Inicialmente as letras falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas, posteriormente a temática principal do funk veio a ser a erótica, com letras de conotação sexual e de duplo sentido.
Resumo. O funk é hoje considerado uma das maiores manifestações culturais de massa do Brasil e está diretamente relacionado aos estilos de vida e experiências da juventude oriunda de favelas, portanto ele reflete a vida cotidiana em morros e comunidades do Rio de Janeiro.
Nesse contexto, o funk, como produto cultural, determina o modo de ser jovem, reforça valores, envolve-o nas representações identitárias, ligadas a um desejo simultâneo de autoafirmação, de liberdade, de inclusão e de resistência.
Para as comunidades, o funk é uma maneira de expor as vivências do cotidiano. Ao mesmo tempo em que o funk é visto como uma forma de manifestação cultural, pode também ser responsável pela inserção dos jovens no meio artístico e no ativismo social.
Inicialmente as letras falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas, posteriormente a temática principal do funk veio a ser a erótica, com letras de conotação sexual e de duplo sentido.
Tal segmento do funk, modernamente também conhecido como “Trap” trata de questões como a violência, a desigualdade, o racismo, o preconceito e a política. Letras mais fortes e com ritmos mais agressivos vem com o intuito de fazer o ouvinte não apenas curtir o som mas principalmente refletir sobre a realidade social.
“O funk permite múltiplas opções de negócios com qualquer área comercial ou industrial, já que o público vai de cinco a 50 anos, entre classes sociais diversas”, explica Afonso Marcondes.
Em qual tipo de cultura podemos classificar o funk?
Funk pode ser reconhecido oficialmente como manifestação cultural popular. A proposta (PLC 81/2018) já aprovada pela Câmara dos Deputados reconhece oficialmente o funk como manifestação cultural popular e digna do cuidado e proteção do poder público.
O funk é um ritmo que possui alta rejeição por uma parcela da sociedade brasileira – e às vezes, o funk passa até por uma certa “criminalização”, mas isso não significa que ele deixa de ser considerado uma produção cultural. Afinal, cultura é todo o tipo de conhecimento, tradições e leis produzidas por um grupo social.
Correntes de ouro, bonés, óculos estilo juliet e tênis compunham o visual dos funkeiros. E as letras sobre esse estilo, evidenciando coisas como as roupas de marca e os cordões de ouro super caros, ficaram conhecidos como “funk ostentação”.
O Funk é um estilo muito em alta atualmente, ele abrange várias temáticas, porém geralmente transmitem sentimentos de descontração, por isso é tão popular. O Pagode, apesar de ser igualmente descontraído, ele tende a retratar os assuntos amorosos, seja de decepção ou de alegria.
“O funk é tudo isso, mistura musical, poesia que expressa a realidade das pessoas e é também festa, é música feita pra dançar, é corpo, é uma forma de lidar com o corpo e com a sexualidade”, conta.
Atualmente, o funk é visto como parte da cultura brasileira. Nos últimos anos, ele ganhou subgêneros, um número cada vez maior de artistas surgiram, ganhou destaque internacional e até mesmo se tornou tema de série. O que poucos compreendem é que esse é um ritmo que tem uma importância muito grande para o Brasil.
O funk é um estilo musical brasileiro, criado no ano de 1970 e até então, ele é consumido por diversas classes sociais, desde bailes de favela até festas de luxo. O funk tem raízes das músicas negras norte americanas, que desde sempre mostra a sua força e resistência!
O funk (pronúncia: [fânc]) é um gênero musical que se originou em comunidades afro-americanas em meados da década de 1960, quando músicos afro-americanos criaram uma nova forma de música rítmica e dançante através da mistura de soul, jazz e rhythm and blues.
O funk é uma forma de introduzir temas como empoderamento feminino, liberdade e desigualdade. Também de falar de duras realidades com outras perspectivas, com novos olhares e novas formas de lidar.
Assim como outras manifestações da cultura negra e periférica do passado — caso do samba e da capoeira —, o funk sofre perseguições. “Atribuo isso ao preconceito de classe e ao racismo, por ser originário de um território marginalizado, como favelas, e ser cantado majoritariamente pela juventude preta”, reflete Gomes.
O funk dá visibilidade às favelas no cenário musical e incentiva os jovens das periferias a acreditar em outras possibilidades através das letras das músicas.
Mesmo com um histórico na justiça, James Brown mudou a cena musical e será conhecido eternamente como o rei do funk, além de ser uma das maiores estrelas do showbiz.
Por que o funk é acusado de ser uma falsa cultura?
Ela classifica o funk de “falsa cultura”, acusando os bailes de serem um recrutamento organizado para atender “criminosos, estupradores e pedófilos”, entre outros crimes.
Muitas das acusações sofridas pelo funk estão presentes em outros gêneros musicais associados a um público bem específico: jovens, negros, pobres, moradores de favelas e periferias. Assim como o pagode baiano e o tecnobrega, o funk é acusado de fazer apologia ao crime, às drogas e ao sexo.