Na gíria do Sistema Penitenciário encontramos metáforas como areia (açúcar), botinha (cigarro com filtro), corneta (canudo para aspirar cocaína), giz (cigarro), dragão (isqueiro), falante (rádio), pavão (televisão), papagaio (rádio), pá (colher), agá (fingir algo), entre muitas outras.
Neste, por exemplo, ''chiquita'' quer dizer cheque; ''banho'' significa deu golpe em alguém, e ''prego'' - palavra que, aos poucos está ganhando também as ruas - quer dizer aquele que não conhece gíria. Os escrivães de polícia são os que mais sofrem quando deparam com um bandido que só fala a linguagem do crime.
Quanto à maconha, encontram-se “a boa” (de boa qualidade), “bagulho” (a de qualidade ruim, mas que pode também significar apenas a droga, por esvaziamento de sentido), “beque” (quando já vem no formato de cigarro), entre diversas formas como “fino”, “haxixe”, “lasca”, “pepita”, “tarugo”, “tablete”, “tijolo”, e outras.
Dentro dessas unidades prisionais, certas celas (ou barracos, no linguajar dos presos) são conhecidas por abri- gar esses sujeitos: são os chamados barracos das monas.
Chamam de "praia" o chão de cimento; "quieto" é a cortina que improvisam para criar alguma privacidade nos cubículos superpovoados. "Tumba" é o espaço sob a cama, onde dormem alguns, quando as lajes de pedra já estão ocupadas.
“O 'pote' é o castigo, é uma ala da cadeia, normalmente pior ainda que a cadeia, em que os presos são colocados lá individualmente e permanecem por 30 dias, às vezes, infelizmente, até mais - o limite seria 30 dias.
Valetes: Duas pessoas que dormem na mesma cama, com as cabeças opostas; Verme: Polícia em geral; Xis: O mesmo que cela; Zé Povinho: Quem não participa do regime de relações do PCC, mas também não é "coisa".
Essa tatuagem na cadeia representa aquele que praticou crime (s) sexual (is), o famoso duque 13 (213), menção ao artigo 213 do Código Penal, também conhecido como “Jack”.
22 do Código Penal: 'Se o fato é cometido sob coação irresistível (...), só é punível o autor da coação'. Esse dispositivo legal, nada obstante mencione somente 'coação irresistível', refere-se exclusivamente à coação moral irresistível. Com efeito, estabelece em sua parte final ser punível só o autor da coação.
Para se acostumar, outras definições: "sapo" é cadeado, "boi" é banheiro, enquanto "tatu" é o buraco feito, geralmente dentro do "boi", para fugir da cadeia.
Maria-louca é uma aguardente fabricada em Casas de Detenções. Foi citada pela primeira vez no livro Estação Carandiru. É produzida secretamente nos presídios brasileiros pelos presos neles contidos. A fabricação envolve elaborados processos de fermentação e destilação.