Quais são as pessoas que mais sofrem violência no Brasil?
A pesquisa apontou que a violência psicológica é a mais recorrente (89%), seguida pela moral (77%), pela física (76%), pela patrimonial (34%) e pela sexual (25%). As mulheres com menor renda são as que mais sofrem violência física, diz o estudo.
O levantamento nacional mostra que 68% das brasileiras têm uma amiga, familiar ou conhecida que já sofreu violência doméstica. Esse índice é ainda maior entre as tocantinenses (75%), acrianas (74%) e amazonenses (74%).
As mulheres negras representam 63,7% das vítimas de violência seguida de morte; e mais da metade do total de mulheres que são agredidas fisicamente é negra – 54,5%. Os dados são do Mapa da Violência e reforçam que as mulheres negras são as mais desprotegidas.
“Em todas as regiões do Brasil, a faixa etária dos jovens-adolescentes (15 aos 19 anos) forma o principal grupo de vítima de violência”, descreve o relatório Panorama da Situação de Saúde dos Jovens Brasileiros de 2016 a 2022: Intersecções entre Juventude, Saúde e Trabalho, divulgado na tarde desta segunda-feira (11) ...
No período de 2016 a 2022, jovens de 15 a 29 anos foram os principais alvos de violência em todas as regiões do país, representando 30,15% das vítimas registradas no Brasil. Quanto mais jovem, porém, maior a incidência.
Destaca-se que os homens são as maiores vítimas da violência. A taxa média de mortalidade masculina por essas causas na década foi de 119,6/100.000 habitantes, sendo 5 vezes maior que a taxa média observada para as mulheres (24/100.000 habitantes).
Para os homens, os agressores eram, principalmente, fora do grupo familiar. Os ex-cônjuge, ex-companheiro(a), ex-parceiro(a) ou ex-namorado(a) são os principais agressores das mulheres (32,0% ante 14,7% dos homens).
Familiares e conhecidos são responsáveis por 68% dos casos de violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos no Brasil. Entre as vítimas de 10 a 19 anos, o crime é cometido por pessoas próximas em 58,4% dos casos. Entre 2015 e 2021, o país registrou mais de 200 mil casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes.
Os maiores abusadores geralmente são pessoas do relacionamento próximo da vítima. A violência pode ocorrer com a penetração, sexo oral, manipulação de genitais, exibicionismo, entre outros. Pode ser recorrente; alterar a formação da personalidade e a sexualidade de quem sofre o abuso.
Os dados do último relatório produzido por essa instituição, para o período entre 2019 e 2021, aponta que há uma concentração da violência no país em cidades mais pobres e em zonas de fronteira, com destaque para municípios localizados no Norte e no Nordeste brasileiro. Fonte: FBSP (2021).
O Brasil reduziu mortes violentas, mas ainda é o 18º mais letal do mundo. Anuário destaca queda para 46.328 casos em 2023, porém 73,6% envolvem armas de fogo. Fatores como disputas de facções e intervenção policial explicam a letalidade. Regiões Norte e Nordeste têm taxas acima da média.
A pesquisa apontou que a violência psicológica é a mais recorrente (89%), seguida pela moral (77%), pela física (76%), pela patrimonial (34%) e pela sexual (25%). As mulheres com menor renda são as que mais sofrem violência física, diz o estudo.
Dados do Atlas da Violência 2024, divulgados nesta terça-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelam que as meninas com até 9 anos de idade foram as maiores vítimas da violência doméstica e intrafamiliar em 2022.
Quem são as maiores vítimas de homicídio do Brasil?
Pessoas negras são maioria das vítimas de homicídio, revela Atlas da Violência. O Atlas da Violência 2024, que traz os dados de mortes por homicídio no país em 2022, revelou que quarenta e seis mil, quatrocentas e nove pessoas foram assassinadas no Brasil naquele ano.
As doenças isquêmicas e cerebrovasculares são as maiores responsáveis por óbitos em todas as regiões do Brasil, exceto no Norte, onde as agressões estão em primeiro lugar.
No Brasil, as maiores vítimas do feminicídio são negras e jovens, com idade entre 18 e 30 anos. De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, a taxa de assassinato de mulheres negras aumentou 54% em dez anos. O número de crimes contra mulheres brancas, em compensação, caiu 10% no mesmo período.
Mesmo que não esteja entre os 10 países com maiores taxas de homicídio em 2021, o Brasil encabeça o ranking de países com mais homicídios em números absolutos, com 45.562 homicídios no mesmo período. A Nigéria aparece em segundo lugar, com 44.200 homicídios registrados em 2019.
O Amazonas é seguido por Ceará (35,7), Amapá (35,6) e Pernambuco (34,8) na lista dos mais violentos em 2021. Logo depois vem a Bahia (34), que lidera em termos absolutos. Foram 5.099 vítimas ... Entre 2010 e 2012, aconteceram 10,4 mil dos 112 mil homicídios registrados na pesquisa, entre 2010 e 2012.
Apesar da desigualdade socioeconômica e de crimes contra o patrimônio não serem necessariamente uma relação de causa e efeito, o crescimento da violência é uma tendência do reflexo do aumento da fome e de pessoas em situação de pobreza.