Considerando o acumulado do ano, até a data de ontem, o Brasil registrou 180.137 focos em 2024, 50,6% dos incêndios da América do Sul. O número é 108% maior em relação ao mesmo período de 2023, quando foram anotados 86.256 focos entre janeiro e 13 de setembro.
Já houve crescimento de 415%, um salto de 1200, em 2023, para 6 mil e 200, em 2024. O Brasil vive a pior seca da história, inclusive, com o agravamento de incêndios em diversas regiões. No Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, as chamas consumiram 10 mil hectares de cerrado.
Já em 2024, no mesmo período, foram 503,5 km², redução de quase 60 km². É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa. A queda é bem maior quando comparada a 2022, quando foram registrados alertas de desmatamento em 1.661,02 km² na região.
Uma área comparável ao estado de Roraima foi queimada no Brasil entre janeiro e setembro de 2024. Foram 22,38 milhões de hectares – 13,4 milhões de hectares a mais que em 2023. O salto de um ano para o outro foi de 150%.
Brasil registra 152 mil focos de incêndio em 2024; mais que o dobro do mesmo período de 2023
Porque o Brasil está queimando?
Com a atual exploração de combustíveis fósseis, estamos indo para uma trajetória de aquecimento global de 3 graus Celsius. Isso vai fazer que possamos ter saudades de 2024, já no futuro próximo. É fundamental o Brasil ter coerência no planejamento de seu futuro.
Porque estão acontecendo tantas queimadas no Brasil?
No Brasil há uma grande quantidade de queimadas, principalmente nos biomas Amazônia e Cerrado. Alguns fatores têm agravado esse cenário, como o aquecimento global e o desmatamento. Um estudo feito pela ONG MapBiomas observou mais de 150 mil imagens de satélites com dados de queimadas entre 1985 e 2020.
Com mais de 82 mil focos de incêndio de 1º de janeiro a 9 setembro deste ano, a Amazônia já alcançou o dobro de queimadas no mesmo período de 2023 e o recorde da série histórica desde 2007, quando registrou 85 mil pontos de fogo.
O calendário do desmatamento 2024, que abrange o intervalo de agosto de 2023 a julho 2024, registrou 3.490 km² de florestas derrubadas, representando uma diminuição de 46% em comparação ao período anterior, que vai de agosto de 2022 a julho de 2023.
O Amazonas registrou 21,6 mil queimadas só em 2024 e, com isso, o ano já é considerado o pior no número de focos de calor desde 1998, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a série histórica. O estado está em estado de emergência ambiental por conta das queimadas.
Um aumento de 80% em comparação ao mesmo período em 2023, quando foram registrados 29.826 focos. O número de queimadas entre 1 de janeiro e 27 de agosto de 2024 é o maior para esse período desde 2010.
Fazendo um comparativo com 2020, o pior ano já registrado, 2020 queimou no ano todo cerca de 30% do bioma. A média anual que o Pantanal queima é em torno de 8%. Então, 2020 foi muito acima e 2024 também ultrapassou a média de porcentagem diária atingida.
Uma área de mais de 17,3 milhões de hectares foi queimada no Brasil em 2023, tamanho maior que o território de alguns estados, como Acre ou Ceará. Houve aumento de 6% em relação a 2022, quando 16,3 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo. Os dados são da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas.
2024) o maior número de focos de incêndio desde o início da série histórica do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), iniciada em 1998. Até as 16h40, São Paulo teve 7.296 queimadas em 2024. Ainda em setembro, o número já é o maior registrado em um único ano. O 2º foi em 2010, com 7.291 focos de incêndio.
Em 2024, 70% da área queimada no Brasil foi de vegetação nativa. Os dados são do Monitor de Fogo, monitoramento iniciado em 2019 pelo MapBiomas. Só em agosto, mês que registrou sozinho quase a metade dos incêndios florestais do ano, a vegetação nativa representou 65% da área queimada.
Nos últimos cinco anos o Brasil perdeu 8.558.237 hectares de vegetação nativa, o equivalente a duas vezes o estado do Rio de Janeiro. Porém 2023 representou um ponto de inflexão nesse processo, segundo dados da mais recente edição do RAD – Relatório Anual do Desmatamento no Brasil do MapBiomas.
Em quais estados brasileiros o desmatamento foi maior?
Na análise por estados, o Pará lidera o ranking do desmatamento, com 22,2% da área de todo o país (456.702 hectares). Na sequência, vem o Amazonas, com 13,33% (274.184 hectares); Mato Grosso, com 11,62% da área desmatada (239.144 hectares); Bahia, com 10,94% (225.151 hectares); e Maranhão, com 8,2% (168.446 hectares).
As queimadas que atingem a Amazônia, Cerrado e Pantanal e enchem o céu do país de fumaça são causadas pela ação humana, para renovação de pasto ou para o avanço do desmatamento. A impunidade e o dinheiro que segue fluindo para os setores que desmatam contribuem para que este problema continue.
Estados como Mato Grosso, Pará, Amazonas, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Maranhão concentram grande parte desses focos, com uma soma de 127.028 registros.
Especialistas apontam que o principal fator para o aumento no número de queimadas é a seca, que afeta mais de 58% do território nacional, segundo dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais).
Já em 2024, no mesmo período, foram 503,5 km², redução de quase 60 km². É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa.
Estiagem prolongada, altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade relativa do ar, ventos intensos, uma combinação que favorece o surgimento de incêndios florestais, que se espalham pelo país deixando um cenário desolador. Literalmente 'O Brasil está pegando fogo!