A fantasia de “índio” reforça estereótipos racistas Além de reforçar estereótipos racistas também reforça esteriótipos coloniais, pois generaliza e caricaturiza os povos indígenas em uma esfera “selvagem, folclórica e não pertencente à sociedade”.
Para designar o indivíduo, use o termo indígena; não use o termo índio. Indígena significa "originário, aquele que está ali antes dos outros" e valoriza a diversidade de cada povo. Para se referir ao dia 19 de abril, use Dia dos Povos Indígenas (com iniciais maiúsculas). Não use Dia do Índio.
A palavra “índio” faz alusão a ser exclusivamente selvagem, isolado, completamente desconectado da modernidade. O termo foi usado por colonizadores de forma pejorativa para designar todos os povos que viviam na América, pois achavam que estavam na Índia.
“O uso recorrente do termo 'índio' representa um processo de não reconhecimento dos povos que existiam antes mesmo do que chamamos de 'Brasil'”. A declaração da ativista Valquíria Kyalonã, povo Xukuru (PE), simboliza o eco de discussões nem tão novas de uma população que não aceita mais o lugar folclórico.
Por que não me fantasiar de índio? | FANTASIAS CANCELADAS
Porque o índio é pejorativo?
A palavra índio é considera pejorativa ao se referir aos indígenas por ser um termo genérico, sem considerar características, valores, cultura e diversidade desses povos. Já a palavra indígena faz referência à origem, ao lugar de onde vieram essas pessoas e contempla toda a diversidade dos povos originários.
Uma dessas palavras é “índio”. Apesar de ser muito utilizada, essa palavra associa a um estereótipo dos povos indígenas como seres primitivos ou atrasados. Uma alternativa para o termo é utilizar a palavra “indígena”. Por isso, o Dia do Índio passou a se chamar Dia do Indígena.
“Índio”, portanto, reforça estereótipos preconceituosos, que geralmente retratam os povos indígenas como selvagens, atrasados e preguiçosos. Por outro lado, o termo "indígena” significa "natural do lugar em que vive".
A palavra "índio" foi considerada inadequada por ser um termo amplo e não representar a diversidade dos povos indígenas em território nacional, sem considerar sua diversidade e individualidade.
Preconceito. Preconceituoso e ultrapassado, o termo 'índio' nos remete a uma ideia bastante generalista de quem seriam os povos originários brasileiros.
Isso porque o termo está ligado a uma série de estereótipos que ignoram a diversidade dos 305 povos indígenas brasileiros, e acabam reduzindo-os a uma figura caricata, que vira até “fantasia” em bloco de carnaval e escola.
Ele nos remete ao equívoco que Cristóvão Colombo teve ao chegar à América, pensando ter chegado às Índias. Então encontrou ali os índios. O termo mais apropriado é indígena, porque é uma terminologia que se remete aquele que é natural, aquele que é nativo, aquele que é originário daquele lugar.
Índio: A palavra índio deriva do engano de Colombo que julgara ter encontrado as Índias, o "outro mundo", como dizia, na sua viagem de 1492. Assim, a palavra foi utilizada para designar, sem distinção, uma infinidade de grupos indígenas; Gentio: O coletivo gentio foi utilizado pelos jesuítas.
Além de reforçar estereótipos racistas também reforça esteriótipos coloniais, pois generaliza e caricaturiza os povos indígenas em uma esfera “selvagem, folclórica e não pertencente à sociedade”. Isso desconsidera que os povos e as culturas indígenas são diversas e que só no Brasil há mais de 305 etnias.
Não mais. Assim como o lança-perfume, outrora fartamente consumido durante o reinado de Momo e atualmente proibido, também as fantasias de índio, rastafari, nega maluca, mulher, padre e outras vão acabar, se depender de campanhas lançadas pelo poder público neste carnaval.
Cocar pode ser sinal de responsabilidade e respeito, com uso limitado a pessoas de certas posições sociais (por exemplo, caciques, tuxauas, pajés); pode ser parte de ritos de ligação com ancestrais e com a natureza; ou também de festividades daquele povo.
Para eles, tal nomenclatura foi criada pelos colonizadores como meio de reduzir a pluralidade da população, uma vez que gerou uma imagem distorcida – levando a crer que se referia aos povos das Índias – e assim o distanciando da identidade de cada povo que existia.
“O pejorativo ocorre de várias formas, pelo pensamento dos invasores portugueses ao chegarem no Brasil e de acharem ter chegado as índias no processo de colonização, mas eram outros povos [que viviam aqui], os originários, nós, os indígenas", explicou Márcio. "Esse termo 'índio' para nós não era bom.
Porque os indígenas se ofendem em ser chamados de índios?
"O que o movimento indígena reivindica é que esse termo [índio], que é colonizador, que reproduz um pejorativo que remete à ideia eurocêntrica de que somos atrasados, de que somos todos iguais, no sentido de que as diferenças linguísticas e culturais são desconsideradas, seja substituído por como nos autodenominamos", ...
Estes termos não os representam, pois traz à tona a ideia de que o indígena é um só, entretanto existem diversas etnias, línguas, crenças e costumes em muitos territórios, aldeias e cidades. A palavra “tribo” está representa o povo indígena como pequenos grupos incapazes de viver sem a intervenção do estado.
A gente sofre preconceito porque a sociedade sempre vê o índio como aquele primitivo que não vai crescer, e quando o índio mostra o seu talento aí vem o preconceito, o racismo. Então escrever é importante para mostrar para a sociedade que nós também podemos fazer a mesma coisa que o outro faz.
A conquista e a colonização da América estabeleceram as balizas do mundo moderno, num processo marcado pelo uso da força para submeter os povos autóctones. A violência não se restringiu às guerras de conquista, ou à crueldade exacerbada de algum colonizador em particular.
“Falar 'índio' é pejorativo. Esse nome vem lá do século 16, quando Cristóvão Colombo achou que estava chegando às Índias e chamou, aqui, a população, de “Índios”, detalhou a especialista.
— No Brasil, temos uma variação de pele índigena: na região Centro-Oeste, há um predomínio do mameluco, isso é, de um tom de pele meio amarelado, para quem são indicados tons de rosa e bronze. Já os índios do Norte têm a pele mais escura ou avermelhada, que fica melhor com tons de vermelho escuros e dourados.
Como outros povos indígenas chamam os não indígenas?
Os Yanomami, que vivem nos estados de Roraima e Amazonas, chamam os não indígenas de napëpë, que em sua língua significa “estrangeiro ou inimigo”. Os Guarani Mbyá, que vivem nos estados do sul e do sudeste brasileiros, usam comumente o termo jurua, que quer dizer “boca com cabelo”.