Estiagem prolongada, altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade relativa do ar, ventos intensos, uma combinação que favorece o surgimento de incêndios florestais, que se espalham pelo país deixando um cenário desolador. Literalmente 'O Brasil está pegando fogo!
A situação está crítica. As mudanças climáticas e as queimadas no Brasil estão interligadas. O aquecimento global, causado pelo aumento da emissão de combustíveis fósseis, altera os padrões de temperatura e precipitação, tornando algumas regiões mais secas e vulneráveis a incêndios.
A ocorrência dos incêndios no Brasil está intimamente relacionada ao uso da terra, às atividades econômicas, principalmente, ligadas ao desmatamento para abrir áreas de pastagem e agricultura e, quando já está consolidado, muitas vezes se utiliza o fogo por várias razões, e isso causa os grandes incêndios que estamos ...
O aumento de temperatura devido às mudanças climáticas globais vem se tornando um fator importante na ampliação dos focos de incêndio no Brasil e no mundo. as variações climáticas podem se combinar na forma de uma “tempestade perfeita” (caso do Rio Grande do Sul, por exemplo).
Queimadas sempre ocorreram no País ao longo de pelo menos os últimos 30 anos, e elas eram fruto do desmatamento para abertura de novas áreas agrícolas e para pecuária no Cerrado e na Amazônia. Mas 2024 será lembrado como o ano em que esta questão superou os limites.
Incêndios florestais: quem está colocando fogo no país?
Como estão as queimadas em 2024?
Em 2024, 70% da área queimada no Brasil foi de vegetação nativa. Os dados são do Monitor de Fogo, monitoramento iniciado em 2019 pelo MapBiomas. Só em agosto, mês que registrou sozinho quase a metade dos incêndios florestais do ano, a vegetação nativa representou 65% da área queimada.
Estiagem prolongada, altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade relativa do ar, ventos intensos, uma combinação que favorece o surgimento de incêndios florestais, que se espalham pelo país deixando um cenário desolador. Literalmente 'O Brasil está pegando fogo!
O fogo está intimamente ligado ao desmatamento, pois é a forma mais barata e rápida de “limpar” áreas recém-desmatadas. Por muitos anos, a relação entre as duas ações era direta: quanto mais alta era a taxa de desmatamento, maior o uso do fogo na região, e vice-versa.
Na maioria das vezes, essas queimadas são provocadas pela ação humana de maneira criminosa. Os incêndios são muitas vezes iniciados por agricultores em áreas de pastagens, para renovação de pastos, e por grupos que causam desmatamento para eliminar vegetação rasteira e retirada de madeira para comercialização.
As queimadas que atingem a Amazônia, Cerrado e Pantanal e enchem o céu do país de fumaça são causadas pela ação humana, para renovação de pasto ou para o avanço do desmatamento. A impunidade e o dinheiro que segue fluindo para os setores que desmatam contribuem para que este problema continue.
O fogo é o meio mais eficiente para os ruralistas escaparem à fiscalização do Ibama. Além disso, os desmatadores têm vantagens na Bovespa, que canaliza R$560 bilhões do agronegócio e que não conta com mecanismos de punição para crimes ambientais.
O fogo, usado principalmente no desmatamento e atividades agropecuárias, aumentou devido a uma seca histórica, que deixou a vegetação extremamente vulnerável. No Sudeste e no Centro-Oeste, os incêndios mais que dobraram, como em São Paulo, por exemplo, onde houve aumento de 400% nos focos de fogo.
Porque o Brasil está passando por essa onda de calor?
A Climatempo explica ondas de calor são comuns nesta época do ano, especialmente em setembro. Isso ocorre porque, durante esse período, o país está na transição do inverno para a primavera, quando a insolação aumenta, e a radiação solar se intensifica.
Ondas de calor como a que atinge diversas regiões do Brasil com alta de temperaturas de até 5°C têm sido reforçadas por um bloqueio de pressão atmosférica, pelo El Niño e por mudanças climáticas. O país vive a oitava onda do tipo de 2023, e está sob aviso até a próxima sexta-feira (17).
Autor do livro Amazônia: riqueza, degradação e saque, o especialista destaca que a agropecuária, a mineração e o setor madeireiro são as principais atividades que contribuem para o desmatamento da Amazônia e que a grilagem de terra alimenta essa exploração econômica.
O avanço acelerado do desmatamento e da conversão do Cerrado, que também contribui para a mudança do clima, facilita a rápida expansão do fogo que bloqueia estradas, destrói a biodiversidade, afeta a saúde e a segurança alimentar da nossa população, além de prejudicar a produção econômica brasileira.
No sábado (21), a área contabilizou 100.543 focos de incêndio — marca que ultrapassou as 98.646 ocorrências em todo o ano passado. O total de queimadas de 2024 na Amazônia é quase o dobro do contabilizado até setembro do ano passado, que registrou 57.941 incêndios.
Representantes do governo paulista afirmam que 99,9% dos incêndios no estado são provocados por humanos, e que há indícios de que o fogo pode estar relacionado a uma ação coordenada, dado o surgimento repentino de vários focos de calor em áreas distantes.
Já em 2024, no mesmo período, foram 503,5 km², redução de quase 60 km². É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa. A queda é bem maior quando comparada a 2022, quando foram registrados alertas de desmatamento em 1.661,02 km² na região.
Mas de maneira geral o que a gente tem são pessoas colocando fogo. Ou porque querem abrir uma nova área para pastagem, querem destruir a floresta ou até mesmo por sadismo.
Parte dos incêndios deve ser decorrente de uma perda de controle acidental do fogo, durante o manejo feito por moradores locais. Além das mudanças climáticas, as queimadas no Pantanal também estão associadas à ação humana na Bacia do Alto Paraguai (BAP).
No entanto, o fator humano é o principal responsável pela crise. O derrubada da vegetação é uma das maiores causas dos incêndios. Nos últimos meses, o desmatamento na Amazônia aumentou, o que deixa o solo exposto e a vegetação degradada, e facilita, ainda mais, a propagação das chamas.
A ocorrência de incêndios no Brasil está intimamente ligada a atividades humanas e econômicas. Esses eventos são mais comuns nas estações mais secas do ano no país, especialmente no final do inverno, quando a vegetação mais seca de biomas como o Cerrado favorece a ocorrência de incêndios.