Nesta semana, o dólar atingiu a marca de R$ 5,66, impulsionado principalmente por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o Banco Central e em meio a um cenário de incertezas sobre os gastos do governo.
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (17), com a reação dos investidores às novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o quadro fiscal do país.
Notícias da Ásia pressionaram o mercado financeiro nos países emergentes. No Japão, as suspeitas de intervenção do Banco Central local no iene estimularam a migração de investimentos internacionais para o país. Isso pressiona o dólar nos países em desenvolvimento.
Parte da alta do dólar deve-se à expectativa do mercado financeiro sobre o anúncio de medidas de corte de gastos para o Orçamento de 2025 e do contingenciamento (bloqueio) de verbas públicas para o Orçamento deste ano.
O que aconteceu com o dólar hoje? O dia começou com o dólar à vista em queda frente ao real, após o governo federal apresentar uma plano de contingenciamento de R$ 15 bilhões em gastos no Orçamento, uma medida com o objetivo de cumprir as exigências do arcabouço fiscal.
Sendo assim, ele ocorre, sobretudo, porque uma parte relevante dos produtos ou vem ao Brasil por meio de importações ou tem alguma relação com produtos importados. Dessa forma, quando a moeda americana está alta, a tendência é que isso gere inflação na economia brasileira.
Na taxa de câmbio flutuante ou flexível, varia de acordo com a oferta e a demanda de divisas (moedas) estrangeiras, ou seja, o mercado que determina a taxa de câmbio — e o Bacen não tem o compromisso de comprar as divisas do mercado. Então, a oferta e a demanda por dólares, aqui, fazem toda a diferença.
1) Por que o dólar está subindo tanto? Há três motivos. Dois deles são brasileiros e um deles é internacional. O primeiro motivo brasileiro são as declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticando a autonomia do Banco Central (BC), a taxa de juros e, nos últimos dias, o preço do dólar.
Adiamento do corte de juro nos Estados Unidos, desconfiança sobre o cumprimento da meta fiscal no Brasil e acirramento entre Lula e o Banco Central estão entre os principais fatores que explicam a valorização da moeda americana.
Especialistas financeiros disseram que a alta do dia foi influenciada pelas novas críticas de Lula ao Banco Central e a promessa de que o governo deve discutir medidas para o câmbio.
Dólar dispara devido a preocupações com eleições nos EUA, críticas de Lula ao BC e cenário fiscal. Mercado teme retorno de Trump e impacto no Brasil. Juros futuros também sobem, refletindo incertezas econômicas.
Quanto mais altos forem os rendimentos, mais alto tende a ser o dólar no mundo, já que aumenta a demanda pelos títulos. A maior referência nesse universo é a variação do título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos. O indicador, inclusive, é considerado por muitos investidores como o mais importante do mercado.
No caso do Brasil, ele cita como principal fator para a alta do dólar a apresentação da PEC dos Benefícios pelo governo. O projeto cria ou expande uma série de benefícios sociais, com gasto estimado em R$ 41 bilhões.
O que o governo pode fazer para diminuir o valor do dólar?
O que especialistas dizem, no entanto, é: apenas duas coisas poderiam mudar a dinâmica do câmbio neste momento: 1) O governo anunciar um corte de gastos convincente; ou 2) O BC sinalizar um ciclo de alta nos juros. Explica-se.
Há três grandes fatores que influenciam a movimentação do dólar: política monetária dos Estados Unidos, balança comercial brasileira e o quadro fiscal do Brasil. Porém, segundo especialistas, a estimativa é que haja uma melhora do cenário para o câmbio no final deste ano.
Os principais fatores que afetam o preço do dólar no dia a dia são notícias sobre política fiscal e monetária do Brasil, dinâmica de entrada e saída de moeda estrangeira (fluxo estrangeiro) e a perspectivas de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos EUA.
Já o efeito externo, segundo Garbe, a alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e a valorização global do dólar também contribuem para essa elevação. Para Bruno Imaizumi, consultor econômico da LCA, uma conjunção de fatores explica a escalada da moeda.
Entre as empresas listadas na bolsa cujas ações tendem a se valorizar com esse cenário, ele cita Vale (VALE3), Usiminas (USIM5), Prio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3), Suzano (SUZB3), Klabin (KLBN11) e Weg (WEGE3).
Por outro lado, a moeda americana valorizada traz vantagens para os exportadores brasileiros. Com o dólar mais alto, os produtos brasileiros vendidos para outros países ficam mais baratos e competitivos no mercado internacional.