Durante as investigações, a polícia encontrou termos como “escama de peixe” e “azeite” em conversas sobre a qualidade da cocaína. “Escama de peixe” refere-se a cocaína de alta pureza, enquanto “azeite” é usada para descrever drogas de menor qualidade.
O sinal de "3" com as mãos, representa a organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital); o sinal com 4 dedos simboliza a facção criminosa Amigos dos Amigos; e o do Comando Vermelho é o V feito com a mão, em que o dedo indicador e o médio são levantados e separados, enquanto os outros dedos permanecem fechados.
Por exemplo, comunidades controladas pelo Comando Vermelho usam gírias como “é nós” e o Terceiro Comando, por sua vez, usa “é a gente”. São frases parecidas que reforçam simultaneamente o sentimento de comunidade íntima e a divisão territorial na comunidade.
Na gíria do Sistema Penitenciário encontramos metáforas como areia (açúcar), botinha (cigarro com filtro), corneta (canudo para aspirar cocaína), giz (cigarro), dragão (isqueiro), falante (rádio), pavão (televisão), papagaio (rádio), pá (colher), agá (fingir algo), entre muitas outras.
Maria de Lourdes discute ainda como as gírias surgem, baseadas em metáforas, e como passam a compor um universo semântico tão específico, como o das prisões. Ela aponta, por exemplo, que dos 109 vocábulos coletados em sua pesquisa, 66 (60%) referem-se à violência, 29 (27%) ao vício e 24 (14%) ao sexo.
Segundo a polícia, ele coordenava o tráfico de drogas no Guarujá para o PCC, função conhecida na facção como “torre” ou “geral do progresso”, espécie de gerente regional.
Na prática, o batismo é o momento em que o novo integrante tem formalizada a sua entrada no PCC. Nas cadeias dominadas pela facção, um preso que não faz parte da organização criminosa é chamado de "primo" e tem o seu comportamento observado pelos integrantes da organização criminosa.
Quando os criminosos querem falar da polícia, os termos mais usados são “alemão” e os “bota”. O termo “alemão”, com origem nas favelas do Rio de Janeiro, serve não apenas para nominar a polícia, mas qualquer outro inimigo do tráfico, seja o Exército, a milícia ou gangues rivais.
O principal símbolo do Primeiro Comando da Capital é representado pelas letras “PCC”. Frequentemente usadas como abreviação do nome da organização, elas também podem ser usadas como “partido central do crime”, etc. Elas costumam ser exibidas em tatuagens, roupas, joias e outras formas de identificação.
Já a Sintonia Geral do Prazo administra as dívidas, vinculadas às mensalidades dos faccionados e às rifas, bem como empréstimo de quantias, armamento e veículos. Quem cuida da gestão do tráfico de drogas é a Sintonia Geral do Progresso, enquanto a Sintonia da Rua faz a divisão territorial da facção.
Tudo 2 é uma gíria usado por criminosos, da facção chamados Comando Vermelho. Se refere ao sinal que fazem com as mãos simbolizando o C e o V, iniciais de Comando Vermelho. O vê nada mais é do que dois dedos que nós também usamos como número dois, obviamente.
Essa tatuagem na cadeia representa aquele que praticou crime (s) sexual (is), o famoso duque 13 (213), menção ao artigo 213 do Código Penal, também conhecido como “Jack”.
Na linguagem policial, em conformidade com um subtenente com 17 anos de serviço prestados a polícia, “ganso é o usuário de drogas que, por andarem em grupo, e realizarem movimentos dos braços e do pescoço, assemelha-se a um bando de ganso”.
O "batismo" é uma cerimônia, feita às vezes em conferência telefônica, na qual o criminoso afirma que aceita as regras da facção, respondendo a um questionário. Ao ser aprovado, entra para o chamado Livro Branco, onde estão os ""irmãos" do crime.
Catacumba: espaço mais baixo onde o preso dorme. Cagueta: Deixar escapar informação. Chapa está quente: situação ruim. Chicote vai estralar: vai dar confusão, vai dar problema.
Para se acostumar, outras definições: "sapo" é cadeado, "boi" é banheiro, enquanto "tatu" é o buraco feito, geralmente dentro do "boi", para fugir da cadeia.
O “jumbo” são os itens que os presos podem receber de seus familiares, como por exemplo alimentos, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza, roupas e cigarros. É chamado de “jumbo” por conta do tamanho das sacolas em que é carregado, que geralmente são muito grandes.
“5.5” significa que tá tudo tranquilo. Miliciano da área é “chefe”, “paizão”, “padrinho”. “Ganso” é usuário de droga. A milícia é tratada como 'firma', e o bom dia e o "presente" são trocados pelo “hop”, saudação comum também nas Forças Armadas.
Quando alguém diz que uma pessoa é "10/10", significa que ela é muito bonita, perfeita, sem defeitos. Em outras palavras, é tanta beleza ou perfeição em algo que ela atingiu a nota máxima de 10 pontos em 10 possíveis.