O povo Guarani foi um dos primeiros a serem contatados após a chegada dos europeus na América do Sul, há cerca de 500 anos. No Brasil, vivem atualmente cerca de 51.000 indígenas Guarani, em sete estados diferentes, tornando-os a etnia mais numerosa do país. Muitos outros Guarani vivem no Paraguai, Bolívia e Argentina.
Quais são os maiores problemas enfrentados por o povo Guarani atualmente?
Entre as dificuldades enfrentadas pelas comunidades Guarani, destacam-se as seguintes: eles ocupam apenas pequenas porções de terras, insuficientes até mesmo para a subsistência alimentar, sem água potável, sem saneamento básico e afetados por rios e lagos contaminados e poluídos.
As mais de 280 mil pessoas Guarani estão distribuídas em 1461 comunidades, aldeias, bairros urbanos ou núcleo familiares nos quatro países. A maior parte da população Guarani – 85 mil pessoas – vive no Brasil, seguidos de 83 mil na Bolívia, 61 mil no Paraguai e 54 mil na Argentina.
Expulsos de suas terras pelo avanço da colonização promovida pelo Estado Brasileiro principalmente após a Guerra do Paraguai, os Guarani e Kaiowá encontram-se hoje vivendo, em sua maioria, em reservas criadas pelo SPI (Serviço de Proteção ao Índio) no início do século XX.
De um modo geral, os Guarani Mbya poucas vezes trabalham fora da comunidade e quando o fazem é sempre de forma temporária. Sendo assim, o comércio do artesanato é ainda a principal fonte de renda.
Atualmente, os Guarani vivem espremidos em pequenos pedaços de terra cercados por fazendas de gado e por vastos campos de soja e cana-de-açúcar. Alguns não têm terra alguma e vivem acampados na beira de estradas.
Os Guarani têm como base de sua organização social, econômica e política, a família extensa, isto é, grupos macro familiares que detêm formas de organização da ocupação espacial dentro dos tekoha determinada por relações de afinidade e consangüinidade.
O Mbya é uma das três variedades modernas da Língua Guarani, da família Tupi-Guarani, tronco linguístico Tupi. As outras são o Nhandeva ou Chiripá/Txiripa/Xiripá ou Ava Guarani e o Kaiowa. No entanto, a delimitação entre essas variedades não aparece de modo estaque e consensual.
Segundo a publicação, os alimentos básicos da culinária guarani são milho, mandioca, amendoim, palmito, batata-doce, feijão, mel, peixe e carne de caça, consumidos frescos, cozidos ou assados na brasa, sem muito tempero.
Pindorama (do tupi: "pindó-rama": "região das palmeiras") é uma designação para o local dos povos tupis-guaranis, atual região oriental da América do Sul, denominada litoral do Brasil.
A Terra Indígena Guarani de Bracuí é a que tem a maior população, cerca de 320 indivíduos. Mais da metade é constituída por crianças menores de 14 anos. Os Guarani que vivem hoje em território brasileiro somam, aproximadamente, cinco mil pessoas.
Analisa-se a economia guarani como um campo não-emancipado do campo social, estando a produção voltada principalmente ao abastecimento alimentar do núcleo doméstico, fundada sobre tecnologia simples, sem complexa divisão do trabalho e com relativa liberdade na utilização dos recursos.
Indígenas das etnias Guarani e Charruas são responsáveis pelas primeiras plantações de mandioca, abóbora, batata doce, milho, variados feijões, algodão, o fumo que faz parte dos diversos rituais indígenas e o tão aclamado por sulistas, chimarrão.
O tupi diz respeito à língua Tupinambá, que era falada pelas comunidades indígenas existentes no Brasil quando o território foi colonizado pelos portugueses. Guarani, por sua vez, é a língua falada pelas nações que são encontradas na Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil.
Eles viviam em aldeias construídas próximas à costa, rios ou florestas, aproveitando os recursos naturais da região. A alimentação era principalmente composta por mandioca, milho, feijão, frutas, peixe e carne de caça. Eles também praticavam a coleta de frutos da mata e a fabricação de utensílios de cerâmica.
As duas teorias mais aceitas do aparecimento dos Guarani na América são a da passagem pelo Estreito de Bering e a vinda pela Polinésia até a chegada no nosso território, todavia não há datações sobre os guaranis na América do Norte e nem na América Central.
No Paraguai, a língua guarani foi mantida principalmente porque os padres jesuítas a usaram como instrumento de conversão religiosa numa empreitada colonizadora desvinculada das potências católicas ibéricas.
Assim, "bom dia" em guarani é djawydju e significa algo como "vamos nos levantar", o que remete tanto ao sentido da ação quanto o sentido moral de se levantar. "Boa tarde" é nhande kaárudju e significa "a tarde é nossa", semelhante a boa noite, que significa "a noite é nossa".
Para os Guarani Mbyá, são considerados alimentos tradicionais tudo que seus antepassados retiravam da mata para consumo, como araçá, mandioca, milho, cará, batata doce, amendoim, peixes, capivaras, porco do mato, tamanduá, veado, tatu, quati, cutia, paca, palmito, larvas e mel (TEMPASS, 2008).
Os Guarani eram exímios atiradores com arco e flecha. Usavam pontas de osso ou madeira apontadas em suas flechas. Dedicavam-se também à caça de pequenos animais e aves, como as do gênero Inhambu, galináceos que quase não possuem cauda.