A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio identificaram que, seis dias após a morte do miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como Pipito, a maior milícia da cidade já tem um novo líder.
Pouco mais de dois meses após a prisão de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, a maior milícia do Rio de Janeiro está mais dividida e regionalizada, segundo o delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), João Valentim.
Naval assume o comando de um dos maiores grupos paramilitares do Rio após morte de seu antecessor. Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como Pipito, foi baleado no último dia 7 de junho em ação da polícia.
O Comando Vermelho (CV) é a mais poderosa facção criminosa do Rio de Janeiro, e também a mais antiga do Brasil. Ele nasceu nas décadas de 1970 e 1980, dentro do sistema prisional do Rio de Janeiro, como um grupo de autoproteção para os presos.
Entre as regiões da capital fluminense, a Zona Oeste é a que concentra a maior extensão territorial sob domínio de algum grupo armado, com 118,9 km² controlados pelo crime.
Câmera de segurança registra confronto entre milicianos em São João de Meriti
Quem é o líder da milícia?
Zinho seria o terceiro líder da família a assumir o cargo de comando da milícia, de acordo com investigações. O primeiro teria sido seu irmão, Carlos da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, em 2010.
O estudo mostra que a milícia se concentra quase que exclusivamente na zona oeste da cidade, hoje quase integralmente dominada, e na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio. A presença desses grupos é majoritária em municípios como Itaguaí, Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu.
O Comando Vermelho Rogério Lemgruber, mais conhecido como Comando Vermelho e pelas siglas CV e CVRL, é uma das maiores organizações criminosas do Brasil. Foi criada em 1979 no Instituto Penal Cândido Mendes, na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
O miliciano Rui Paulo Estevão, conhecido como Pipito, apontando como chefe da maior milícia do Rio de Janeiro, foi morto na tarde desta sexta-feira (7), após confronto com policiais civis cariocas. Pipito era considerado braço direito do miliciano Zinho na hierarquia do crime e, atualmente, o mais procurado do estado.
São as chamadas “milícias”, que, segundo os mais importantes jornais da cidade, seriam organizações formadas primordialmente por policiais e bombeiros militares, além de guardas penitenciários – ativos ou aposentados –, que garantem a segurança de moradores de algumas vizinhanças em troca de uma taxa mensal.
O miliciano Jairo Batista Freire, conhecido como Caveira, é apontado como um dos homens de confiança de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. Informações divulgadas nas redes sociais dão conta de que o criminoso teria sido morto neste sábado, na comunidade Três Pontes, em Paciência, na Zona Oeste do Rio.
No entanto, em junho de 2021, Ecko também morreu em decorrência de uma operação policial para prendê-lo. A maior milícia do RJ passou então a ser comandada por outro integrante da família: Zinho, irmão de Ecko e Três Pontes. Ele continua foragido apesar da operação desta segunda (23).
Quem é o bandido mais procurado do Rio de Janeiro?
O miliciano Zinho, chefe da maior milícia do Rio, foi preso na véspera do Natal de 2023 após se entregar na delegacia localizada na Superintendência da Polícia Federal no Rio.
Desde o racha histórico do Primeiro Comando da Capital (PCC), a facção tem novos chefes nas ruas: Patrick Uelinton Salomão, conhecido como o Forjado, e Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal.
Facções e milícias são organizações criminosas. O que diferencia os dois grupos, apesar de semelhanças, é a ligação intrínseca das facções com os presídios, enquanto as milícias têm elos com polícias.
A disputa: a batalha entre as duas facções ocorre por dois motivos. O primeiro pela aliança entre o PGC e o CV, em Santa Catarina. O outro seria pelo controle dos portos clandestinos catarinenses para envio de drogas via rotas marítimas.
Mas as milícias, por serem formadas principalmente por policiais e terem sociedades com policiais, têm mais influência no Estado e, por isso, estão menos sujeitas às operações policiais que os traficantes.
Associado ao ex-policial Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em 2020 quando estava foragido da justiça, o grupo foi criado em meados dos anos 2000 por Nóbrega, um ex-membro do Bope — Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Zinho assumiu a frente da milícia de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste do Rio, em 2021, dois meses após a morte do antigo líder, seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko.