as contas. Durante esse período, crie uma linha do tempo para quando for voltar (se voltar) a usar as redes sociais.