No pensamento de Platão temse a explicação da morte através de uma vida pós morte, na qual a alma sobrevive como uma tentativa de salvaguardar uma imortalidade para a vida humana. Contudo, o que interessa mais na concepção de Platão a respeito da morte é a afirmação da filosofia como conhecimento dedicado ao tema.
A morte é, portanto, para Aristóteles o que há de mais temível na nossa vida7. Ela torna-se, assim, um termo para a vida, e por isso mesmo, só ela põe fim à perfeita felicidade humana. Os estoicos e os epicuristas abordam a morte com posições distintas, no interior das respetivas doutrinas.
50 Daí a morte surgir como uma fatalidade que deve ser temida. Por fim, a raiva da morte surge na esteira da raiva do tempo. O espírito de vingança, ao condenar o tempo que impede o homem de ser inteiramente aquilo que se é, condena a morte inevitável quando diz: “tudo perece, tudo, portanto, merece perecer!”.
Na visão do filósofo, a morte é algo inevitável, que não está relacionada a um determinado tempo ou lugar, assim, a função da morte seria nos ensinar a viver. Não importa se você viveu muitos ou poucos anos, o que importa é a forma e a maneira como você aproveitou esse tempo.
Porque a morte é uma questão tão filosófica? | Luiz Felipe Pondé
O que é a morte para Platão?
A morte portanto é vista como purificação e futuro encontro com os Deuses. Platão assume tal elemento escatológico, ao inserir no Fédon, um Sócrates diante da morte que não a teme por acreditar que ao morrer, sua alma encontrar-se-á com os Deuses no Hades.
Segundo Sócrates, “ninguém sabe o que é a morte, nem se, por- ventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais condenável não é essa de supor saber o que não sabe?” (PLATÃO, 1980, p. 18).
Fiel a este materialismo, Epicuro elabora suas reflexões quanto à morte. Acredita que somos um corpo formado por átomos e que, portanto, quando estes átomos chegam ao fim, morremos. Vivemos o tempo necessário de nossa existência. Para Epicuro não devemos temer a morte, porque ela nada significa a nós.
Com isso, Montaigne aponta mais uma característica da morte, a saber, sua imprevisibilidade: “[C] Não há lugar de onde ela não nos venha; podemos virar incessantemente a cabeça para um lado e para o outro, como em terra suspeita” (I. 20, p. 122).
A morte (da maneira como é concebida por Schopenhauer, aquela que é conseqüência da negação da vontade), sim, ela é o fim não só do indivíduo, mas de todo o querer que nele está presente e é somente ao relutar diante da dominação daquela vontade que o homem dela pode se libertar.
"A morte nada significa para nós". Ao contrário do que acreditavam Sócrates e Platão, ele justifica sua convicção: "A morte é uma quimera: porque enquanto eu existo, ela não existe; e quando ela existe, eu já não existo".
A morte é tão somente o desligamento do corpo, não no sentido de uma separação entre corpo e alma, pois não há aqui esta separação. A alma é para o corpo como uma sede de sensibilidade, nada mais. Epicuro despreza os além-mundos religiosos, não há, pois, uma recompensa após a morte, tampouco uma punição.
A morte visita cada um e todos; o assassino logo segue o morto. É uma bagatela insignificante, afinal, que as pessoas discutem com tanta preocupação. E de qualquer forma, o que importa por quanto tempo você evita aquilo do qual você não pode escapar? Mantenha-se Forte.
Para Sartre (2015) a morte tem a característica de individualizar o ser humano, pois é um fenô- meno da vida pessoal que o torna único, em que o indivíduo passa a ser responsável tanto pela vida como pela morte, não pelo fenômeno contingente, mas pelo caráter de finitude.
Nietzsche expressou a sentença "Deus está morto" pela primeira vez no terceiro livro do escrito A gaia ciência, publicado em 1882. Com esse escrito começa o caminho de Nietzsche em direção à conformação de sua posição metafísica fundamental.
Em resumo, a Bíblia aborda a morte não apenas como um término da vida terrena, mas como um portal para a vida após a morte, sujeito ao juízo de Deus, mas também oferecendo esperança de ressurreição e vida eterna para aqueles em Cristo.
O homem está destinado ao meio, mas não pode perder de vista os dois extremos. Diante deles, tudo é ínfimo, desnecessário, passageiro. A morte é o que o espera pois, comparados à eternidade, oitenta anos ou oitocentos são o mesmo que nada.
Montaigne pensa continuamente na morte, da forma mais concreta possível, e tenta habituar-se a ela do mesmo modo como se conduz um cavalo ao obstáculo do qual ele refuga; à morte tanto se habitua que ela se torna um pedaço de sua vida; a ela se familiariza, a ponto dela não mais lhe inspirar medo1.
Porque Montaigne afirma que é importante aprender a morrer?
Michel de Montaigne considera que “meditar sobre a morte é meditar sobre a liberdade”. A morte não faz parte da vida, posto que decreta o seu fim. Mesmo assim, provoca reflexões e comportamentos que interferem na nossa maneira de viver.
O medo da morte é, pois, tão irracional quanto o desejo de desejar: nada há a temer na morte, nada a desejar no próprio desejo. Esta é a lição de Epicuro. Pode-se contentar com isso? O filósofo quis provar que “a morte nada é para nós”, mas o medo da morte persiste.
Epicuro também fala a Meneceu que não há nada de terrível em se deixar de viver. Chama de tolo aquele que diz ter medo da morte. Conclui esta questão de maneira brilhante quando diz que a morte não existe para aqueles que estão vivos.
Nessa versão, Sócrates foi acusado de corromper a juventude de Atenas e introduzir falsos deuses. Por isso, foi condenado à morte. A história aponta que Sócrates usou o fato como uma lição final para seus pupilos. Ao invés de fugir quando teve a oportunidade, encarou a morte calmamente.