O autor da obra que causou a minicrise era Jean-Baptiste Debret (1768–1848), um francês que chegou ao Brasil em 1816 como parte de um grupo para documentar — e construir a imagem — da primeira corte europeia a reinar a partir dos trópicos.
Debret veio ao Brasil como pintor de história da chamada Missão Artística Francesa, acontecimento polêmico que resultou na fundação da Academia Imperial de Belas-Artes do Rio de Janeiro, em 1826.
Em que obra Debret representou o Brasil para o mundo?
Sua estadia nos trópicos foi tão profícua que resultou, anos mais tarde, no livro “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, publicado em Paris, no ano de 1831.
Qual era o objetivo do seu livro Viagem Pitoresca e Histórico ao Brasil publicado de 1834 a 1839?
Voltado para a feitura de um "inventário" da realidade brasileira, sua obra adquire um tom classificatório, aproximando-o, por um lado, da tradição dos viajantes naturalistas europeus. Esses exploradores eram responsáveis por apreender a realidade de outras terras e apresentá-las de acordo com critérios científicos.
Debret foi um pintor francês neoclassicista que em suas obras, buscava retratar o cotidiano por meio e das estrutura da sociedade no Brasil no século XIX.
[História da Arte] Jean-Baptiste Debret e sua Importância para a História Brasileira
Por que Debret veio ao Brasil?
O autor da obra que causou a minicrise era Jean-Baptiste Debret (1768–1848), um francês que chegou ao Brasil em 1816 como parte de um grupo para documentar — e construir a imagem — da primeira corte europeia a reinar a partir dos trópicos.
Qual seria a intenção de Debret ao representar as frutas?
A intenção de Debret ao representar as frutas é bastante pragmática: busca agrupar e descrever, de modo a tornar os elementos da natureza passíveis de serem utilizados pelo comércio ou pela medicina europeias.
“Durante toda a obra ele [Debret] usa uma dupla linguagem, 'os índios selvagens' e 'civilizados', então há esse binarismo. Normalmente o indígena dito selvagem está colocado dentro da natureza, no interior brasileiro, enquanto o 'civilizado' é aquele que está vestido e que usa utensílios próprios da cultura europeia.”
A queda de Napoleão, a restauração da monarquia, além da separação da mulher e a morte de seu único filho, possivelmente facilitaram sua decisão de juntar-se à chamada “missão artística francesa”, reunida com o objetivo de promover o ensino artístico no Brasil.
Registrou em dezenas de aquarelas e em notas pormenorizadas o que conheceu no Brasil daqueles anos. Suas gravuras mostram cenas e paisagens urbanas e rurais do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Nas aquarelas, Debret era o “espelho” do que observava: este é o Debret com princípios neoclássicos. Nos textos, ele jogava uma luz e interpretava o que via: este é o Debret com princípios românticos.
Como a imagem produzida por Debret esse ponto de vista dos europeus?
Por esta imagem, Debret demonstra muito claramente, o domínio exercido pelo homem branco civilizado e a condição do escravo submisso e incivilizado do ponto de vista europeu, representado em uma imagem da mulher negra e do senhor branco. No Brasil daquela época, as mulheres praticamente não tinham poder.
Por que a Missão Artística Francesa veio para o Brasil?
O principal objetivo era dar início ao ensino regular das artes no Brasil, acompanhando o surgimento de diversas instituições públicas que se estabeleceram com a vinda de Dom João VI e da Família Real Portuguesa para a colônia em 1808, como, por exemplo, a Biblioteca Nacional.
Carnaval – Jean Baptiste Debret nesta obra, ele retratou o Carnaval brasileiro como uma festa animada e colorida, cheia de música, dança e pessoas celebrando nas ruas.
Já a missão tinha o objetivo de estabelecer o ensino oficial das artes plásticas no Brasil, e acabou influenciando o cenário artístico brasileiro, além de estabelecer um ensino acadêmico inexistente até então. A missão foi organizada por Joaquim Lebreton e composta por um grupo de artistas plásticos.
Debret foi o responsável pela primeira exposição de arte em território brasileiro, quando expôs as obras de seus alunos da AIBA, em 1829. A segunda, seria em 1830, seguindo os mesmos moldes da anterior. Finalmente em 1831, alegando problemas de saúde, Debret retorna para a França.
Nele o pintor francês Jean-Baptiste Debret registra em desenhos e textos as transformações que o Brasil vivia no século XIX. Debret viveu 15 anos aqui, vindo com a missão artística francesa para participar da implantação da academia imperial de belas artes e registrar a vida da corte portuguesa na sua nova sede.
Responsáveis pelo maior acervo de obras de Jean-Baptiste Debret (1768-1848) sobre o Brasil, os museus Castro Maya (Ibram/MinC), do Rio de Janeiro (RJ), têm exposta, desde o dia 6 de outubro, parte de sua coleção na Caixa Cultural de Brasília (DF).
Pedro a Portugal, e o advento da monarquia orleanista na França, menos rigorosa em relação aos antigos servidores do Império, impelem Debret a deixar o Brasil em 1831, após um período bem cheio de quinze anos. Em Paris é recebido por seu irmão, François Debret, arquiteto do Institut de France.
Apesar de protegida por muitas leis, a população indígena foi amplamente exterminada pelos conquistadores diretamente e pelas doenças que eles trouxeram, caindo de uma população de milhões para cerca de 150 mil em meados do século XX, quando continuava caindo.
Quais são os artistas viajantes que vieram para o Brasil no período colonial?
Em 1816 a corte portuguesa convida a Missão Artística Francesa para o Rio de Janeiro, chefiada por JoachinLebreton. Faziam parte, entre outros artistas, Nicolas-AntoineTaunay, Auguste-Henri-Victor Grandjean de Montigny e Jean-Baptiste Debret.
Jean-Baptiste Debret (Paris, França 1768 – Idem 1848). Pintor, desenhista, gravador, professor. Integra a primeira expedição de artistas vindos ao Brasil. Com estilo neoclássico e variadas técnicas de pintura, produz um amplo registro das realidades natural, social e política do país no século XIX.
Jean-Baptiste Debret era filho de um funcionário público que se interessava e pesquisava história natural. Estudou na Escola de Belas Artes de Paris e recebeu grande influência de seu primo, também artista, Jacques-Louis David, tornando-se o pintor oficial do império.
Exímio artista, demonstrou em suas telas não somente o cotidiano do Brasil da época que englobava tanto a aristocracia, da população em geral e a vida dos escravos, como também acontecimentos históricos do período anterior à independência do país e nos anos seguintes.